Bom dia,Hoje saberemos, na Câmara Federal, qual foi a extensão da maior mobilização já feita com recursos públicos para tentar impedir que 342 deputados votem a favor da abertura do processo contra o presidente Michel Temer (PMDB). Esse é o número mínimo de votos necessários para que Temer seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva.

Com uma popularidade despencando, Temer já não se preocupa mais em agradar a opinião pública, muito menos em tocar a reforma da Previdência, que arranha mais sua imagem desgastada. Por isso não se mostrou nem um pouco comedido de sair em busca de deputados para ofertar benesses para que votem contra a abertura do processo.

Na outra ponta estão os deputados, que não se sentem confortáveis em declarar apoio público a um presidente que arqueja em sua baixa popularidade, a maior que um líder da nação já teve. É por isso que a bancada roraimense vai hoje, para a votação, sem ter coragem de declarar seu voto abertamente diante de um eleitorado de olho no desenrolar da questão.

A lista de benesses é muita ampla no balcão de negócios em que se transformou a votação de hoje, na Câmara, que vai de liberação de verbas, concessão de cargos públicos a perdão de dívidas previdenciárias e tributárias, bem como agrados às grandes bancadas no Congresso.

A grande imprensa listou grilagem de terras públicas, redução de unidades de conservação ambiental e paralisação da demarcação de terras indígenas para agradar a bancada ruralista, algo que acabou beneficiando os pleitos de parlamentares roraimenses por tabela, mas não por méritos próprios deles.

Quando a votação encerrar, seja qual for o resultado, estaremos diante de um escândalo que foi arquitetado para livrar Temer de outro grande escândalo, o maior de todos, que é o da propinagem, financiamento de campanhas, presentes e subornos dos mais variados tipos, tudo apontado no bojo da Operação Lava Jato. É o Brasil navegando pelas águas turvas e turbulentas da corrupção.AUSÊNCIA 1A reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), na manhã de ontem, que estava sendo aguardada com expectativa em relação à situação da saúde pública estadual, acabou tendo outro foco em destaque: a ausência expressiva de deputados em plenário. A sessão começou com quase meia hora de atraso e com apenas sete parlamentares presentes do total de 24. Na medida em que os pronunciamentos iam avançando, o plenário chegou contabilizar 12 presenças e 12 ausências.AUSÊNCIA 2Somente depois que o deputado Joaquim Ruiz (PTN) subiu à tribuna e começou a dar um “puxão de orelha” em seus companheiros é que o placar eletrônico alcançou 17 presentes e sete ausentes, porém, nem todos estavam em suas cadeiras, pois boa parte deles acompanhava a sessão em seus gabinetes. Na galeria, esse foi o assunto mais comentado, uma vez que os demais parlamentares que usaram a tribuna também destacaram o número de ausentes em plenário.DESCRENTEUm dos assuntos que ganhou destaque, no plenário, foi o pedido de impeachment contra a governadora na ALE, que foi protocolado em junho pelo relator da CPI do Sistema Prisional, deputado Jorge Everton (PMDB), por improbidade administrativa. Na sessão de ontem, ele comentou sobre o assunto e, em tom de crítica, mostrou-se descrente com a possibilidade desse pedido ser aprovado na Casa. Inclusive, no mesmo tom, ele aproveitou para desencorajar o deputado George Melo (PSDC) a protocolar o pedido da CPI da Saúde.DUODÉCIMODepois de publicar uma portaria suspendendo todos os pagamentos de fornecedores e executores de serviços, na sexta-feira passada, o Tribunal de Justiça começou um entendimento com os demais poderes para discutir a situação do fracionamento do repasse do duodécimo pelo Executivo. Conversações foram iniciadas, nesta semana, com o Ministério Público e a Assembleia Legislativa. Vem mais dor de cabeça por aí para o Governo do Estado.TRANSPORTENos bastidores políticos, o que mais se tem comentado é uma lista que aponta o ranking de gastos de vereadores com alugueis de carros nos cinco primeiros meses do ano. O maior valor que abre a listagem é de R$ 105,2 mil e o menor é de R$24,1 mil. Conforme a listagem, o gasto total dos 21 edis, em menos de um semestre, seria de quase R$1,4 milhão. IRONIAO posicionamento do governo de Michel Temer (PMDB) com a situação da Venezuela é o que pode se dizer de “faça como eu digo, mas não faça o que eu faço”. Debilitado em seu papel diplomático devido a sua própria crise interna, o Brasil divulgou um comunicado, por meio do Ministério das Relações Exteriores, falando que a jornada eleitoral “confirma a ruptura da ordem constitucional na Venezuela”. “Diante da gravidade do momento histórico por que passa a Venezuela, o Brasil insta as autoridades venezuelanas a suspenderem a instalação da assembleia constituinte e a abrirem um canal efetivo de entendimento e diálogo com a sociedade venezuelana”, diz o texto. É mole?