Bom dia,

Esta é a primeira Parabólica de 2018. Por isso, nada mais natural que começarmos desejando aos nossos milhares de leitores e leitoras, um próspero e feliz ano que agora começa. Que todos possam, no plano pessoal e familiar, ter um convívio harmonioso e fraterno onde a solidariedade seja a marca mais contundente de nossa conduta. Desejamos também, neste ano de eleições gerais, contribuir com o máximo do nosso esforço para ajudar o Brasil a sair do lamaçal de imoralidades que boa parte dos políticos brasileiros o levou. Eles estão pelo Brasil afora, mas também estão aqui em Roraima, bem pertinho do nosso alcance. E não devemos deixar passar esta oportunidade única.

Será preciso também enfrentar com coragem a irresponsabilidade dos que farão propostas milagreiras, especialmente daqueles que disputarão o governo estadual. Eles não terão a menor dificuldade de prometer mundos e fundos, mesmo sabendo que a situação orçamentária do estado é de pré-falência, causada por práticas de governos passados com gastos supérfluos e muita corrupção. A verdade, verdadeira, é que para reequilibrar as contas públicas do estado o sacrifício não será pequeno. DECEPÇÃOSem sombra de dúvida, o que de mais decepcionante marcou a vida política brasileira neste 2017 que acaba de findar foi a inércia, com toda a aparência de criminosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais um ano se passou e a Suprema Corte brasileira não conseguiu mandar para a cadeia qualquer um dos mais de duzentos parlamentares que responde a processos investigatórios sob a acusação de praticarem roubo de dinheiro público. Alguns desses canalhas respondem a mais de 10 processos, com sobejas provas indicadas por quem os pagou, mas que poderão disputar as eleições de outubro próximo, graças a essa omissão criminosa do STF. APURAÇÃOÉ preciso repensar com urgência a conduta de alguns membros da magistratura brasileira. Alguns deles achincalham a verdade, com escárnio estão pouco se lixando para a necessidade de manterem a postura de magistrado, essencial para quem se investe de julgar os outros. Pela omissão criminosa de alguns e a ação mais deletéria de outros parece restar provada que a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não foi capaz de torná-lo um órgão eficaz de controlar os atos criminosos de alguns dos integrantes do Poder Judiciário, especialmente dos tribunais superiores. Sem dúvida, se quisermos transformar o Brasil numa pátria onde se possa viver com mais dignidade, é preciso também mandar para a cadeia alguns membros desse judiciário. CONTAMINADOO fato mais grave de ter um Poder Judiciário contaminado também pela corrupção é que ele julga os atos e condutas dos agentes dos demais poderes. Como imaginar que um magistrado corrupto possa julgar um parlamentar mais corrupto ainda? Ele não julga porque tem medo da reação do parlamentar, que afinal, como qualquer bandido, sabe como as coisas se passam no submundo da corrupção, inclusive de quais magistrados negociam votos e sentenças. Não é sem razão que alguns são mais impunes que outros. Até hoje, por exemplo, ninguém explicou por que o notório senador Romero Jucá (PMDB), gravado pelo ex-senador Sérgio Machado (PMDB), ao avaliar a situação no Supremo Tribunal Federal afirmou que o único dos ministros que não dava abertura a conversas era o falecido Teori Zavascki. SEPARARAssim como nos demais poderes, existem muitos bons magistrados no Poder Judiciário brasileiro tanto na Primeira Instância, quanto nos tribunais superiores, portanto, é possível ainda separar o joio do trigo. Esses bons magistrados parecem ser ainda maioria, e por isso, se quiserem, esses bons magistrados podem iniciar uma limpeza cirúrgica capaz de salvar o organismo como um todo. E isso diferencia o Judiciário dos demais poderes, Executivo e Legislativo, cujas chefias estão entregues à gente envolvida até o pescoço com atos de corrupção. No Senado Federal e na Câmara dos Deputados, há um número muito grande de canalhas, e eles constituem uma maioria que barra qualquer iniciativa dos bons parlamentares de passar o poder a limpo. CENÁRIOEm Roraima, o cenário político deste começo de 2018 é exatamente o mesmo do início de 2017. Aqui, o cenário político continua pendular, com a disputa eleitoral, especialmente na eleição para governador, restrita a dois grupos políticos, que com pequeníssima variação, alternam o controle do governo estadual desde a primeira eleição, ocorrida em 1990. São 28 anos de um estilo de administrar, que se diferenciam apenas por estilo pessoal quanto ao populismo: uns mais, outros menos. O ano eleitoral que se inicia não traz qualquer novidade, tanto pelos nomes que se apresentam, quanto às propostas que podem ser trazidas à discussão durante o processo eleitoral. NOVIDADESDe novidade a surgir nos dois ou três primeiros meses deste 2018, a única certa é a dança dos políticos entre os partidos regularmente registrados na Justiça Eleitoral. Alguns deles mudarão de sigla principalmente para evitar intervenção das direções nacionais devido à negociação de caciques a partir de Brasília. O caso da governadora Suely Campos é o mais emblemático e complicado de todos eles, afinal, ela deixará o PP depois de mais de vinte anos militando neste partido, a tal ponto de utilizar massivamente o número 11, como identidade política de seu grupo. Ela sairá em virtude da presidência regional do partido ter sido entregue ao deputado Hiran Gonçalves, que já declarou não apoiá-la na próxima eleição.