Bom dia!Noutro dia, o juiz federal Sérgio Moro, o da Lava Jato, mandou publicar uma das conversas telefônicas gravadas, com autorização da Justiça, entre o ex-presidente Lula da Silva e a ainda presidente Dilma Rousseff. Por ela, a Nação brasileira ficou sabendo da intenção de Dilma de nomear Lula como chefe da Casa Civil para deslocar seu fórum da Primeira Instância (em Curitiba) para o Supremo Tribunal Federal (em Brasília). Ora, o conteúdo revelado pela gravação publicada ensejou várias ações judiciais que impediram Lula da Silva de assumir o posto para o qual foi nomeado, e ainda pode ensejar que a presidente da República possa ser processada por tentar obstruir o trabalho da Justiça.
Pois bem. Na última sexta-feira, 29/04, um canal de TV especializado em notícias divulgou a informação dando conta de que a ministra Carmem Lúcia, do STF, havia autorizado o Ministério Público Federal (MPF) a investigar o senador Romero Jucá (PMDB) por suposto recebimento de uma propina equivalente a R$ 15 milhões. Com mais esse, o presidente interino do PMDB passa a responder pelo 6º processo, entre a Lava Jato e a operação Akrone. Jucá, como se sabe, é cotado para assumir o Ministério do Planejamento de um eventual governo Michel Temer (PMDB).
Entretanto, tal notícia é de interesse público, afinal, é o Ministério do Planejamento que distribui as verbas para órgãos e poderes da República. E não é crível entregá-lo a quem está sendo investigado em seis inquéritos, sob suspeita de corrupção. Por conta desse interesse público, a Folha procurou a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal para saber detalhes da investigação. Como resposta, nossa reportagem foi informada de que o inquérito existe e foi autorizado pela ministra Carmem Lúcia, mas nenhum detalhe poderia ser informado por quanto o inquérito segue em “segredo de Justiça”. E ontem, por ironia, foi o Dia Internacional da Liberdade da Imprensa. É mole?ATÉNão dá para entender os caminhos da Justiça. O juiz Sérgio Moro justificou a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas entre Dilma e Lula alegando que ele trazia informações sobre a conduta de gestores que deviam ser levadas à população. A régua utilizada pelo Supremo Tribunal Federal parece ser diferente daquela aceita pelo juiz Moro, afinal, os brasileiros e as brasileiras têm o direito de saber tudo sobre a conduta de um quase ministro que vai gerenciar o orçamento da União federal, que alcança uma montanha de dinheiro que ultrapassa os dois trilhões de reais. É mole?REFLEXOFicou difícil sair de Boa Vista para Manaus, por via área, depois que duas empresas (GOL E TAM) cortaram seus voos neste trecho. Quem tem de fazer alguma coisa na capital amazonense já percebeu que o mercado reage muito rápido. A única empresa aérea que ainda faz o trecho Boa Vista-Manaus cobra quase o dobro do preço da passagem, e até as empresas de ônibus subiram igualmente seus preços. E acabaram-se as promoções. Roraima é, de fato, a terra do já teve.JÁ TEVEEssa nota vem a calhar com o lançamento do PROGREDIRR pelo Governo do Estado. Há algum tempo era possível encontrar cuim e xerém (subprodutos do arroz), utilizados na feitura de ração animal em inúmeros pontos de venda de Boa Vista. O preço do cuim ia de R$ 6,00 a R$ 8,00, e o do xerém, de R$ 10,00 a 12,00 (xerém).Na “terra do já teve”, o cuim custa atualmente cerca de R$ 23,00 a saca de 30 kg, enquanto que o xerém não sai por menos de R$ 32,00 a saca de 50 kg. E o produtor ainda amarga a espera numa fila que pode chegar a mais de uma hora.A CAVALOPois bem, os políticos fizeram um enorme carnaval quando conseguiram uma liminar na Justiça Federal de Primeira Instância para barrar provisoriamente aquele aumento cavalar nas tarifas de energia elétrica cobradas pela Eletrobras – Distribuição Roraima. Muitos deles colocaram a boca no trombone anunciando que, em “defesa do povo”, haviam barrado a ganância da concessionária. Ontem, o castigo veio a cavalo: um desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF) cassou a liminar, autorizou o aumento e, para completar, a Eletrobras está autorizada a cobrar o retroativo. E agora?OTIMISTA 1A infernal burocracia que o governo petista criou para evitar a transferência das terras para o Estado de Roraima, um direito consagrado na Constituição de 88, aprontou mais uma neste final de governo Dilma Rousseff. Como é de muito gosto de regimes esquerdistas, foi criado um Comitê de Destinação de Terras Públicas na Amazônia, composto de vários órgãos dos governos federal e estaduais. A grande maioria desses órgãos está aparelhada por ambientalistas, ongueiros e indigenistas, que provocam intermináveis discussões no âmbito do colegiado.OTIMISTA 2Depois de idas e vindas, tudo parecia se encaminhar para que a questão fosse pacificada e, finalmente, o Comitê autorizaria a bendita transferência após a feitura de uma ATA, que leva a assinatura dos responsáveis e representantes de mais de uma dezena de órgãos federais, inclusive de ministros de Estado. Dentre esses signatários, está o presidente da Funai, o que implica que a autarquia assuma a afirmação de que não existe atualmente qualquer pretensão quanto à criação de novas terras indígenas em Roraima, exceto a de Pirititi. Aí, mora o problema. Mesmo assim, o Governo de Roraima está otimista quanto ao desatar desse nó.