Bom dia,Depois do “show de horrores” no plenário da Câmara, durante todo o dia de quarta-feira, resta juntar os cacos do que sobrou da política brasileira e tentar fazer uma análise do que nos espera neste Brasil da corrupção oficializada pelo presidente Michel Temer (PMDB) e sua camarilha de aloprados que não se envergonham de mais nada.

Pelos discursos dos partidos da base aliada do governo e do próprio presidente que se pronunciou logo após o pedido para processá-lo por corrupção ter sido arquivado, eles acreditam que montaram uma base coesa inédita que dará suporte, a partir de agora, para que prossigam com seus planos e aprovem as reformas, em especial a da Previdência.

Porém, a realidade não é bem assim como eles estão pitando em cor de rosa. Partidos aliados saíram da votação resmungando e dizendo abertamente que querem mais do que estão recebendo ou do que outros partidos, a exemplo do PSDB, que saiu rachado da votação. Significa que isso terá um alto custo para os cofres públicos e não se sabe até onde o governo Temer vai conseguir aplacar a sanha dessa turma, sem comprometer a estabilidade fiscal.

Uma coisa é estar blindado das denúncias da corrupção e das mobilizações populares que foram abafadas pelo discurso de que manter Temer seria manter a estabilidade política e econômica do país. Outra coisa é colocar em risco a estabilidade fiscal e perder o apoio dos empresários, a mesma elite econômica que foi às ruas com seu patinho amarelo pedindo o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Temer conseguiu mexer na fome da pior raça política que o Brasil já reuniu no Congresso. Não são os ‘300 picaretas’ bradado por Lula da Silva (PT), hoje também réu na Operação Lava Jato, mas políticos famintos que não se envergonham mais de trocar apoio por benesses. São os 200 sem vergonha de negociar apoio. Temer conseguirá alimentar a alcateia sem afundar ainda mais o Brasil?ENDIVIDAMENTO Não são nada animadores os números da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os dados mostram que o percentual de famílias endividadas alcançou 57,1% em julho de 2017, o que representa uma alta em relação aos 56,4% observados em junho. Na comparação com o mesmo período do ano passado, no entanto, houve queda de 0,6 ponto percentual. O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 63,1 dias em julho de 2017, superior aos 62,4 dias de julho de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,4% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. DESCONFIANÇAO concurso público anunciado pela Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima) tem levantado desconfiança por parte, inclusive, de deputados da base aliada do Governo do Estado, que não conseguem vislumbrar a necessidade de se contratar mais pessoas, uma vez que a iniciativa privada está prestes a inaugurar o Frigo 10, um frigorífico moderno e que vai atender toda a demanda do mercado local. Como se sabe, a maior atividade da Codesaima, atualmente, é o Matadouro e Frigorífico (Mafir), que está sucateado e enfrenta sérias dificuldades para se manter.PAGAMENTOPara se ter uma ideia da situação da Codesaima, que de estatal direcionada ao desenvolvimento do Estado não tem nada, o deputado Joaquim Ruiz (PTN) chegou a dizer, em plenário, esta semana, que há cerca de dez anos deixou a presidência daquela empresa com uma folha de pagamento girando em torno de R$ 300 mil que, somando aos encargos, chegava a quase meio milhão de reais. Segundo ele, hoje a folha está girando em torno de R$ 2 milhões. A indagação que todos fazem é de onde o governo vai tirar dinheiro para bancar mais servidores concursados diante da crise que aí está.CONCURSOSOs deputados entendem também que é necessário realizar concurso público para estruturar principalmente a polícia Civil e Militar, além da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, que é responsável por administrar o sistema prisional. Porém, a preocupação é que, diante das constantes quedas do volume de recursos das transferências federais, esse não seria o momento de contratar mais servidores, e sim de “cortar na carne” e promover ajustes para evitar um colapso. Atualmente, o Governo do Estado não consegue sequer passar em dia o duodécimo dos demais poderes constituídos e órgãos.UIRAMUTÃ 1Na Assembleia Legislativa, os governistas encontram justificativas para o Governo do Estado não agir para recuperar as estradas de acesso ao município de Uiramutã, a fim de evitar o isolamento da região em períodos de chuvas, como agora. Eles dizem que é difícil atuar naquele município por ficar dentro de terra indígena. No entanto, quando é para pedir votos ou realizar ações de interesse do governo, os políticos não encontram nenhum impedimento para entrar e sair daquela área quando bem entendem. UIRAMUTÃ 2Sem apoio dos governos federal e estadual, resta à Prefeitura de Uiramutã, o município mais isolado do Estado, pegar uma caçamba velha para jogar pedras e barro nos locais onde os atoleiros são piores. A única ajuda vem de moradores da região, que não têm alternativa senão carregar pedras para não ficarem completamente isolados, sem assistência de saúde e com seus filhos perdendo aula porque o transporte escolar fica atolado.