Bom dia!
Esta é a primeira Parabólica do ano. E não custa nada fazer uma reflexão sobre a herança de 2015 que foi repassada para os brasileiros. Decididamente, o ano passado foi um desastre para o Brasil. Terminamos o ano com uma presidente que não consegue governar o país. Refém do esquerdismo/populista do Partido dos Trabalhadores, no qual está filiada e do adesismo/clientelista do PMDB, Dilma faz o Brasil navegar como uma nave sem rumo. Na política, o governo não consegue constituir uma maioria consistente, mesmo que venha distribuindo cargos e verbas públicos para os chamados parlamentares “da base”. Sem autoridade política, Dilma não consegue contribuir, como chefe de Estado, para livrar o poder legislativo de ser presidido no Senado por Renan Calheiros e na Câmara Federal por Eduardo Cunha, ambos do PMDB e envolvidos até o pescoço na roubalheira da Petrobras.
Na economia, os brasileiros experimentaram uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 4%, a maior em mais de 20 anos. Amargaram também a volta da inflação de dois dígitos, controlada desde o Plano Real em 1994, e a taxa de desemprego real que anda perto dos 10%. O capital privado internacional abandona o Brasil, que começa a ser visto pelo mundo inteiro como um país de risco acentuado, sujeito com o aprofundamento da crise, a dar calotes em seus credores. A indústria brasileira está quase parando e o país anda queimando suas reservas internacionais para segurar o preço do dólar.
No âmbito das instituições brasileiras, 2015 mostrou que elas não estão tão consistentes como se imaginava. Há forte corrente da opinião pública tupiniquim que desconfia de um certo bolivarianismo na mais alta corte judiciária do país, cujas decisões, sobretudo as monocráticas, parecem estar muito sintonizadas com os interesses do Palácio do Planalto. O Poder Legislativo Federal já demonstrou no decorrer do ano que passou, ser incapaz de reunir condições políticas para extirpar de suas entranhas os corpos apodrecidos pela corrupção de seus mais destacados membros. Assim, foi formado um cenário institucional que se compõe de um Executivo a esmo, de um judiciário aparelhado politicamente e de um Legislativo que se decompõe pelo apodrecimento de seus dirigentes e lideranças, atolados em malfeitos.
O ano de 2016 abre sob esse cenário. O Brasil, que teve modernamente seus problemas resolvidos através da conciliação de suas elites, vai ter de exigir de suas lideranças, como vimos, quase todas cambaleantes, que se empenhem na busca de uma saída para a crise moral, administrativa, política e econômica em que está atolado. As saídas não parecem tão fáceis e não é sem razão que surgem vozes pedindo intervenção militar e mesmo a mudança do regime de governo para o parlamentarismo. A única coisa que parece ser desastrosa para o país é se realmente essas lideranças apodrecidas conseguirem empurrar para debaixo do tapete a sujeira acumulada. Que não é pouca.
TENSÃOComo foi anunciado pela imprensa internacional, o presidente venezuelano Nícolas Maduro não está disposto a aceitar a vitória da oposição nas últimas eleições. Ontem, ele conseguiu na suprema corte da justiça da Venezuela que os parlamentares vitoriosos em novembro fossem impedidos de tomar posse hoje. A decisão é em caráter liminar, mas demonstra cabalmente que a democracia naquele país já foi para a lata do lixo.
PARECEA decisão da Suprema Corte de Justiça da Venezuela de impedir a posse dos parlamentares legitimamente eleitos em novembro é inédita e inaceitável. No Brasil, a coisa ainda não chegou a esse nível, mas pode chegar. O certo é que já existe muita gente em dúvida se o Brasil se parece com a Venezuela ou é a Venezuela que parece com o Brasil.
DESDOBRAMENTOA questão envolvendo a discussão e a aprovação do Orçamento do estado para 2016 está longe de ser resolvida. Observadores da cena política roraimense estão convencidos de que muita discussão entre governistas e independentes na Assembleia Legislativa ainda está por vir. Os ânimos estão acirrados, inclusive, com o Palácio Hélio Campos.
MUDANÇASPara um bom observador, basta juntar o que dizem isoladamente alguns integrantes do governo para se concluir que, apesar de negada, vem mudança no primeiro escalão da equipe da governadora Suely Campos (PP). A maioria dessas mudanças será por conta da fusão e extinção de alguns órgãos. Há no governo, por exemplo, quem ande defendendo a extinção do IACT – Instituto de Ciência e Tecnologia, que seria transformado em simples departamento da Secretaria de Planejamento.
CODESAIMAOutro órgão que deverá ter mudança na direção é a Codesaima. Ela seria entregue, quase de porteira fechada, para indicações do senador Telmário Mota (PDT). Seria uma espécie de compensação pela perda do senador ocorrida com a demissão do advogado Juscelino Pereira, suplente de deputado federal, da presidência do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). Caso verdadeira a informação, muita gente vai perder cargo naquela estatal.