Bom dia!
Fontes da Câmara Federal indicam que a própria base de apoio do governo interino de Michel Temer (PMDB) começa a desconfiar de que o aumento do limite do déficit público solicitado pela equipe econômica, logo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), já aprovado pelo Congresso Nacional, foi na verdade um cheque em branco para que Temer e seus aliados gastassem mais ainda. Só agora os parlamentares descobriram que um governo interino, e sem legitimidade – o que é diferente de legalidade – precisa de grana para “comprar” e manter apoio político.
Todos ainda estão lembrados que Temer – ainda com Romero Jucá (PMDB) no Ministério do Planejamento – pediu que o Congresso Nacional ampliasse o déficit primário projetado para 2016, por Dilma Rousseff, de R$ 120 bilhões para R$ 170,5 bilhões. O governo interino alegava que o montante projetado por Dilma era irreal, o que forçaria Michel Temer a não cumprir a meta fiscal.
A maioria dos senadores e deputados caiu na esparrela, o que ficou demonstrado pela gastança promovida pelo governo nas últimas semanas. São bilhões de reais torrados para atender a pressões que se exercem sobre o presidente interino, aliás, representante de um aglomerado de políticos conhecidos pela sanha com que avança na captura do dinheiro público.RADIOGRAFIAQuer entender os resultados eleitorais das últimas eleições em Roraima? Então veja esta informação: apesar de Roraima ser o menor colégio eleitoral do país, foi o 6º maior destino dos recursos sujos roubados da Petrobras. Somados os repasses efetuados para o PMDB estadual nas duas últimas eleições (2010 e 2014), chega-se ao montante de R$ 47,6 milhões. Levando-se em consideração o número de eleitores, o valor médio é de RS 96,00, disparado o maior do país. O dobro do segundo colocado, o Estado de Tocantins.
COMPRAEsses números surpreendentes e imorais explicam um pouco a declaração de um delegado que trabalhava como superintendente da Polícia Federal em Roraima, nas eleições para deputados (federais e estaduais) de 2010. Sem nenhum rodeio, o delegado, que representava a polícia judiciária eleitoral naquele pleito, disse: “Em Roraima não se conquista votos. Compram-se declaradamente votos”. Apesar da contundência e da gravidade das declarações, nunca se procurou apurar o crime denunciado.PELA JANELAQuem acompanhou as eleições de Roraima em 2010 ainda está lembrado que, num certo dia, uma equipe da Polícia Federal percebeu um automóvel saindo do escritório político do senador Romero Jucá. Ao empreender perseguição ao veículo, os policiais federais viram quando o condutor jogou uma maleta num terreno baldio e a pegaram, constatando que nela estavam nada menos de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O dinheiro foi apreendido, mas o Tribunal Regional Eleitoral, alegando falta de provas, mandou arquivar o inquérito policial. Coisas de Roraima, que muita gente fica sem entender. JULGAMENTOPor falar na dinheirama que o PMDB despeja em todas as eleições de Roraima, começa hoje o julgamento de uma das ações movidas pelo suplente José Reinaldo (PSDB) contra o mandato do deputado estadual Massami Eda (PMDB). A acusação é de que Eda teria emitido cerca de 1.500 cheques nominais no valor de R$ 100,00 (cem reais), exatamente no dia das eleições (03.10.14), o que poderia ser considerado captação irregular de votos (em linguagem popular, compra de votos). Em Roraima, essa prática criminosa é chamada, eufemisticamente, de “boca de urna”.LAVA JATO?Fonte da Parabólica mandou para nossa redação uma cópia da prestação de conta da campanha eleitoral do deputado Massami Eda. Olhando os números, é fácil constatar que o candidato recebeu uma doação de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) que ajudou a financiar sua campanha. Detalhes curiosos: o depósito caiu na conta da campanha exatamente no dia da votação (03.10.16) e foi feito pela UTC- Investimentos, nada menos que uma das mais envolvidas no escândalo da Lava Jato.INTERESSE?Ora, é difícil saber qual o interesse da UTC na eleição de um deputado estadual em Roraima. É pouco provável que o então vereador Massami Eda tivesse influência para conseguir alguma vantagem para a UTC, em Brasília ou junto à direção da Petrobras no Rio de Janeiro. Logo, tem algum operador por trás dessa transferência, que não é pequena. Não custa lembrar o velho adágio que ensina saber que “jaboti trepado foi obra de uma enchente, ou de mão de gente”.ENROLADAPor mensagem de WhatsApp, recebemos a informação de que a empresa Consignum, contratada pelo Governo de Roraima para prestar serviços de lançamento de débito nos empréstimos consignados a funcionários públicos estaduais, anda toda enrolada com a Justiça e o Ministério Público, lá, no Estado de Mato Grosso, aliás, governado por um ex-procurador da República, Pedro Taques (PSDB). O proprietário da empresa chegou a ser preso preventivamente, sob a acusação de ter pagado propina a funcionários públicos para obter o contrato. Especialistas dizem que esse serviço de lançamento pode perfeitamente ser feito pelo próprio governo, o que diminuiria as despesas do já depenado, financeiramente, servidor público, da ativa ou aposentado.