Bom dia,
E as pressões contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) vindas do exterior são, a cada dia, mais fortes e evidentes. Agora foi a vez dos governos da Alemanha – mais uma vez – e da Noruega. Os dois países decidiram interferir no desenvolvimento da Amazônia com a doação de algo em torno de R$ 3 bilhões para constituir o chamado Fundo Amazônia, destinado ao financiamento de atividades ligadas ao combate ao desflorestamento da região; a estudos e pesquisas sobre ela; e também a projetos mitigadores da interferência humana na região; e, finalmente, ao financiamento de projetos aos chamados povos da floresta.
A doação daqueles dois países europeus veio com a exigência de que a aprovação das propostas estaria a cargo de um comitê gestor onde o governo federal tinha igualdade de deliberação com as organizações não governamentais que integravam o tal Comitê. Pois bem, após cerca de quatro anos de existência, o Banco Nacional de desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – gestor financeiro do fundo – liberou algo em torno de um bilhão de reais, dos quais 50% foram para atender ONGs ambientalistas que operam em vasta rede na região, muitas das quais fazem franca oposição à política ambientalista do novo governo.
O novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, resolveu pôr o dedo na ferida, e decidiu mudar o Comitê Gestor do Fundo Amazônia, começando por retirar de sua composição as ONGs, sob a alegação de conflito de interesses, afinal, elas estavam aprovando projetos para elas mesmas, como se fosse possível a raposa tomar conta do galinheiro. Foi o suficiente para que os embaixadores da Alemanha e da Noruega avisassem ao governo brasileiro de que não aceitariam essas mudanças, ameaçando cortar as doações ao Fundo. O seja, suas doações são para justificar (“comprar”) a intervenção direta na intervenção do governo brasileiro na Amazônia.
Para muitos brasileiros é esse o preço da soberania do Brasil sobre a cobiçada região Amazônica. E lembrando que esses três bilhões são quase uma merreca diante dos bilhões que os governos petistas “doaram” através do BNDES para países flagrantemente falidos, mas governados pela esquerda latino-americana e africana. O novo governo de Bolsonaro diz que vai resistir, e não aceitar tamanha falta de respeito à nossa soberania.
NA CONTRAMÃO
“Roraima está na contramão do índice nacional que teve uma redução”. Quem disse isso, ontem, cá na Folha, não foi nenhum adversário do governador Antonio Denarium (PSL), mas seu secretário estadual de Segurança Pública, o coronel Olivan Júnior. Ele se referia ao crescimento de 10,5% dos chamados crimes violentos, nos primeiros cinco meses de 2019, em Roraima, enquanto no mesmo período no Brasil esses crimes diminuíram substanciosos 24%. Faz muito tempo que secretário de Segurança Pública em Roraima quase não tem função, mas este pelo menos fala a verdade.
VISITAS
Giovani Cruz (diretor de operações de Enerplan), Alexandre Adam Borba (gerente administrativo da Palmanplan), e Lidiani Lenz (administradora da Palmaplan); todos do grupo gaúcho Oleopan, visitaram ontem, a redação da Folha. Vieram trazer boas informações sobre o plantio de Dendê, a produção de óleo bruto da oleaginosa e instalação de uma usina termoelétrica de 11,5 MW, tudo na região Sul de Roraima, tendo como centro de operações a cidade de Rorainópolis. São projetos que deveriam ser conhecidos por empresários, políticos e estudantes locais. Quem sabe essa gente acreditaria mais no potencial de Roraima.
SOLUÇÃO COMPLICADA
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, ontem, quinta-feira (04.06), a política de relações exteriores do Brasil. “Estamos nos aproximando dos maiores países do mundo e colocaremos o Brasil no lugar que ele merece” defendeu. Sobre a Venezuela, o presidente disse que o governo brasileiro está buscando uma solução para a “situação horrível que acontece em Roraima”, estado fronteiriço com o país vizinho. “Nossos irmãos fogem da fome e da violência da Venezuela. O Exército Brasileiro tem feito a sua parte, mas não é fácil encontrar solução rápida”, disse.
AGENDA EM BRASÍLIA
Recém-empossado, ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramosman, teve toda a agenda que estava marcada pelo seu antecessor em Brasília, o general Santos Cruz. Um dos seus primeiros compromissos foi receber o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), que viajou em busca de acordos financeiros com o governo federal.
DEVEDORES
Segundo estudo da Serasa Experian, em maio de 2019 o Brasil registrou um total de 62,8 milhões de brasileiros inadimplentes, o que representa 40,1% da população adulta do país. Em Roraima, mais de 58% da população adulta estava com dívidas atrasadas e negativadas em maio de 2019. O Estado está com as taxas acima da média nacional. O sufoco é geral.
INDICANDO
O ex-senador Romero Jucá, que Bolsonaro disse que se fosse eleito ele não teria coragem de frequentar a cozinha de sua casa, continua se movimentando com ampla liberdade dentro do atual governo. O ex-secretário do Patrimônio da União no governo Temer, Sidrack Correia, de quem já demos a ficha por aqui, virou chefe do Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas da Secretaria de Projetos Especiais. A indicação para aquele importante cargo teria partido da presidência nacional do MDB.