Bom dia,A repercussão entre os produtores rurais, empresários do ramo de produtos agropecuários e mesmo entre alguns políticos, devido ao início da colheita da soja desta safra de 2016/2017, é digna de elogios. Todos estão animados, e juntos devemos nos encher de esperanças de dias melhores para a economia roraimense, sempre na expectativa de encontrarmos uma luz no final do túnel, capaz de guiar nossos passos, para sairmos da infeliz e anêmica economia do contracheque chapa branca. Os mais animados chegam a estimar que, no próximo ano, a área plantada na safra atual de 35.000 hectares chegará a 50.000ha.

É claro, como sempre em matéria de agricultura, a torcida de todos é para que os preços do grão continuem altos e que os custos se mantenham nos níveis atuais. Do ponto de vista do cenário atual da economia mundial e nacional, existem boas expectativas de que a demanda internacional por grãos vai continuar elevada – números indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) continuará crescendo na Ásia, Europa e Estados Unidos -, o que garante, no mínimo, estabilidade de demanda. Com relação aos juros e inflação no Brasil, a indicação é de que não se deve esperar sustos cambiais e aumento da taxa de juros, que são garantidores de custos de produção estáveis.

De qualquer forma, a manutenção e até mesmo o aumento da taxa de crescimento do agronegócio roraimense só será sustentável se os políticos e autoridades públicas do Estado fizerem sua parte. E dois pontos são fundamentais para que isso ocorra: o início efetivo do programa de regularização fundiária no Estado – que se encontra parado, com todos os indícios de boicote na Casa Civil da Presidência da República – e resolução das questões pendentes para o efetivo início da construção do Linhão de Tucurui, também parado em função da fragilidade do governo Michel Temer (PMDB) no enfrentamento ao aparato ambientalista-indigenista, que é contra a obra.BASTA QUERERAinda repercute as críticas da governadora Suely Campos (PP) ao senador Romero Jucá (PMDB) sobre a questão do processo de regularização fundiária estar retido na Casa Civil da Presidência da República. Ontem, o subsecretário da Casa Civil do Governo de Roraima, Shiská Pereira, mandou, via WhatsApp, nota para a Coluna nos seguintes termos: “Acredito que com quatro veículos de comunicação, duas décadas de liderança e influência junto ao governo federal, 24 anos de mandatos não lhe seria complicado resolver o problema de regularização fundiária de Roraima”. SEM ARTICULAÇÃOA princípio, a governadora Suely Campos teria como aliados na bancada federal os deputados federais Hiran Gonçalves (PP), Jonathan de Jesus (PRB) e a senadora Ângela Portela. O primeiro é o presidente regional do partido da governadora; o segundo por sua ligação com o deputado estadual Mecias de Jesus, líder de um dos blocos de apoio ao governo na ALE; e a terceira por sua ligação histórica com o grupo político da governadora.  Apesar disso, até agora a governadora está solitária na sua luta contra o senador Romero Jucá, a quem ela acusa de trabalhar contra os interesses do governo estadual junto ao Palácio do Planalto. Uma fonte da Parabólica diz que o isolamento da governadora decorre da falta de articulação política entre a bancada e o governo.INTELIGENTEComo foi divulgado ontem, aqui, na Folha, o governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Planejamento, decidiu acatar a decisão judicial – sem recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF) 1ª Região – de abrir consulta para que as comunidades indígenas sejam ouvidas sobre o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). E a equipe técnica do governo encontrou uma solução simples e inteligente para atender a decisão judicial, sem comprometer muito o cronograma dos trabalhos. Vão ser ouvidas em audiência pública, a ser realizada no auditório da Universidade Estadual de Roraima (UERR), no próximo dia 12 de setembro, todas as organizações expressivas que dizem representar as comunidades indígenas do Estado.MUDANÇASAinda no domingo, 03, quando confirmou seu apoio ao governo de Suely Campos, o deputado estadual Jânio Xingu (PSL) disse à Coluna que tem fundadas esperanças de que a nova base de apoio do governo estadual na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) será capaz de influenciar a administração estadual com novas ideias e condutas de governo, resgatando a confiança da população. Xingu disse preferir um segundo mandato de Suely Campos, com correção de rotas, do que entregar o governo do Estado nas mãos de quem já demonstrou não ter compromissos de fato com o futuro do povo roraimense.ACERTAMOSAliás, ontem, em nota publicada aqui, na Parabólica, acertamos de novo ao antecipar os nomes dos deputados estaduais Coronel Chagas (PRTB), Joaquim Ruiz (PODEMOS) e Odilon Filho (PEN), que também seguiriam da oposição para a base de apoio ao governo na Assembleia Legislativa, como fez o deputado estadual Jânio Xingu (PSL). Em função da chegada desses parlamentares à base governista, fontes da Parabólica garantem que haverá mudanças pontuais no primeiro escalão dos auxiliares da governadora Suely Campos.MUDANÇAS  Segundo essas mesmas fontes da Parabólica, a probabilidade de ocorrerem mudanças na equipe do primeiro escalão do governo estadual é maior na Secretaria Estadual de Administração e Gestão (Segad), na Fundação do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e na Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima). Também deve ser redesenhada a Secretaria Estadual de Articulação Municipal.