Parabolica 05 11 2014 239

Bom dia! “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele” – Immanuel Kant A corrupção e a impunidade são tão endêmicas em Roraima que parece que a entrevista do presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima, Wilson Franco, na sexta-feira passada, entrou por um ouvido dos políticos (e demais autoridades) e saiu pelo outro. Não houve sequer um comentário, a não ser as indignações de internautas nas redes sociais. Wilson Franco foi bem claro: um dos maiores problemas na saúde de Roraima é a falta de gestão e a corrupção nas secretarias de Saúde. As palavras deles foram ditas no auditório do CRM-RR (Conselho Regional de Medicina em Roraima) durante uma entrevista coletiva. “As secretarias são loteadas e depois rateadas. E os desvios de dinheiro servem para eleger políticos. Isso tem que acabar e colocar profissionais da área para gerir as secretarias e ter respeito pelo paciente, começando pelo recurso que deve ser aplicado e pelo gestor de Saúde, que deve ter noção no trato da coisa pública”, enfatizou o profissional. O médico sindicalista frisou que o paciente está pagando uma conta muito alta para não ter um atendimento de qualidade e disse ainda que o médico deve exercer a profissão e defender os recursos direcionados à Saúde. Ou seja, ele quer comprometimento da categoria para combater a corrupção no setor. “Falta seriedade na gestão, principalmente na Saúde. E faço um apelo: se tem que fazer corrupção em algum lugar, que se faça em qualquer lugar, menos na Saúde. O dinheiro da Saúde cheira a sangue, a sofrimento, a lágrimas de pessoas que muitas vezes estão indefesas. Que não faltem medicamentos naquele momento mais doloroso ao paciente!”, pediu. As palavras de Wilson Franco são de desespero. Ele chegou ao ponto de implorar: “Se querem roubar, que façam isso em outro lugar. Na Saúde não”. Não há mais o que explicar ou traduzir algo para que esse recado seja entendido. Mas é isso mesmo. Chegamos ao ponto de aceitar que a corrupção ocorra em outros setores, mas imploramos que a Saúde seja poupada. É o fim da picada! VIAGEM A prefeita Teresa Surita (PMDB) foi descansar em Paris. A Câmara Municipal de Boa Vista a autorizou a viajar para o exterior, na sexta-feira, com retorno para o dia 11, mas a oposição não está livre de monitoramento, como alguns pensavam. Mesmo de férias, ela recebe todas as informações em tempo real, via celular, por meio do WhatsApp. Os vereadores de oposição queriam aproveitar a ausência dela para tentar antecipar a votação da nova Mesa Diretora, mas não conseguiram. INSATISFAÇÃO Os servidores municipais não estão nem um pouco satisfeitos com o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) apresentado pela Prefeitura de Boa Vista. Somente médicos, técnicos em enfermagem e enfermeiros conseguiram ganhar benefícios. Para indignar mais ainda as demais categorias, os técnicos em enfermagem e enfermeiros que trabalham em hospitais terão redução de carga horária, para 30 horas semanais. Aqueles profissionais dessas duas categorias que atuam em postos de saúde receberão acréscimo salarial de R$ 500,00 e R$ 1.200, respectivamente. CONSOLO Às demais categorias restou o consolo de 5% de reajuste salarial, índice que será concedido a todos indistintamente, como ocorreu com os 6% concedidos em fevereiro deste ano. Na área da saúde, a insatisfação é geral entre farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e outros, que ficaram com o mesmo tratamento de analistas municipais. Ou seja, haverá muita discussão pela frente até o projeto chegar à Câmara. PREOCUPAÇÃO 1 Pais de alunos estão preocupados com a transformação do prédio do Centro Sócio-Educativo (CSE), no bairro Asa Branca, em um local para abrigar presos do regime semi-aberto. Eles dizem que é notória a participação de detentos desse tipo de regime em assaltos e tráfico de drogas na Cidade, uma vez que eles têm permissão para supostamente trabalhar durante o dia e só devem retornar à noite. PREOCUPAÇÃO 2 A preocupação é que nesse setor do bairro existem duas escolas estaduais bem próximas, a Jaceguai e a Alcides Lima, além da Casa do Estudante. Os pais temem por possíveis ações de traficantes e outros tipos de criminosos que poderão ser atraídos por esse albergue improvisado. Nesse setor do bairro, há alguns terrenos baldios, construções abandonadas e, à noite, a iluminação é precária. RELATOR O senador Romero Jucá (PMDB) anunciou para a imprensa, na quinta-feira passada, que será o relator-revisor da Medida Provisória 657 de 2014 que reformula as carreiras dos policiais federais, como delegados, agentes, escrivãos, peritos e papiloscopistas. No e-mail enviado aos jornais, informou que a matéria foi aprovada na Comissão Mista e que será de grande importância porque fará alterações relevantes para a carreira de delegado. TEXTO Editada pelo governo no dia 14 de outubro, a MP garante a exclusividade aos delegados para assumir todos os cargos de direção da Polícia Federal, inclusive o mais alto, de diretor-geral, cuja indicação é feita pelo presidente da República. Os pretendentes a delegados terão que comprovar experiência judicial ou policial de três anos – a única exigência até agora era a formação em Direito. A matéria segue agora para Câmara e posteriormente para o Senado, onde o relatório será reapresentado pelo senador Jucá. PETROBRAS Citado pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, como um dos beneficiados pelo propinoduto daquela estatal, não seria incompatível o cargo de relator desta Medida Provisória? Afinal, Jucá é um dos alvos das investigações que estão em curso pela Polícia Federal para apurar as fortes denúncias de corrupção na maior estatal brasileira. ALMOÇO Depois de empenharem-se na campanha eleitoral contra a oposição, alguns delegados que estiveram mais ativos nessa ação agora estão tentando manter privilégios no novo governo que eles tanto combateram. Há deles que estão até organizando um almoço para a governadora eleita Suely Campos (PP). Além disso, há gente até correndo atrás de parlamentares eleitos para tentar articular nomeação na Delegacia-Geral na Polícia Civil. Coisas da política.