Bom dia,
Quem ouviu ontem, domingo (04.11), o programa Agenda da Semana, na Rádio Folha FM 100.3/AM 1020, deve ter gostado da entrevista concedida pelo recém-eleito deputado estadual José Nilton (Patriota), também conhecido como Nilton do Sindipol. Quando falou de seus colegas de categoria, o deputado eleito chegou às lágrimas lembrando que muitos deles já não têm o que comer, e passam vexame empurrando para depois as contas que vencem, e ainda tendo de emprestar dinheiro de parentes, amigos, bancos e até de agiotas para pagar despesas inadiáveis. Ele próprio, e a esposa, perita criminal, estão há mais de 60 dias sem receber.
Faz muito tempo que não se ouvia um político falar com tanta firmeza e convicção sobre o que significa a representação política de um parlamentar. Nilton lembrou que apoiou a eleição do novo governador Antonio Denarium (PSL), que vai torcer para que ele faça um bom governo, vai apoiá-lo no que for possível, e enquanto estiver voltado para o bem comum, mas deixou claro que entende ser sua principal tarefa representar o interesse comum, o que significa exercer o mando que lhe foi confiado com postura crítica, quando ele for necessário. O novo deputado diz com todas as letras que não entrou na política atrás de dinheiro e sabe que o cargo que lhe foi dado pelo voto popular também pode lhe ser retirado.
Muita gente ficou esperançosa de que ele não mude de postura, e que outros lhe possam fazer companhia nesse ideário de não trair a confiança dos eleitores. Os desafios dos novos parlamentares são imensos, a começar pela votação do orçamento estadual para 2019, uma peça quase de ficção, se não forem feitos esforços conjuntos de todos os poderes e órgãos do estado. As receitas são claramente insuficientes para cobrir despesas essenciais, e se não forem realizados cortes em todos os setores, de todos os poderes e órgãos, vamos ter um 2019 com jeitão de 2018.
DIFERENÇA
Quem está acompanhando o noticiário político nacional e local pode ver uma grande diferença de estilos entre o presidente eleito Jair Bolsonaro e o governador eleito de Roraima, Antonio Denarium. O primeiro é mais falante, diz sem muito rodeio o que pensa e o que vai fazer, e já está montando sua equipe de primeiro escalão. O governador eleito é mais silencioso, mantém uma conduta bem discreta, e ainda não deu qualquer indicação de nomes para compor seu governo que inicia daqui a menos de dois meses.
PODE SER
Está previsto para esta semana, o primeiro encontro entre o governador eleito Antonio Denarium e a governadora Suely Campos para discutir o governo de transição. Como terá que indicar uma equipe para dialogar com o atual governo, é possível que o governador eleito possa dar as primeiras informações sobre sua equipe de assessores. É comum que o coordenador da equipe de transição, indicado pelo governador eleito, seja um dos nomes para a Secretaria de Planejamento ou para a Casa Civil. Pode ser que esta semana o segredo comece a ser desvendado.
AUMENTARAM
Segundo o relator do orçamento estadual para 2019, o deputado estadual soldado Sampaio (PCdoB), entre os anos de 2013 e 2018, todos os poderes e órgãos do estado, exceto o poder executivo, tiveram aumentos substanciais nos valores de seus orçamentos, inclusive, aumentos maiores do que a expansão das receitas estaduais. O campeão desses aumentos foi o Ministério Público de Contas que expandiu sua verba anual naquele período em mais de 80%. O segundo lugar ficou com o poder judiciário cuja verba cresceu 45%, contra um aumento total de 32%, no mesmo período das receitas estaduais.
O MENOR
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3/AM 1020, o deputado estadual Soldado Sampaio, relator do orçamento estadual para 2019, que é formado em Contabilidade pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), disse que no período de 2013 a 2018, o único poder cuja verba cresceu menos que o crescimento da receita total do estado foi o executivo. Contra um aumento de 32% das receitas totais estaduais, a verba destinada ao executivo cresceu 29%.
MOTIVOS
O parlamentar disse que o descontrole das despesas de pessoal, especialmente por conta da implantação de diversos planos de cargos e salários; a falta de uma reforma administrativa – que o atual governo anunciou várias vezes e desistiu no meio do caminho –; a perda relativa de receita; e o crescimento das despesas, foram, na opinião de Sampaio, motivos que levaram as finanças do estado ao descalabro atual. Ele entende que a remoção desses problemas só será possível com a contribuição de todos.
PARTICIPAÇÃO
Na entrevista que concedeu, ontem, domingo (04.11) ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3/AM 1020, o advogado criminalista Ednaldo Vidal, candidato único à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Roraima (OAB-RR), disse que as advogadas mulheres representam 51% dos profissionais inscritos na instituição, que conta hoje com 2.078. Já a participação das mulheres advogadas na futura diretoria chega a 66%, o que no olhar dele reflete o justo e necessário prestígio que elas merecem. A eleição da OAB-RR acontece no próximo dia 23 de novembro.