Bom dia, “A política é a condução dos negócios públicos para proveito dos particulares” – Ambrose Bierce CRÉDITO Quem pensa que o deputado Chico Guerra (Pros) não deu expediente nas quase 24 horas como governador tampão está redondamente enganado. Ele exerceu o poder do cargo ao assinar o Decreto Nº 17.985-E, publicado no Diário Oficial do dia 02, que foi ao ar ontem, autorizando um crédito suplementar para a Assembleia Legislativa, que é presidida pelo próprio Guerra, no valor de R$10,4 milhões. DINHEIRAMA Na semana passada, o Legislativo já havia recebido verba adicional de R$5 milhões, conforme informou a Parabólica, o que significa que a Casa recebeu R$15,4 milhões em menos de uma semana, ou seja, são quase R$180 milhões em recursos só nesse exercício. Resta saber a destinação de toda essa dinheirama. Sem contar que os demais poderes e órgãos lutam por créditos suplementares para honrar seus compromissos de fim de ano com seus quadros de servidores, mas até agora só ouviram um sonoro “não”. VIAGEM Depois de assinar o crédito adicional para a Assembleia, Chico Guerra viajou para Brasília a fim de receber uma medalha por seus serviços prestados em favor de garimpeiros. Porém, fontes da Coluna informaram que ele foi visto tratando do recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que confirmou a cassação do registro de sua candidatura, nas eleições deste ano, com base na Lei Ficha Limpa.   INDICAÇÃO Tanto Chico Guerra quanto o secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento, Sérgio Pillon, que também assinou o crédito suplementar, disputam indicação para assumir a Agência Reguladora de Serviços Delegados, cuja indicação tem um mandato de cinco anos. Não por coincidência, é a Assembleia Legislativa quem tem o poder de referendar o nome do dirigente da Agência Reguladora. DESCONTROLE     A confusão no Plenário da Câmara dos Deputados, na sessão do Congresso Nacional de terça-feira, quando servidores que estavam na galeria do Plenário foram agredidos por seguranças da Casa, foi apenas um dos episódios lamentáveis sobre a apreciação do projeto de lei que autoriza o descontrole de gastos do governo e derruba a meta fiscal para 2014, cujo texto-base foi aprovado na madrugada de ontem. MAQUIAGEM Antes disso, na semana anterior, na Comissão de Orçamento, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) abriu o verbo contra o senador Romero Jucá (PMDB), o acusando de maquiar as atas sobre o projeto de lei para tentar livrar o governo do PT e a presidente Dilma Rousseff de crime de responsabilidade por não cumprir a meta fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).  Disse que essas atas teriam a mesma fragilidade que os balanços da Petrobras. Caiado acusou o senador do PMDB de desrespeitar o Congresso ao manipular as atas criando uma figura fictícia de “superávit negativo”. FICÇÃO Isso significa que, depois de ter feito oposição a Dilma nas eleições deste ano, Jucá voltou com força total no apoio ao governo. O deputado do DEM disse que conhece a “capacidade de Romero Jucá de se adaptar ao governo”. “É impressionante ouvir lição de economia de Romero Jucá, que criou uma nova figura que jamais vi: superávit negativo. Vai se somar tudo aquilo que ele deu de desoneração no investimento do PAC [Plano de Aceleração de Crescimento] e tem-se um ‘superávit negativo’. É isso?”, criticou. MANIPULAÇÃO Ronaldo Caiado, em tom austero, afirmou que sabia o motivo dessa manipulação. Disse que o governo de Dilma, com ajuda de toda base do governo, usou de todos os artifícios para esconder da sociedade brasileira a verdade sobre o que o Brasil vivia, mentindo sobre a inflação, a miséria, o tarifaço do combustível e da energia elétrica e sobre a LDO. Conforme o parlamentar, o governo petista poderia mentir sobre tudo, menos sobre a LDO e o Orçamento. A VOLTA O deputado do DEM afirmou que objetivo de Jucá não era ajudar a base governista a aprovar o projeto de lei para “fazer um ajeitamento na LDO”, e sim tentar livrar a presidente Dilma de crime de responsabilidade por não cumprimento da peça orçamentária ao não conseguir atingir o superávit fiscal. Para ele, o envio do projeto foi uma forma de encobrir o crime e de manter a mentira pregada ao povo brasileiro. É a volta soberana de Jucá à base governista. A FAVOR Cinco deputados federais da bancada de Roraima votaram a favor da chamada “Lei do Calote”, que teve seu texto-base aprovado na madrugada de ontem. São eles: Chico das verduras (PRP), Édio Lopes (PMDB), Jhonathan de Jesus (PRB),  Luciano Castro (PR) e Berinho Bantim (SD). PARIS Bem que tentaram decidir a secreta eleição da diretoria do Sebrae local bem longe de Roraima. Na última semana do mês que se passou, quatro conselheiros daquela instituição viajaram para Paris supostamente para um intercâmbio no país da Torre Eiffel. De lá, estranhamente, já voltaram dizendo que até os nomes de quem está na disputa pelos cargos seria sigiloso. Nem mesmo um dos candidatos estava conseguindo saber quem seriam seus concorrentes antes do pleito.   NOMES Embora não haja chapas e a votação seja independente por cargo, a disputa está sendo feita como se houvesse dois grupos compostos. Em uma das composições, concorrem para o cargo de superintendente Luciana Surita; para diretor administrativo financeiro Maria Cristina Andrade; e, para diretor técnico Alberto Almeida Costa. A outra composição é a seguinte: para superintendente Raul Prudente; para diretor administrativo Almir Sá; e, para diretor técnico, Alzir Mesquita. DISPUTA Até ontem à noite, a composição encabeçada por Raul Prudente já computava votos suficientes para vencer o grupo oponente, encabeçado pela filha da prefeita Teresa Surita e com o apadrinhamento do senador Romero Jucá (PMDB). Mas, hoje é outro dia e há se considerar que essa disputa está sendo levada para o campo do poder político depois das eleições deste ano e já visando o próximo pleito. Sem contar que os conselheiros falam que está em jogo o projeto da construção da nova sede do Sebrae, orçada em R$30 milhões.