Parabólica

Parabolica 06 01 2015 465

Bom dia, “Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos” – Friedrich Nietzsche FAXINA No sábado pela manhã, a governadora Suely Campos (PP) foi obrigada a convocar uma equipe de auxiliares para realizar, literalmente, uma faxina geral em todas as instalações do Palácio Senador Hélio Campos. Segundo fontes da Coluna, nem as teias de aranhas eram espanadas por lá já há algum tempo. SUJEIRA Não foi apenas no Palácio do Governo que estavam as marcas do desleixo e do abandono da administração pública. Em várias secretarias foi encontrada muita sujeira, banheiros quebrados, falta de conservação de móveis e até mesmo de locais sem condições de trabalho. A Secretaria de Comunicação, por exemplo, sequer dispunha de internet. Na Secretaria de Infraestrutura, que ocupa um prédio antigo no bairro Canarinho, não há banheiro e nem telefone sequer para o secretário. DESPEJO A Secretaria Estadual da Gestão Estratégica e Administração (Segad) terminou o ano com ameaça de despejo por falta de pagamento do aluguel. Uma dívida de quase R$60 mil ficou acumulada desde abril, quando o órgão deixou de pagar a locação do prédio de uma faculdade particular. O problema ficou para a nova administração resolver. ESTRESSE 1 Tornou-se público o estresse ocorrido entre a governadora Suely Campos e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR), deputado Jalser Renier (PSDC), minutos antes da cerimônia de posse naquela Casa legislativa, no dia 1º. ESTRESSE 2 Tudo ocorreu em torno do atraso do início da solenidade. Como tinha outros compromissos naquele dia, a governadora falou a Jalser Renier que queria iniciar logo a cerimônia. O parlamentar retrucou dizendo que a Assembleia tinha um rito, que ele seria cumprido e que o presidente da Casa não abriria mão de sua autoridade a ninguém. CONCILIATÓRIO As poderosas antenas da Parabólica captaram a informação de que Jalser Renier teria escrito um longo pronunciamento no qual revelaria o desejo da nova Mesa Diretora da Casa em manter um relacionamento harmônico e de cooperação, mas com independência em relação ao Executivo. IMPROVISO O estresse criado em torno do incidente fez com que o presidente da Assembleia Legislativa abandonasse o discurso escrito. O parlamentar pronunciou uma curta fala de improviso, já que o tom conciliador que ele pretendia adotar foi quebrado com o estranhamento com a governadora minutos antes. O MESMO O curioso disso tudo é que também a governadora Suely Campos revelou a assessores que pretendia durante o evento de sua posse fazer sua fala em tom conciliatório, pregando a harmonia, cooperação e independência entre os poderes. O estresse abortou essa pretensão, pelo que se viu. ESGARÇAMENTO Devido aos ecos provocados pelo episódio, é possível que as primeiras reações da Assembleia Legislativa em relação ao Palácio Senador Hélio Campos – e deste em relação à ALE – sejam de esgarçamento político. E o primeiro deles pode ser, conforme o que pôde captar as poderosas antenas da Parabólica, a criação de um imbróglio político com relação à nomeação da delegada Haydée Magalhães para a Delegacia-Geral da Polícia Civil. DELEGADOS Na manhã de ontem, um grupo de delegados esteve na Assembleia Legislativa levando na algibeira a Lei Orgânica da Polícia Civil, que reserva a função de delegado-geral a integrantes da classe especial daquela categoria. Sinal de que a categoria não aceita o nome indicado pelo Palácio do Governo. OUTRO Outro ponto de tensão entre o Palácio Senador Hélio Campos e a Assembleia Legislativa pode ocorrer quando da discussão e aprovação dos titulares já nomeados e empossados das entidades da administração direta do Governo do Estado. O governo poderá enfrentar muita dificuldade em aprovar esses nomes. ASSUMIU Conforme antecipou a Parabólica, o publicitário Weber Negreiros já assumiu a Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista. Ele vai, daqui para frente, cuidar da imagem da administração municipal. BLOCOS A oposição ao Governo do Estado na Assembleia Legislativa já tem formado um bloco monolítico de 16 deputados. Restam, portanto, uma minoria de oito deputados que devem compor o bloco de apoio ao Executivo. O líder desse grupo ainda não foi indicado pela governadora Suely Campos. INUSITADO Esta composição na ALE, onde até aqui, pelo menos, é majoritariamente oposicionista, é um fato inédito na história daquela Casa legislativa. Nas legislaturas anteriores, a quase unanimidade dos parlamentares ficava como correligionários de ocupantes do Palácio Senador Hélio Campos. TAMPÃO 1 O afastamento de parlamentares na Câmara Federal no início do ano fez a Mesa Diretora daquela Casa convocar 23 novos deputados federais para um mandato tampão de um mês. Márcio Junqueira (Pros) será um deles a assumir para receber o salário integral de R$26,7 mil e com direito à verba de gabinete. Eles já foram empossados, mas a Câmara não terá sessões em janeiro, ou seja, receberão sem trabalhar. Os novos eleitos só irão assumir seus cargos em fevereiro. TAMPÃO 2 Os mandatos surgiram com a saída de deputados para assumirem mandatos de governador e de vice ou cargos nos governos estaduais e federal. No caso de Junqueira, ele era suplente de Paulo César Quartiero (DEM), que assumiu o cargo de vice-governador em Roraima. A Câmara deu posse a esses parlamentares na semana passada. Além do salário integral de R$ 26,7 mil, eles vão usar R$78 mil para montar gabinete e contratar assessores, o que significa R$ 104,7 mil por menos de 30 dias na Câmara. TAMPÃO 3 No Senado, pelo menos quatro suplentes assumiram a vaga para ficar no cargo por apenas um mês. Eles terão direito de receber em janeiro o salário de R$ 16.512,09 e poderão usufruir da verba indenizatória mensal de R$ 15 mil, além da cota de passagens aéreas, auxílio-moradia de R$3.800,00, gastos ilimitados com telefone celular e ressarcimento integral de qualquer despesa médica ou odontológica. No lugar do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), que não se reelegeu e assumiu com o secretário do Governo de Roraima, tomou posse o suplente Sodré Santoro.