Bom dia,
Hoje é quarta-feira (06.04). A perda de emprego no Brasil não pode ser atribuída apenas às dificuldades criadas pela pandemia de Covid19. A atual crise apenas agravou um processo que vem desde a década dos anos oitenta do Século passado quando o Brasil passou a ser inserido no processo de mundialização do comércio de mercadorias e serviços como exportador de comodities agrícolas e minerais com pouco valor agregado, retornando a uma trajetória que prevalecia no país nas primeiras décadas do Século XX. Essa volta do Brasil ao passado de atraso foi acelerada pela importação de produtos industrializados e de gastos com o resto do mundo pela importação de equipamentos e de serviços derivados a indústria de informática e eletrônica de alta tecnologia.
O resultado mais visível da inserção dos brasileiros e das brasileiras neste mundo desenhado pelas grandes economias mundiais foi a desindustrialização do Brasil. Nas últimas décadas gastamos montanhas de divisas acumuladas pelo setor exportador de comodities pagando importação até de simples bugigangas, como fita pegadora de moscas, trazidas especialmente da China, e na contramão do que fizemos em 50 anos de processo de industrialização – dos anos 30 aos anos 80 do Século passado-, o Brasil passou a trocar empregos de qualidade na indústria por postos de trabalho sem qualificação nos setor de serviço. Foi assim, que conseguimos produzir um estoque de cerca de 40 milhões de patrícios e patrícias desempregados/desempregadas e desalentados/desalentadas, agravando a desigualdade econômicossocial no país.
Assim, eventuais tentativas de criação de empregos com estímulo a atividades do setor de serviço, sem incorporação de tecnologia, geram postos de trabalho efêmeros transformando os resultados finais em algo parecido ao voo da galinha, isto é, curto e rápido. Isso é válido até mesmo para o setor de construção civil, que necessita de políticas públicas permanentes para manter-se aquecida. São empregos fluídos, com baixa remuneração, que achatam o rendimento médio dos brasileiros e das brasileiras. Foi assim, com as iniciativas do governo Lula da Silva (PT) a quando da crise internacional de 2008 e agora com a substancial liberação de recursos fiscais pelo governo de Jair Bolsonaro para minimizar, como de fato, minimizou os perversos efeitos da pandemia de Covid19.
Todas essas considerações, a Parabólica faz para que os eleitores e as eleitoras brasileiras reflitam sobre os temas que já começaram a ser discutidos na campanha presidencial que já está na imprensa e nas redes sociais. É preciso distinguir propostas de mudanças estruturais capazes de reverter à tendência de desindustrialização do Brasil, com a retomada da economia rumo às exigências de mundo que experimenta a economia da quarta geração. Tomara que os votos nos livrem de políticos que dizem, e fazem, a mesma coisa faz 40 anos.
PRAZO FINAL
Há uma razão para que os dirigentes partidários locais escondam as relações de pré-candidatos, especialmente a deputados federais e deputados estaduais, para as próximas eleições. O prazo para que os partidos encaminhem a relação atualizada de filiados à Justiça Eleitoral termina no dia 12.04, próxima terça-feira. Até lá, novos filiados podem ser inseridos, inclusive, que já está filiado nalgum partido e desejar mudar, desde que seja uma coisa combinada com os dirigentes. Não é sem razão que a tal da nominata que surge em decorrência de informações de bastidores muda a cada dia. Tem gente esperando o último minuto para tomar a decisão definitiva. Coisas do Brasil, e dos políticos que o povo elege.
EMBATE
Além de guerra de pesquisa, os contendores pelo governo de Roraima andam ultimamente exibindo o apoio de algumas lideranças empresariais. O mais interessante é que, nalguns casos, a mesma liderança empresarial é exibida por contendores diferentes. A estratégia dos marqueteiros deve estar ligada à consolidação de algumas empresas locais e de muita gente que está vindo para Roraima de olha nas oportunidades surgidas por conta da garimpagem, do mercado com a Venezuela e também por conta do agronegócio. Pode até funcionar, mas empresários não costuma mostrar cara em matéria de opção político/eleitoral.
SURPRESA 1
Nesse clima de mudanças de partidos, alguns políticos surpreendem pela decisão de permanecer nas siglas pelas quais foram eleitos. É o caso do deputado federal, Ottaci Nascimento, que foi eleito e permanece no Solidariedade pelo qual também foi candidato a prefeito de Boa Vista. É também o caso do deputado estadual Coronel Gerson Chagas, presidente do PRTB estadual – que inclusive perdeu seu filiado nacional mais ilustre, o vice-presidente da República Hamilton Mourão que foi pra o PRB-, e que deverá disputar a reeleição pelo mesmo partido. Devem ter cartas na manga para enfrentar o problema da divisão de vagas.
SURPRESA 2
Outra surpresa é a filiação do deputado estadual Diego Coelho no Solidariedade. Declarado apoiador da candidata Teresa Surita (MDB), Coelho vai disputar a eleição por um partido da base de apoio do governador Antônio Denárium (PP). É complicado entender essas coisas. Ou será que o Solidariedade não está tão fechado assim, com o governador Antônio Denárium? Afinal, o partido também pode abrigar uma eventual candidatura do ex-deputado estadual Jálser Renier, caso ele consiga contornar seus problemas de inelegibilidade.
DEFINIDOS
O Partido Podemos em Roraima definiu os nomes dos pré-candidatos que irão disputar um cargo eletivo nas Eleições 2022. Ozeas Colares irá concorrer ao cargo de senador. Ao cargo de deputado federal concorrerão: Luciano Castro, que é presidente da sigla no Estado, Raul Lima, Carlos Andrade e Maria Helena Veronesse (que já foram deputados federais); Marília Pinto (ex-deputada estadual); Jorge Frade; Pastor Deusailto; Sargento Priscila e Professor Erik Souza. Para deputado estadual irão concorrer: Odilon Filho e George Melo (candidatos à reeleição), Joilma Teodora e mais outros 23 candidatos.
APRESENTAÇÃO
Todos os candidatos pelo Podemos em Roraima serão apresentados no dia 19 deste mês, a partir das 19h, em evento com local a ser definido. Estarão presentes a presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), o senador Álvaro Dias (PR); o ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, candidato a deputado federal pelo Paraná, entre outros parlamentares.