Bom dia,

O governador Antonio Denarium (PSL) faz andanças por alguns municípios do interior do Paraná mirando as mais bem-sucedidas cooperativas de produtores daquele estado sulista. Acompanhado de seus mais próximos assessores, o governador tenta “vender” Roraima como a nova fronteira agrícola do Brasil, na esperança de que alguns produtores venham a se interessar em trazer investimentos para o Estado, e com isso turbinar o agronegócio local, que para ele e sua equipe é a saída mais visível para superar a quase falida economia do contracheque chapa-branca.

São algumas as vantagens competitivas que podem atrair investidores no setor agrícola roraimenses: a estação chuvosa local, que ocorre em período diferente do restante do país, o que implica que nosso plantio ocorre na entressafra dos outros estados; o preço da terra nua, aqui bem menor que nas outras regiões produtoras; a oferta de crédito público a juros baixos – só o Banco da Amazônia dispõe de cerca de R$ 280 milhões este ano – e a possibilidade de produtividade e qualidade de alguns produtos locais potencialmente melhores que no restante do país. São, de fato, fatores de atração de quem quer produzir neste extremo Norte do país.

É claro, assim como existem fatores de atração – chamados na física de centrípetos – há também uma série de fatores que tendem a expulsar esses mesmos potenciais investidores – sãos os chamados fatores centrífugos – e a resultante das somas desses fatores, é que enfim, pode significar a vinda de empreendedores, ou não, para o setor agropecuário roraimense. Até agora, apenas os incentivos da Área de Livre Comércio de Boa Vista têm, de fato, atraído para a economia local – especialmente para o setor de serviços e comércio – investimentos de empresários de fora, e locais, que têm turbinado o crescimento econômico de Roraima, que nos últimos anos tem uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) maior que a nacional.

É claro, ninguém de boa fé pode criticar o governador nessa tentativa de atrair empresários do agronegócio para Roraima, mas seria também positivo que seu governo também se preocupasse em estimular o empreendedorismo local, que morre à míngua pela falta estímulos consubstanciados numa política de governo realmente facilitadora para os negócios locais. Até agora, nenhuma novidade em matéria de política de governo foi apresentada pela atual administração estadual. Nem mesmo medidas desburocratizantes, que vão desde a simplificação da burocracia, passando pela política ambiental e dos imensos controles estatais que sufocam quem deseja empreender em Roraima. Está na hora de olhar o próprio umbigo.

INTERIORIZAÇÃO 

A Igreja Católica quer ampliar o acolhimento aos migrantes da Venezuela que pedem abrigo oficial ou cruzam a fronteira para se abrigarem no Brasil. O assunto foi um dos abordados durante o segundo dia da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se realiza em Aparecida, interior de São Paulo. O bispo de Roraima, dom Mário Antônio da Silva, disse que a entrada de venezuelanos aumentou depois que o presidente interino Juan Guaidó tentou derrubar o ditador Nicolás Maduro. Segundo ele “É preciso distribuir essa população pelo país e dar acolhimento a ela, assim não fica pesado para ninguém.”

AMIANTO 

Durante uma comitiva na cidade de Minaçu, estado de Goiás, senadores visitaram trabalhadores de mineradoras e solicitaram a volta da liberação do amianto. A produção e venda do minério foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há dois anos, após a comprovação de o produto ser cancerígeno. Os senadores defendem a volta da mineração com a afirmativa que geraria mais empregos. Entre os parlamentares estava o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) que relatou: “os trabalhos científicos estão aí mostrando que não existe nenhum problema que causa câncer como foi justificado para o seu fechamento”, comentou em vídeo publicado no perfil do Senado Federal. O comentário e a visita pegaram mal.

O MECANISMO

A série de sucesso da Netflix, ‘O Mecanismo’, está de volta, na segunda temporada. Criticada em sua primeira temporada por atirar contra Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Michel Temer, a série, sem medo de desferir novos golpes contra políticos, tanto de esquerda quanto de direita, acerta um político de Roraima, que já foi parlamentar.

LISTA

Logo na abertura, totalmente reformulada, a nova vinheta é embalada pela música Reunião de Bacana, regravada por Bezerra da Silva (1927-2005), conhecida pelos versos “se gritar ‘pega ladrão’, não fica um, meu irmão”. Enquanto a música toca, são mostrados vídeos de vários políticos, empresários, doleiros e empreiteiros. Estão na lista de O Mecanismo, nomes que atravessam a história da política no Brasil, de Tancredo Neves (1910-1985), ao próprio Michel Temer, passando por José Sarney e Romero Jucá. Ao mesmo tempo, imagens de prédios de Brasília vão sendo cobertos por uma mancha que simula lama, uma crítica nada discreta à situação política do país.

NOSSO

Só no último pagamento de precatório a professores sindicalizados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (SINTER), foram injetados na economia local, pelo governo federal, cerca de R$ 600 milhões, provenientes de direitos negados pela administração federal a professores roraimenses. Ontem, domingo (05.05), diretores do SINTER entrevistados no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, disseram que o governo do estado já tem um contencioso de cerca de R$ 50 milhões em direitos negados aos professores locais. E agora já não serão precatórios pagos com dinheiro de Brasília, mas dos cofres estaduais, que o governo local diz estarem quebrados.