Bom dia,

Para muitos, o ano no Brasil não começou pelo calendário gregoriano, isto é, no dia 1º de janeiro. Para valer mesmo, os brasileiros e as brasileiras começam a se preocupar com a vida real do País depois do Carnaval. Ontem (06.03) foi Quarta-feira de Cinzas, considerado na maior parte do Brasil como o fim do Carnaval. Até aqui vivemos apenas para esquentar a bateria, e nesse período vivemos os momentos de êxtase, rendendo homenagens a figuras do quilate de Pabblo Vittar, Ludimila, Jojo Todynho, Daniela Mercury e outros tantos do mesmo naipe. É claro, o Carnaval é também a oportunidade para a esquerda tupiniquim mandar seus recados.

E como foram mandados recados neste Carnaval que se encerrou ontem, especialmente para o governo de Jair Bolsonaro (PSL), que tenta dar uma nova face ao Estado brasileiro. Isso ficou absolutamente visível quando se observa os enredos, as alegorias, os sambas-enredo levados aos sambódromos do Rio de Janeiro e de São Paulo; assim como nas dezenas de blocos do Carnaval de rua. Foram destacados e premiados desfiles e evoluções para defender junto ao grande público a questão da política de gênero, as críticas destinadas a desconstruir a historiografia oficial da Nação brasileira, o ambientalismo, o indigenismo e tantos outros valores que batem de encontro ao ideário e à política de Estado sob o atual governo.

Tudo bem, não é possível ignorar que tem muita gente no Brasil que defende essas ideias, mas agora os brasileiros e as brasileiras precisam esquecer as questões ideológicas, o esquentar a bateria, para começar a pensar sobre os problemas reais e concretos que se abatem sobre a população brasileira, especialmente aqueles que agravam a vida dos mais pobres. Eles, os mais pobres, embora não entendam com clareza o que é essa história de direita versus esquerda, sabem perfeitamente a dor da fome, do desemprego e desesperança. E o enfrentamento para vencer esses problemas reais e concretos implica a discussão de uma pauta que passa pela reforma da previdência, a redução dos gastos do governo, a reforma tributária e a redução dos juros que continuam fazendo do Brasil o paraíso da especulação financeira.

CULTURA

A Ativa Canal 20, desde o dia 1º de março, mudou de nome. Agora é a TV Cultura Roraima, e está sob nova direção. Um grupo empresarial paulista de comunicação e marketing, por decisão dos proprietários locais, assumiu a gerência e os negócios da nova emissora. A mudança atingirá quase toda a grade de programação do canal 20, com foco em temas empresariais, culturais, bem-estar, entretenimento e outras novidades. Um dos mais populares programas dos quantos já foram exibidos no canal deve voltar na nova grade de programação da Cultura Roraima: o Esporte Bar.

VISITA

O governador Antonio Denarium (PSL) visitou ontem, quarta-feira (06.03), a Redação da Folha. Falou sobre as medidas de contenção de gastos e do programa de moralização que pretende implementar, já em execução, na administração estadual que ele assegura ter recebido um governo literalmente quebrado. Ele assegurou que já está conseguindo normalizar o pagamento das principais despesas do governo, inclusive, o pagamento de pessoal e o repasse do duodécimo dos Poderes e dos órgãos com autonomia financeira. O governador deixou bem claro que não irá contemporizar com os malfeitos de administrações passadas, mandando apurar tudo o que lhe chegar ao conhecimento. O governador também demonstrou otimismo com as questões que já conseguiu ajudar a resolver e, entre elas, a fundiária, e o iminente início da construção do Linhão de Tucuruí.

CARRETAS

Depois do encontro do governador do estado de Bolivar, da Venezuela, com o governador de Roraima, Antonio Denarium, muito se tem falado especialmente através das redes sociais, nas quais cabe qualquer lixo, de uma eventual venda por parte de dois empresários locais de 80 carretas de gêneros alimentícios para o governo de Nicolás Maduro. Segundo fontes da Parabólica, realmente os dois empresários estiveram naquela reunião, mas isso está longe da história de que tenham fechado o tal negócio. Na verdade, qualquer empresário pode vender para a Venezuela desde que feche uma venda dentro da legalidade.

PAUTA

Na próxima semana, tudo indica, a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) deverá discutir pelo menos duas pautas que não podem mais ser postergadas: a discussão e votação das alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e também da Lei Orçamentária Anual (LOA), todas referentes ao corrente ano fiscal de 2019. À princípio, não haverá muita dificuldade para obtenção de consenso, em função dos entendimentos já costurados entre o presidente da ALE, deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade), e o governador Antonio Denarium.

ESTRANGEIROS

E a equipe econômica do governo Bolsonaro não admite aumentar os gastos públicos nem para socorrer os Estados endividados. Assim, nem banco público federal (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai emprestar dinheiro para esses Estados. O governo federal quer que esses Estados sejam socorridos por bancos internacionais, mesmo que o Tesouro Nacional seja o avalista dessas operações. E segundo a equipe de Paulo Guedes, já existem bancos estrangeiros interessados em realizar essas operações.