Bom dia,

E a Câmara Federal não contará mais com o deputado federal Tiririca. Ontem, falando da Tribuna para um Plenário quase vazio, ele comunicou que estava renunciando ao mandato que lhe foi outorgado pelo povo de São Paulo. E que diferença faz isso? Afinal, o próprio Tiririca, que segundo o próprio, é um artista popular, que estava deputado federal; em quase sete anos de presença no Parlamento Nacional ele pouco fez pela população e pelo País. Arrematou dizendo que sentia vergonha de estar deputado federal, mas que tinha plena consciência de que nada fizera de errado; que todos os seus votos foram dados com base no interesse do povo. “Eu posso ir a qualquer aeroporto e não sei se todos vocês podem fazer o mesmo”, disse o palhaço/parlamentar.

Ora, se não marcou sua passagem pela Câmara dos Deputados com o trabalho que pretendia realizar, Tiririca foi de uma grandeza rara na saída, e saiu pela porta da frente. Afirmou que na Câmara uma pequena minoria -cerca de oito, disse sem citar a fonte- trabalha com assiduidade e vota pensando no povo. Com todas as letras, denunciou que os deputados federais atuam, sem levar em conta o sofrimento do povo e que a maioria deles nunca passou fome ou precisou recorrer aos hospitais públicos na hora da doença. E foi de uma simplicidade exemplar ao afirmar que os “esquemas” que prevalecem no Congresso Nacional são difíceis de entender para um parlamentar que vem do povo. Deixou a entender que, sem querer generalizar, a Câmara estava cheia de picaretas e canalhas que desonram o voto que recebem.

Um dia antes da renúncia de Tiririca foi divulgada uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha mostrando que apenas 5% da população brasileira aprova (ótimo e bom) o desempenho dos senadores e deputados federais brasileiros. Os números revelam que o Parlamento tupiniquim é uma das instituições republicanas -ou não será republicana?- mais desacreditada (ou o que dá no mesmo, menos confiável), dentre todas as instituições do País na avaliação dos brasileiros e das brasileiras. Pena que até agora esses mesmos brasileiros e brasileiras não foram capazes de transformar essa avaliação tão negativa, em votos para barrar a presença desses canalhas no Congresso Nacional.

COMENTÁRIOSE o vice-governador de Roraima, Paulo César Quartiero, reagiu à Nota, publicada aqui na Parabólica sobre a insaciabilidade do aparato ambientalista/indigenista em expandir as Áreas Protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) no Estado. Quartiero diz que isso ocorre sob a omissão das autoridades estaduais. “É mais grave, pois são propostas em terras que são do patrimônio estadual, pelo qual lutamos muito”, diz o vice-governador. Também concordamos com ele, desde que nessas “autoridades estaduais” estejam incluídos todos os parlamentares estaduais, federais e prefeitos com poder político para o enfrentamento do problema. Não vale responsabilizar apenas a governadora do Estado.

MUDANÇACabo eleitoral declarado do presidenciável Jair Bolsonaro, o vice-governador Quartiero crítica o setor jurídico do Governo Estadual que não cumpre o dever de defender os direitos constitucionais de Roraima, enquanto unidade federativa, mas diz estar convencido que não adianta travar luta política interna, e por isso aposta na mudança no governo federal com a eleição de Bolsonaro. Ele diz que é preciso sobreviver por mais alguns meses até que ocorra essa mudança.

CAR 1Por várias vezes os dirigentes da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMAHR) acusaram o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Roraima de retardar a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) dos agricultores roraimenses. A justificativa para acusação era a de que a Superintendência local daquela autarquia federal negava dar autorização para que a FEMARH realizasse o CAR para agricultores nas áreas de assentamento federal, que abrigam a maior parte dos pequenos produtores do Estado.

CAR 2Ontem, em entrevista à Folha, o superintendente local do Incra, Antônio (Maranhão) Adesson Gomes dos Santos, quebrou o silêncio, e sem meias palavras, disse que até hoje sua instituição nunca recebeu uma proposta “séria” da Femarh para começar a fazer o CAR para os agricultores dos assentamentos sob responsabilidade federal. E como nunca recebeu essa proposta “séria”, o próprio Incra já está com recursos federais disponibilizados para que essa obrigação seja cumprida nos assentamentos a partir do início do ano que vem. Em tempo: desde 2014, o Governo Estadual recebeu do Fundo Amazônia, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cerca de R$ 10 milhões para que a Femarh realizasse o CAR para pequenos agricultores do Estado.

COMEMORAÇÃOE os deputados federais e senadores do Estado utilizaram as redes sociais para comemorar a promulgação, ontem, de Emenda Constitucional (EC) 98, fruto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 199/16. Como se sabe esta EC manda reconhecer o vínculo com o Governo Federal de servidores dos ex-Territórios Federais de Roraima e Amapá que mantiveram vínculos empregatícios entre 1988 e 1993, com as administrações dos dois ex-Territórios, suas empresas e autarquias, bem como com os governos municipais de Roraima. Os mais otimistas garantem que cerca de 10 mil pessoas poderão ser beneficiadas. Sobre a decisão do Governo Federal de inviabilizar economicamente ainda mais o Estado de Roraima, eles não dizem nada.

ERRATAEm atenção à nota denominada “BASTIDORES”, publicada no dia 16 de agosto de 2017, a Folha ERROU ao divulgar que o Sr. Renato Amorim teria sido exonerado da presidência da CERR por conduta antiética. Segundo as informações repassadas à editoria, o ex-presidente teria levado para “cortar” a faixa de inauguração de uma subestação no Município do Bonfim o senador Romero Jucá, e não a governadora Suely Campos, uma vez que a obra teria sido realizada pela Seinf. Como esclarecido com documentação repassada ao jornal, ficou claro o erro na informação, pois a obra foi realizada pela Eletrobras, e não pela Seinf. O Sr. Renato Amorim já tinha sua exoneração acordada com o Governo do Estado, em data anterior à inauguração, e o mesmo nem esteve presente na ocasião supracitada, portanto, não cometeu nenhum tipo de conduta antiética. Em conformidade ao acordo no processo judicial de número 0823793-93.2017.8.23.0010 e, no desejo de a Folha sempre trazer a informação correta para o seu leitor, está feita a correção.