Bom dia,

A grande mídia brasileira que tem forte ligação, e até recebe muita grana do movimento internacional ambientalista – o megainvestidor e bilionário húngaro-americano George Soros, que hoje prega o socialismo para os países pobres gasta bilhões de dólares nesse tipo de mídia –, anda açodada denunciando que a Amazônia está sendo devastada por madeireiros e pecuaristas. A ênfase que essa mídia comprometida dá é para o desmatamento ilegal da floresta, especialmente nas chamadas reservas ambientais, incluindo Terras Indígenas, que o Estado Federal brasileiro tem o dever de fiscalizar e proteger. 

A princípio, ninguém apoia e defende o desmatamento ilegal. Além do mais, o mesmo aparato ambientalista/indigenista que tomou de assalto frações importantes do Estado federal brasileiro, deveria ter o mesmo empenho na defesa dessas áreas protegidas, que adotam na criação delas. Se são tão eficazes na proibição de uso econômico de imensa superfície do território da Amazônia, porque não o são na sua defesa, afinal, qualquer atividade legal é caso para repressão e ação policial. 

A existência dessas atividades ilegais em grande escala só pode ser explicada pela desídia ou por conivência criminosa para criar a impressão que o Estado tupiniquim é incapaz de cuidar de seu próprio patrimônio natural. A existência em larga escala desses crimes ambientais também pode ser explicada pela imensidão dessas áreas protegidas sob jurisdição estatal, tão grandes que restam impossíveis de proteção oficial. Em alguns países, nos Estados Unidos, por exemplo, a proteção de florestas naturais se tornou mais eficaz depois que foram colocadas sob proteção privada. 

De qualquer forma, parece faltar inteligência na formulação e implementação da política ambiental no Brasil, especialmente, se o objetivo for mesmo o de proteger o patrimônio natural, e não o de utilizá-la como biombo para a defesa de outros objetivos inconfessáveis. Basta que se ofereçam alternativas de produzir as mesmas coisas que são oferecidas pela biota (florestas, águas e fauna) a um custo menor do que aquele necessário para extraí-las da natureza.

Alguém, por exemplo, ainda fala em extinção do principal peixe da Amazônia fluvial, o Tambaqui? Por muito tempo se falou nesta hipótese, mas o assunto hoje está literalmente sepultado, afinal, extrair o tambaqui dos rios amazônicos é hoje muito mais custoso do que criá-lo para consumi-lo mais gordo, saudável e desverminado. O mesmo destino está sendo reservado à preocupação com a sobrevivência de outras espécies aquáticas como o pirarucu, o matrinxã, surubim e a tartaruga. E muito mais espécies estariam fora do perigo de extinção se a incompetência dos ambientalistas não tornasse tão burocrático o licenciamento para seu criatório. 

No caso dos recursos florestais para a produção de madeira o raciocínio é parecido. Tome-se o caso de Roraima, como exemplo. Temos alguns poucos milhões de hectares de áreas já antropizadas, em flagrante estágio de degradação, mas facilmente utilizáveis para o plantio de espécies florestais regionais como o cedro, a itauba, a tatajuba, a maçaranduba, e tantas outras que oferecem o primeiro corte ao derredor de 15 anos. Após este período, com certeza, o abate da floresta natural – especialmente onde a densidade de árvores de valor econômico é muito baixa como aqui em Roraima –, o custo de extrair árvores naturais seria infinitamente maior. 

É tudo uma questão de aprender a olhar o desenvolvimento com um pouquinho mais de visão temporal de médio prazo; de criar mecanismos institucionais – como a titulação de áreas rurais –, estabelecer linhas de crédito de longo prazo e juros compatíveis; e de criar um mecanismo sério e eficiente de emissão de créditos de reposição florestal.

De resto, mandar para a cadeia os criminosos e desviadores de incentivos governamentais. Com certeza, a população iria aplaudir as ações de repressão, como vem aplaudindo a luta de alguns agentes públicos contra o desvio do dinheiro público. Apenas prender pecuaristas e madeireiros que dão emprego, e geram riquezas para a região, jamais será uma ação que venha ter apoio do povo desempregado deste país tupiniquim. 

SEBRAE 

Há algo estranho na condução do processo eleitoral que vai escolher os novos dirigentes do SEBRAE-RR. Na quarta-feira (05.12), a reportagem da Folha procurou o responsável no órgão para fornecer dados à imprensa com o objetivo de fazer um levantamento sobre os postos em disputa, e os candidatos que os disputam. O único objetivo era o de informar à população em qual cenário seriam escolhidos os dirigentes de um órgão que recebe dinheiro público e que deveria, primordialmente, estar a serviço do pequeno, médio e microempresário. E nem era intenção da Folha revelar alguns detalhes das negociações, pressões e outras coisas pouco éticas por trás de uma votação que deveria ser transparente e pública.

LIMPEZA 

Correligionários do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) têm falado com frequência em desaparelhar o Estado, que ao olhar deles, está infestado de petistas. E de emedebistas? Boa parte dos votos, sob domínio do setor público, que vai definir hoje a eleição da nova direção do SEBRAE-RR, terão seus titulares trocados no final do ano, com a posse das novas administrações, estadual e federal, no dia 1º de janeiro de 2019. Por conta disso, não é razoável que se queira impor a essas novas administrações o quadro diretivo de uma instituição recebedora de dinheiro público, e que é fundamental para a execução de uma política de apoio à iniciativa privada, especialmente sob o manto de uma visão liberal da economia, como parece ser o da futura administração federal. O razoável seria adiar essa eleição para o próximo ano.