Bom dia,

No Século XVII, um grupo de pensadores franceses, tendo à frente um médico chamado François Quesnay, deu uma enorme contribuição ao desenvolvimento da economia enquanto ciência ao intuírem que o sistema econômico funcionava, a semelhança dos organismos humanos, em um sistema de vasos comunicantes, um princípio trazido da física. Estava fundada a Escola Fisiocrática, no âmbito da ciência econômica. Trocando em miúdos, e em português claro, isso quer dizer que quando se mexe no setor particular de uma determinada economia, sem dúvida alguma, essa mexida vai provocar reação em outro setor.

Os atuais operadores do governo federal de Michel Temer (MDB); Eliseu Padilha (Gabinete Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Minas e Energia) são políticos voluntaristas – agem sem expertises – e parece que nunca tiveram conhecimento daqueles ensinamentos que nos foram dados pelos fisiocratas franceses, faz mais de 400 anos. E como têm outros tipos de expertises no manejo do dinheiro público, mas não entendem bulhufas de economia, suas decisões homologadas pelo acuado presidente da República, Michel Temer, estão desorganizando a já declinante economia brasileira.

E, é fácil explicar porque estamos afirmando isso. Vamos pelo começo: para tentar salvar a Petrobras – vergada pelo maior esquema já montado no mundo moderno para roubar dinheiro público, cujos autores e beneficiários dessa corrupção continuam soltos e roubando mais dinheiro do contribuinte –, o governo Temer entregou o comando da empresa para um competente e experimentado executivo de negócios, o economista Pedro Parente. Um dos caminhos utilizados pela nova direção da Petrobras foi aumentar e manter permanentemente atualizado em relação aos preços internacionais, os preços dos produtos da empresa: gasolina, óleo diesel, gás e biodiesel. De fato, em dois anos administrando a empresa, Parente reverteu os resultados negativos, tendo a empresa, no último semestre, apresentado um resultado de R$ 6,0 bilhões de lucro.

A Petrobras começou a ser recuperada, mas à custa de uma crise sem precedente num setor que já vinha apresentando anemia econômica, o de transporte rodoviário, o principal modal do país. O aumento do preço do diesel estrangulou o mercado de frete brasileiro e serviu de combustível para a realização da maior e paralisante greve da história recente do Brasil, a greve dos caminhoneiros. Acuados, os voluntaristas do governo federal tiveram que fazer uma negociação com os líderes do movimento paredista. Nela, além de prometer congelar o preço do diesel por 60 dias – o que levou a uma gigantesca redução do valor de mercado da Petrobras –, o governo negociou pedágios menores e elaborou uma tabela de preço mínimo para o frete cobrado pelos caminhoneiros.

Pois bem, na terça-feira (05.06), Brasília, a Capital Federal, foi tomada de assalto por lideranças rurais de todo o país – apoiadas pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi –, que foram dizer aos voluntaristas do governo que a tabela de frete mínimo feita para agradar os caminhoneiros iria quebrar as exportações brasileiras, especialmente de soja e milho, exatamente o setor que, nos últimos anos, vem quebrando o galho para evitar uma crise ainda maior na economia tupiniquim. No mesmo dia, o governo federal anunciou que iria rever a tabela de frete já elaborada e aprovada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Em reação a intenção dos voluntaristas do governo Michel Temer de voltar atrás, não cumprindo um dos itens do acordo, o frete mínimo, lideranças dos caminhoneiros ameaçam retomar a greve, e agora com o apoio de outros setores de atividades do país. Tudo isso por conta da ignorância dos articuladores políticos do Palácio do Planalto ao princípio elementar de que o sistema econômico funciona em esquema de vasos comunicantes, no que vai resultar na desorganização de toda a economia pátria.

Bem disse um dirigente nacional dos postos de combustíveis brasileiros, que a Venezuela começou assim. Se ele estiver certo na predição, fica comprovado que governo de direita (Brasil) e governo de esquerda (Venezuela) ficam muito parecidos quando se trata de cometimento de burrice.

SINCERAA deputada federal Shéridan de Oliveira (PSDB) é conhecida por, quase sempre, ser sincera quando emite suas opiniões. Desta vez, ela postou numa rede social, o seguinte comentário: “A construção de uma campanha majoritária é bem diferente do que para uma proporcional. É justamente isso que respeito e explico, os partidos se aliaram, mas eu não. Anchieta é meu pré-candidato em qualquer situação, mas o Jucá não é”. Mais franqueza e sinceridade impossível.

FICARÁEstá sendo divulgada pelas redes sociais uma postagem feita pelo notório senador Romero Jucá, com foto e tudo, onde ele aparece entregando um luxuoso helicóptero para ficar permanentemente baseado na cidade do Uiramutã, com a finalidade de fazer possíveis remoções de doentes indígenas para Boa Vista. Sobre o fato, vêm necessariamente uma dúvida e uma pergunta: será que essa aeronave, com custo altíssimo de operação ficará naquela cidade depois de passar o dia das eleições. E por que um membro do poder legislativo faz a entrega à população de um benefício, quando este ato é próprio do executivo? Eleições fazem milagres.