Bom dia,Chegamos ao ponto crucial nessa questão do avanço do crime organizado e dos ataques promovidos por uma facção criminosa a delegacias e prédios de bancos. Duas delegacias, uma em Boa Vista e outra em Mucajaí, a 52 km da Capital, foram alvos dos ataques dos bandidos, além de uma agência bancária no Centro de Boa Vista, na noite de domingo.

O que chamou a atenção foi o recado deixado nos bilhetes de ameaças à governadora Suely Campos (PP), à Assembleia Legislativa e a um policial que tem prestado um serviço importante na Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), setor este importante nas investigações, na prisão de criminosos e na recaptura de presos integrantes do crime organizado.

A audácia dos bandidos, desta vez, conclama as autoridades a se unirem para enfrentar essa séria questão que, não faz muito tempo, era negada dentro do sistema prisional, o que foi um dos erros deste governo no momento em que era preciso ter admitido o problema e dado respostas imediatas ao avanço do crime organizado.

A grave questão está aí, desafiando os poderes constituídos, e não há mais para onde correr. Ou as autoridades assumem que agora elas foram desafiadas a agir ou o crime organizado poderá avançar ainda mais em suas pretensões criminosas. Chegamos a uma encruzilhada.ATAQUE Os ataques promovidos por uma facção criminosa, neste domingo, acabaram por deflagrar uma discussão política nos bastidores da Secretaria de Segurança Pública, a começar pelos agentes que estão dizendo que passaram a trabalhar com medo nos plantões noturnos. Eles denunciam que os policiais ficam praticamente sozinhos nas delegacias, a exemplo da Delegacia do Idoso, onde foi lançado um coquetel molotov, que não explodiu, e deixado um recado de declaração de guerra à governadora Suely Campos (PP) e à Assembleia Legislativa.CRÍTICAS Há um grupo de policiais civis que tem criticado o novo secretário de Segurança, Francisco Araújo, lhe acusando de não estar agindo para garantir a segurança de quem está tirando plantão, já que não há efetivo para aumentar o número de plantonista. Eles dizem que não esperam muito dessa gestão, uma vez que o secretário tem dito abertamente que será candidato ao Senado e, portanto, tem uma data para deixar o cargo, em março do ano que vem, para atender à legislação eleitoral, e estaria trabalhando para deixar o sucessor.DENÚNCIANesse meio tempo de reclamações por parte dos agentes da Polícia Civil e discussão por suas pretensões políticas, o secretário de Segurança terá mais uma dor de cabeça. Nos bastidores, ele está sendo acusado por alguns delgados de estar em “situação de improbidade administrativa”. A denúncia é que ele passou um mês nomeado em dois cargos, o de secretário e o de delegado regional, cuja gratificação é de R$ 6 mil. Por algum problema, ele não foi exonerado do cargo de delegado regional desde a data que foi nomeado titular da Secretaria Estadual de Segurança.OFENSAEm entrevista à revista VEJA, a deputada federal Shéridan (PSDB) disse que vai recorrer à Comissão de Ética da Câmara por ter sido chamada de “gostosa” durante a votação do pedido para processar o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. Sua representação será com base em um artigo sobre ofensas morais nas dependências da Casa. Na entrevista, ela justificou que combater esse fato seria “lutar pela defesa e integridade da mulher, não só na política, mas na sociedade”. A FAVORShéridan, que recebeu R$ 10,7 milhões de emendas parlamentares, também falou sobre sua ausência em plenário, no dia da votação, que favoreceu Temer no arquivamento do pedido na Câmara. Em entrevista à Folha de Boa Vista, na semana antes da votação, a parlamentar havia dito que seria uma dos poucos parlamentares da bancara roraimense que votaria a favor do pedido para processar o presidente. No entanto, na entrevista à VEJA, ela disse que os “mais próximos” sabiam que ela votaria a favor da continuidade de Temer, porque ele seria “o único nome hoje com condição de promover as reformas necessárias”. Ela alegou problemas na conexão do voo para não ter comparecido para votar. BEM QUERER 1Depois de muito tempo sem notícias sobre o assunto, o Ministério de Minas e Energia deu seguimento sobre a Usina Hidrelétrica do Bem-Querer, a ser construída no Rio Branco, no município de Caracaraí. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou Aviso de Licitação para contratar serviços de consultoria técnica especializada para elaborar o Estudo de Componente Indígena da usina, envolvendo as comunidades das terras indígenas de São Marcos, Serra da Moça, Jabuti, Canauanim, Taba Lascada, Malacacheta, Moskow, Manoá-Pium e Yanomami. BEM QUERER 2Esse estudo foi solicitado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para subsidiar a emissão de parecer sobre a continuidade do processo de Licenciamento Ambiental do projeto. A mesma empresa também abriu licitação para contratar prestação de serviços e consultoria técnica para realizar serviços, levantamentos e estudos de meio ambiente necessários à obtenção da licença prévia da Usina do Bem Querer, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que é responsável pelo processo de licenciamento ambiental da obra.