Parabólica

Parabolica 09 01 2015 480

Bom dia, “É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar” – Edmund Burke SALÁRIO Há uma espécie na vida pública de Roraima que virou uma prática usual. Trata-se de pessoas que ganham contratos de trabalho em órgãos públicos, de todos os poderes, que só passam nas repartições uma vez por mês para assinar a folha de ponto que lhes propicia um salário a cada fim de mês. LIMPEZA Aos poucos e sem alarde, o novo presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Edilberto Veras (PP), vem promovendo uma limpeza naquela casa exonerando todos os que recebiam sem trabalhar. A limpeza é silenciosa, mas persistente. PRÓ-ATIVO O deputado estadual Jalser Renier (PSDC) decidiu transformar a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) em uma instituição pró-ativa com relação aos problemas enfrentados por Roraima. Fontes da coluna informam que, ainda no começo de fevereiro, a ALE vai promover um seminário para discutir o imbróglio criado pela suspensão da construção do linhão de Tucuruí que iria resolver o grave problema do abastecimento de energia em Roraima. BUCHICHOS A serem verdadeiros os buchichos que circulam no meio político local, parece que a prefeita Teresa Surita (PMDB) está disposta a fazer grandes mudanças em seu secretariado. Além de Weber Negreiros (já empossado na Secretaria Municipal de Comunicação) e Sérgio Pillon (cotado para Emhur), a prefeita tem sondado algumas pessoas sem explicitar claramente o que deseja delas. ESTRANHO 1 A divulgação da decisão do Ministério Público do Estado de Roraima (MP-RR) de encaminhar, no final da tarde de quarta-feira, uma notificação recomendatória à governadora Suely Campos (PP), para que ela demita parentes nomeados para o primeiro escalão do Governo de Roraima, mostrou-se cheia de mistério. ESTRANHO 2 A Folha estranhou não ter recebido qualquer release encaminhado pela assessoria de comunicação do MP-RR sobre o assunto. A notícia chegou a nossa Redação quando já havia sido divulgada para um único órgão de comunicação. Após a divulgação, nossa equipe de reportagem procurou o Ministério Público para saber o porquê da discriminação com a Folha e conseguir uma cópia da tal notificação recomendatória. ESTRANHO 3 Na sede do MP-RR, as repórteres do Grupo Folha, uma do impresso e a outra da FolhaWeb, não lograram êxito na obtenção da referida cópia, só recebendo-a no final da manha de ontem. Com relação ao fato de que a assessoria de comunicação não enviou release para a Folha, a explicação dada foi que o outro órgão de comunicação teria conseguido porque fez “pressão” para obtê-la. ESTRANHO 4 A cópia da notificação recomendatória entregue à equipe de reportagem da Folha trazia como signatários os promotores Luiz Antônio Araújo de Souza e Ricardo Fontanella. Ao tentar entrevistar um dos dois, nossa equipe foi informada que eles não prestariam maiores informações e não concederiam entrevista a qualquer órgão de imprensa. A justificativa de um deles foi porque estaria viajando devido a um afastamento por motivos de saúde. MÍDIA NACIONAL A iniciativa dos dois promotores de recomendar a Suely Campos, em tese correta, chegou à mídia nacional antes mesmo que sua destinatária, a governadora do Estado, fosse notificada. Pelo menos foi essa a informação que a Secretaria de Comunicação do Estado repassou para a Folha quando, na manhã de ontem, nossos repórteres buscaram saber o posicionamento da governadora referente à notificação. MÃO DE OBRA O custo da prestação de serviço em Roraima está chegando às raias do absurdo, isso em todos os tipos de serviço. Veja o exemplo deste caso: o conserto de um motor elétrico de um esmeril não sai por menos de R$180,00. Um novo custa no mercado local R$115,00. Durma-se com um barulho desse. ABANDONO Aos poucos, os atuais gestores da Saúde estaduais estão tendo a noção do abandono em que se encontra o setor. Para se ter uma noção, a única maternidade pública do Estado, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, ficou largado ao descaso por muito tempo. A instalação elétrica do prédio há muito tempo vem dando curto e nenhuma providência foi tomada. TRAGÉDIA Todas as vezes que faltava energia e o gerador era ativado, ocorria sobrecarga na instalação elétrica com risco de incêndios ou queima dos equipamentos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ou seja, por anos houve risco de ocorrer uma tragédia. Os funcionários documentaram tudo e enviaram pedidos de socorro aos secretários e até mesmo Ministério Público, mas nada foi feito. MANUTENÇÃO No Hospital Geral de Roraima (HGR), os equipamentos sem manutenção também se tornaram constantes riscos para a vida das pessoas e transtornos para os profissionais. E o que é pior: foram constatados valores altos de pagamentos de serviços de manutenção que nunca eram realizados. Isso significa que empresas podem ter ganhado altas somas de recursos sem ter prestado os serviços. DÍVIDAS As dívidas com fornecedores de remédios e material médico-hospitalar chegam à cifra de R$50 milhões. Para complicar, a atual gestão terá que pagar este mês o salário dos servidores referente a dezembro e também a de janeiro deste ano. A expectativa é que o pagamento atrasado seja feito só na segunda-feira.