Bom dia,
O ministro Luís Fux, que vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o próximo mês de agosto, disse que uma das suas prioridades será o combate aos chamados “fakes news”, que vem a ser exatamente a utilização de perfis falsos para difamar, caluniar e inventar notícias falsas sobre alguém. No campo da política, especialmente do ponto de vista eleitoral, esse expediente odioso pode, no dizer do presidente do TSE, fulminar a candidatura de uma pessoa legítima e honrada. Quem acompanha de perto as redes sociais pode avaliar o poder destrutivo que essas “fakes news” fazem sobre as pessoas de um modo geral, inclusive, aos seus negócios.
Se o ministro Fux estiver mesmo decidido a enfrentar essa nova arma de difamação, mentiras e calúnias, tem de começar por uma ampla investigação sobre alguns políticos que povoam as redes sociais com apaniguados de nível reles para falar bem deles e mentir sobre seus possíveis adversários. Se a Polícia Federal quiser investigar vai com certeza saber que boa parte desses internautas mercenários é paga com o dinheiro público. Eles são contratados por órgãos públicos, não comparecem para trabalhar e se dedicam exatamente a elogiar quem lhes paga e criticar aos pretensos adversários de seus patronos. Com certeza, não tem dificuldade alguma identificar esses canalhas menores que trabalham para os canalhas maiores.
VALEU 1Algumas vezes sentimos a sensação do dever cumprido ao fazer um jornalismo de absoluto compromisso com os interesses de Roraima. Ao sabermos que uma manobra política, a tentativa do Governo Federal de transformar um pouso técnico de uma comitiva de ministros, que seguia rumo ao Suriname, numa gincana grotesca para enganar o povo de Roraima, decidimos ouvir algumas lideranças locais entre as quais a governadora Suely Campos (PP), a senadora Ângela Portela (PDT), o senador Telmário Mota (PTB) e alguns deputados federais, que não estão atrelados aos políticos que estavam por trás da tentativa de isolar o Governo do Estado do contato com a tal comitiva.
VALEU 2De pronto, a governadora Suely Campos, em decisão elogiável, digna de uma estadista, mandou comunicar ao Governo Federal que não iria à Base Aérea –hoje chamada esquisitamente de Ala 7 –, para encontrar-se às pressas com os três ministros que compunham a comitiva. Como os leitores sabem, havia sido marcada uma reunião deles com a governadora, secretários de governo e técnicos no Palácio Senador Hélio Campos, que depois de uma manobra politiqueira da pior espécie, fora cancelada. Surpresos com a firme decisão da governadora, os ministros foram aconselhados a deixar o isolamento da base militar e foram ao encontro do governo estadual para ouvir um retrato da tragédia que se abate sobre Roraima, por conta da migração dos venezuelanos.
VALEU 3As críticas dos senadores Ângela Portela e Telmário Mota, além da postura crítica dos deputados federais Remídio Monai (PR), Jhonatan de Jesus (PRB), Hiran Gonçalves (PP), Carlos Andrade (PHS) e Shéridan (PSDB) também deram resultado, forçando a comitiva de ministros a dar um pulo na Praça Simon Bolívar, que concentra centenas de refugiados venezuelanos vivendo ao relento, e comendo apenas quando voluntários levam algum alimento. Essa reação, pelo menos, fez com que o tempo do pouso técnico do avião que os levava ao Suriname demorasse um pouco mais em solo roraimense. O deputado federal Abel Galinha (DEM), que chegou como líder da bancada a publicar uma Nota de Protesto contra a presença da tal comitiva, foi convencido, sabe-se lá por quem, para acompanhá-la e ainda participar de reuniões na Ala 7.
ALA 7Os três ministros Raul Jungmann (Defesa), Torquato Jardim (Justiça), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) se reuniram primeiro com membros da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) em um auditório. Depois estiveram reunidos com autoridades locais, entre as quais a desembargadora Elaine Bianchi (presidente do TJ), Jalser Renier (presidente da Assembleia Legislativa), Teresa Surita (prefeita de Boa Vista), Juliano Torquato (prefeito de Pacaraima); além do notório senador Romero Jucá (PMDB), e dos deputados federais Abel Galinha, Maria Helena Veronese e Remídio Monai.
DE FORAEstranhamente, os integrantes da comitiva ministerial não receberam as informações dessas autoridades locais durante a reunião na Ala 7. Quem lhes fez um diagnóstico sobre a situação dos migrantes foi uma técnica da Casa Civil da Presidência da República que participa do trabalho de uma equipe interministerial que, segundo ela, acompanha ativamente a questão da crise migratória não apenas em Roraima, mas em todo o território brasileiro, e também a situação política da Venezuela, desde meados de 2016. Segundo os dados expostos por ela, o Brasil seria o quinto destino migratório dos venezuelanos, até por conta da distância da fronteira e do obstáculo do idioma.
DADOS A técnica da Casa Civil da Presidência da República disse aos ministros que o fornecimento de políticas públicas por parte do governo brasileiro é obrigatório por conta de acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário e passou a fazer uma prestação de contas acerca de recursos já enviados e que ainda devem ser mandados para Roraima. Citou que em abril de 2017 – faz quase um ano –, foram enviados R$ 480 mil – é grana que dotô besta não conta – pelo ministério do Desenvolvimento Social. Em outubro, mais R$ 316 mil para acolhimento, e que está sendo providenciado o envio de mais R$ 1,8 milhão destinado para dois abrigos e R$ 600 mil para a prefeitura de Pacaraima. Falou também do envio de 43 toneladas de alimentos. E o que foram fazer lá, as autoridades locais?