Bom dia!

A ideia vem sendo gestada dentro da Procuradoria-Geral do Estado. A interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) é uma questão federativa, uma vez que integrar todos os estados brasileiros através de um único sistema de transmissão de energia é um objetivo nacional e diz respeito ao direito garantido pelo pacto federativo. E se assim for, não resta dúvida que falece de competência a Justiça Federal do Amazonas para decidir sobre a questão da construção do Linhão de Tucuruí. A competência seria, nesta interpretação, da alçada exclusiva do Supremo Tribunal Federal.

Quem tem um mínimo de informação jurídica e de pacto federativo não deixa de concordar com as ideias de alguns procuradores do Estado. Do ponto de vista jurídico, parece não lhes faltar razões e argumentos que, evidentemente, são necessários, mas não suficientes. Ao Estado de Roraima não falta legitimidade para recorrer ao Supremo e ver minorados seus problemas de abastecimento de energia elétrica. O momento é oportuno, afinal, nós nos aproximamos do colapso total, mas essa é uma decisão que depende da vontade política do governo em fazê-lo e da classe política em apoiá-lo.

COMBUSTÍVEL 1O Estado conta hoje com uma capacidade instalada de 189 mw de energia, espalhados por quatro termoelétricas: Monte Cristo (97 mw), Floresta (40 mw), Distrito Industrial (40 mw) e Novo Paraíso (12 mw). A demanda estimada, no pico, isto é, máxima, é de 150 mw, o que indica que, pelo menos do ponto de vista nominal, essa capacidade instalada pode, com folga, suprir toda a demanda do Estado numa eventualidade da Edelca venezuelana cortar todo o fornecimento da energia de Guri.

COMBUSTÍVEL 2Ora, se a capacidade instalada de energia elétrica é suficiente para abastecer todo o Estado, por que desde segunda-feira, 07, estamos sofrendo vários cortes no fornecimento da Eletrobras Distribuidora Roraima? Os leitores vão duvidar dos motivos, assim como duvidaram nossos redatores: quando a Edelca cortou o fornecimento de Guri, e a Eletronorte, que é geradora, foi ligar as turbinas das termoelétricas, simplesmente não havia combustível em volume suficiente para geração máxima.

COMBUSTÍVEL 3Na verdade, é pouco crível que uma estatal com a experiência e o tamanho da Eletronorte deixe de estocar um volume mínimo de combustível para fazer funcionar suas unidades termoelétricas a cada corte da energia de Guri. Não é falta de competência, mas de grana. Fontes da Coluna – isto já foi dito cá deste espaço – informam que a Petrobras cortou, desde muito tempo, a venda a crédito de diesel para a Eletronorte, que vinha atrasando sistematicamente o pagamento. Agora o combustível só é vendido com pagamento à vista.

QUEBRAE no último programa nacional do PMDB, a mensagem que tentaram passar ao povo brasileiro foi a de que o PT, de Lula e Dilma, quebrou o País. O irônico dessa história, para não dizer outra coisa, é que o setor elétrico, um dos mais quebrados no Brasil, está sob o domínio do PMDB desde o governo Lula da Silva. O Ministério das Minas e Energia virou uma espécie da capitania hereditária dos peemedebistas e vem sendo utilizado como propinoduto de corrupção desde esse tempo.

INDICADOPor falar em domínio, na segunda-feira, 07, sem muito alarde, tomou posse o novo presidente da Eletrobras Distribuição Roraima. Ele se chama Luís Henrique Hamann, foi diretor da CERR no governo de José de Anchieta Júnior (PSDB) e, segundo fontes da coluna, foi indicado agora e naquele tempo pelo senador Romero Jucá (PMDB). E não é bom esquecer que, no governo Anchieta, o Estado “enterrou” quase um bilhão de reais na CERR para saneá-la e até hoje o buraco naquela estatal estadual é tão grande que ninguém sabe o tamanho.

TELMÁRIOO senador Telmário Mota (PDT) esteve na manhã de ontem, terça-feira, com o procurador-geral do Ministério Público Federal (MPF), Rodrigo Janot. O senador pedetista foi levar a portaria de demissão de um sobrinho neto que fora contratado pelo Senado Federal como motorista e cuja exoneração havia sido pedida pelo MPF. Telmário aproveitou para pedir empenho do procurador-geral para fazer andar os processos sobre a Lava Jato envolvendo gente graúda do Senado Federal. E Janot prometeu agir.

COLAPSONotícias vindas da imprensa venezuelana dão conta de um iminente colapso no fornecimento de energia elétrica do complexo Guri/Macágua. Técnicos daquele país estimam que na hidroelétrica de Guri faltam apenas 5,5 metros para que o nível do reservatório atinja um mínimo que inviabilize o funcionamento normal de água para as turbinas. E aí?

LICENÇAOs políticos do estado vizinho, o Amazonas, acabam de obter uma bela vitória contra o ambientalismo. Trata-se da liberação da Licença Ambiental para a reconstrução da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. A obra vai encurtar o tempo para a chegada e a saída de mercadorias à Capital amazonense em cerca de 25 dias. Estava paralisada por decisão do Ibama e pressão de Organizações Não Governamentais ambientalistas. Sua conclusão vai trazer benefício para a chegada de mercadorias a Boa Vista, porém tornará ainda mais difícil para a produção roraimense competir com aquele que vem de Rondônia.