Bom dia,
Não são poucos os defensores da máxima ademarista do “rouba, mas faz”. Parece que esta aceitação do malfeito é igualmente a aceitação de que o exercício da política não guarda relação com ética e moral. É como disse Nicolau Maquiavel: “Os meios não interessam desde que os fins sejam alcançados”. E nessa direção, estão os agentes políticos autorizados a locupletar-se do dinheiro público desde que sobre alguma coisa de positivo para o conjunto da sociedade, mesmo que a lei diga ao contrário.
Recente pesquisa de medição de opinião que a Folha teve acesso mostra um resultado desanimador. Segundo esta pesquisa mais de 40% dos boa-vistenses entrevistados não colocou itens como honestidade, probidade, respeito aos valores familiares como atributos definidores dos votos a candidatos. Pragmáticos e amorais essas pessoas preferem os resultados, mesmo que eles sejam muitas vezes enganosos, e mesmo que frutos da infernal máquina de propaganda que esses políticos, que se dizem dar resultados possuem. Estruturas essas já construídas com dinheiro roubado do erário.
Felizmente uma maioria pensa o contrário, e acredita na máxima de que “eleitor que vota em político corrupto não é vítima, mas cúmplice”. Mas, o pior é que essa vergonhosa cumplicidade muitas vezes se impõe sobre o conjunto da sociedade, impedindo que se alcancem mudanças estruturais motivadoras do desenvolvimento. De mais a mais, esses resultados propiciados pelos políticos corruptos são apenas maquiagens de uma realidade atrasada, tornando-se principalmente lavanderias de dinheiro público que é drenado para formar patrimônios milionários deles e de suas famílias.
INDÚSTRIALevantamento feito pela agência Estado indica que a votação de MPs (Medidas Provisórias) no Congresso Nacional virou nos últimos anos numa gigantesca indústria de propinas. Segundo o levantamento em apenas 29 Medidas Provisórias, editadas nos governo de Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) foram pagos a bagatela de R$ 625,1 milhões. Boa parte da propina foi parar, segundo delatores da Lava Jato nos bolsos de senadores do PMDB, entre os quais os notórios Romero Jucá e Renan Calheiros.
ANULAÇÃOAliás, segundo a mesma agência Estado, a Unafisco (União dos Auditores Fiscais da Receita Federal) finaliza um levantamento das normas ainda vigentes dessas MPs que viraram Leis para ingressar com uma ação na Justiça pedindo a anulação delas, bem como para exigir a devolução de eventuais prejuízos aos cofres públicos. Seria uma boa forma de punir os canalhas que se acostumaram a utilizar o mandato de recebem do povo para ganhar dinheiro ilicitamente, para si, e para grandes grupos empresariais. Para eles o interesse público que se dane. NÃO SERÁEntrevistado domingo no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, o deputado estadual e ex-governador Flamarion Portela confirmou que assinou a ficha de filiação no PDT (Partido Democrático Trabalhista). A filiação, segundo o deputado, não muda a decisão de não querer candidatar-se a qualquer cargo eletivo em 2018. Minha filiação é para ajudar na estruturação do partido no estado, e para ajudar na articulação das candidaturas à reeleição da senadora Ângela Portela (PDT) e da governadora Suely Campos (PP).
ORÇAMENTOA partir desta semana que se inicia hoje começam as discussões sobre a LOA (Lei Orçamentária Anual) na Assembleia Legislativa do Estado, afinal, o cobertor da Receita está muito curto para cobrir a Despesa, que cresce sem parar. Todos os órgãos e poderes querem aumentar a participação no bolo, isto é, querem mais grana para gastar no próximo ano. Além do mais no âmbito do Executivo, as áreas de Educação Superior – com a implantação do curso de Medicina –, e da Saúde Pública com a inauguração do Hospital das Clínicas e do anexo do Hospital Geral de Roraima, vão exigir mais despesas, que não são pequenas. Vai ser interessante ver os debates, com pressões e contrapressões.
CANDIDATURA 1Fontes da Parabólica garantem que hoje, são poucas as chances da prefeita Teresa Surita (PMDB) aceitar ser candidata ao Governo do Estado na eleição de 2018. As razões são de ordem pessoal e política. O nome da prefeita não forma consenso entre os deputados estaduais – a principal base de apoio político de Romero Jucá –, que já perdeu quatro integrantes só por conta da eventual candidatura de Teresa Surita. As mesmas fontes garantem igualmente que se não for candidata, Teresa dificilmente apoiaria a candidatura do deputado estadual Jalser Renier (SD), a segunda opção de Jucá para formar a chapa majoritária para tentar a reeleição para o Senado Federal.
CANDIDATURA 2A recíproca é verdadeira. Jalser Renier também analisa a possibilidade de não ser candidato ao governo estadual em 2018. Também tem razões políticas e pessoais para não sair candidato, mas é quase certo que não aceite apoiar uma eventual candidatura ao governo da prefeita Teresa Surita. Tem razões de caráter pessoal, e também política, pois ambos, Teresa e Jalser estão de olhos voltados para o Palácio Senador Hélio Campos na eleição de 2022. São projetos opostos e excludentes. Quem viver, verá.