Bom dia,
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um homem experiente, um empresário bem-sucedido – especialmente no mundo empresarial financeiro – e parece dominar bem os ensinamentos de economia ministrados na Escola de Chicago. Por isso, não é crível imaginar não existir algum objetivo intencionado quando ele decide desqualificar o servidor público, enquanto categoria profissional, ao justificar a necessidade de o Congresso Nacional aprovar a reforma administrativa – ninguém sabe ainda do alcance a ser proposto pelo governo –, mas que visa estabelecer um novo marco regulatório entre o Estado e seus empregados.
A matéria, quase todos sabem, vai enfrentar muitos obstáculos diante do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, ambos colegiados, onde é muito forte o lobby dos servidores públicos brasileiros. As declarações do ministro da economia só vão trazer mais lenha na fogueira das contradições, com sérios riscos de que o esgarçamento das posições não permita que se possa discutir com mais cautela e lógica a premência de que os brasileiros tenham um Estado que lhes permita um ambiente propício à sua realização, livrando-os de um ente estatal paquidérmico e caro, que ao contrário, esmaga a pretensão de quem quer produzir.
HORA DE DEFINIÇÕES
Além da reforma administrativa, o governo de Jair Bolsonaro parece decidido a enfrentar neste ano eleitoral de 2020 algumas questões que irão esgarçar a necessidade de que o Brasil precisa não pode continuar a jogá-las para debaixo do tapete. A questão da utilização produtiva das terras indígenas – através da mineração e da agricultura – é outra definição que se vem, por décadas, adiando a discussão. A outra questão que se vem arrastando, faz muitos anos, é relativa ao modelo de tributação do Estado brasileiro, que é injusto, complexo e pesado para o contribuinte, que paga muitos tributos e tem um retorno pequeno e de má qualidade.
DE NOVO
Ontem, domingo (09.02), nas primeiras horas da manhã, outro grupo de índios Yanomami caminha pela BR-174, na direção de Mucajaí para Boa Vista. Estavam, como de costume, maltrapilhos e famintos, embora ainda encontrassem ânimo para um banho no igarapé Água Boa. Nosso leitor, e nossa leitora, poderiam questionar o porquê da insistência da Parabólica em fazer estes registros. Lembram-se da velha história de que “Água molhe em pedra dura, tanto bate até que fura”? Pois é, esta é a nossa intenção.
PACARAIMA
Não dá para deixar de lamentar a reação violenta do governo federal, que utilizou a Polícia Rodoviária Federal, para reprimir a manifestação de parte da população de Pacaraima – cidade brasileira que fez fronteira com a Venezuela – que quer apenas mais ação para combater a violência que tem minado a sobrevivência por lá. Os homens e mulheres daquela pequena cidade fronteiriça só pedem que o governo federal tenha mais rigor – inclusive barrando a entrada de imigrantes com antecedentes criminais – no combate à violência, que é diária, atingindo a todos, inclusive, a imigrantes que vêm ao Brasil apenas para trabalhar e viver com alguma dignidade.
RÁPIDAS
E o ministro da Justiça e as Segurança Pública, Sérgio Moro, tem viagem programada para o estado na próxima quinta-feira, 13.02. Virá para participar do I Congresso do Ministério Público Estadual de Roraima e vai também prestigiar a inauguração de obras de reforma no sistema penitenciário estadual. ### Leitor da Parabólica assistiu as entrevistas ontem, domingo (09.02), na Rádio Folha FM 100.3, mandou mensagem, via Whats, para dizer que não existe, em curto prazo, ambiente para pacificação do conflito instalado na Polícia Civil do estado. “É visível a radicalização das posições”, disse. ### Habilidosa, e evitando confrontação, a procuradora-geral do Ministério Público Estadual (MPE), Janaina Carneiro Costa, disse ontem, na Rádio Folha FM 100.3, que nenhum tipo de pressão vai inibir a ação de procuradores e promotores públicos de Roraima, na busca de fazer valer os direitos fundamentais da cidadania, inclusive, o combate sem trégua à corrupção. ### Já o deputado estadual Nilton do Sindpol (Patriotas) disse, também na Rádio Folha FM 100.3 (programa Agenda da Semana), que a resolução da crise instalada no âmbito da polícia civil é de competência exclusiva do governador do estado, Antônio Denárium (sem partido). ### O deputado Nilton do Sindpol também reclamou na entrevista à Rádio Folha FM 100.3, do envio pelo governador do estado de matérias para deliberação legislativa sempre em caráter de urgência, o que impede que as discussões sejam feitas com mais cuidado, e maior transparência. ### Os parlamentares federais de Roraima devem ter informações de bastidores que os tem tornados mais otimistas quanto ao início efetivo das obras de construção do Linhão de Tucurui. Tomara que estejam certos. ## E ontem, domingo, quem andou pelas ruas e avenidas dos bairros Paraviana e Caçari ficou impressionado com o número de imigrantes venezuelanos, famílias inteiras, peregrinando atrás de restos de comida.