Bom dia!
Na tarde de terça-feira, 07, o vice-governador do Estado, Paulo César Quartiero (sem partido), teve de comparecer à Justiça Federal de Roraima para prestar depoimento sobre um processo que lhe é movido sob a acusação de exploração mineral ilegal em terras indígenas. Até aí, tudo bem, afinal, neste país tupiniquim parece ter virado cena comum ver políticos sentados no banco de réus. Até um ex-presidente foi levado coercitivamente a depor na Polícia Federal no fim de semana.
No caso de Quartiero, a situação parece surrealista. Em 2006, ele era prefeito de Pacaraima, cidade capital do município de mesmo nome, na fronteira Norte do Brasil com a Venezuela. Pois bem, naquele ano de chuvas muito fortes, nos meses de junho e julho, várias estradas viraram lamaçal e muitas pontes caíram deixando comunidades inteiras isoladas. Na ocasião, o prefeito procurou o governador do Estado e o comando do 6º Batalhão de Engenharia do Exército, recebendo como resposta que a falta de recursos inviabilizava qualquer socorro imediato.
Como prefeito, Quartiero juntou o que foi possível de recursos financeiros e de equipamentos da prefeitura e se lançou, com meia dúzia de funcionários, no socorro às comunidades atingidas, na quase totalidade indígena. Mal iniciou a obra, com prioridade para a Comunidade de São Jorge, uma das mais importantes da região, o prefeito recebeu um telefonema de um fiscal do Ibama, que lhe avisava estar a obra embargada por falta de “licença ambiental”.
O prefeito disse alguns impropérios ao fiscal e avisou que não paralisaria a obra. Depois de algum tempo, foi notificado que cometera um crime ambiental e de exploração mineral em área indígena, e quase dez anos após tem que se defender, o que implica constrangimento e gasto com advogados. É mole?
FALTAEsses constantes cortes de energia têm trazido o terror para a esmagadora maioria das pessoas que não pode comprar um grupo gerador. Nem mesmo os órgãos públicos estão imunes desse incômodo. No caminho para Mucajaí, na segunda-feira à noite, era possível perceber que o 5º DP, o Quartel do Exército, a Polícia Rodoviária Federal e o Mafir estavam como breu, tudo na maior escuridão. Iluminado só o prédio da Superintendência da Polícia Federal.
DECIDIUFontes da Parabólica dão conta de que a governadora Suely Campos (PP) já deu sinal verde para que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) confeccione uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal para questionar a competência da Justiça Federal do Amazonas de mandar paralisar as obras do Linhão de Tucuruí. A decisão da governadora é digna dos maiores elogios, e isto é que se espera de uma chefa de Estado. Tomara que os demais políticos entendam assim e apóiem integralmente a iniciativa. Especialistas ouvidos pela Coluna dizem da total procedência da ação.
NOMESA Folha fez a opção de não citar os nomes das três mulheres presas pela Polícia Federal por conta de condenação no “Caso dos Gafanhotos” ou “Praga do Egito”, porque a própria Polícia Federal decidiu revelar apenas as iniciais delas. Outra razão é que, no entender das profissionais da casa, estão prendendo “peixes miúdos”. O nome ou iniciais do parlamentar a quem essas funcionárias serviram sequer foi mencionado. De qualquer forma, fica o exemplo para que outras pessoas simples não se deixem usar por políticos inescrupulosos.
ANUNCIADAO incidente de ontem entre as forças policiais – Polícia Militar, Guarda Municipal e até mesmo fiscais da Emhur -, que resultou na morte de um invasor de terreno público, é um desfecho de uma tragédia anunciada. Os agentes públicos cumpriam uma decisão judicial e encontraram resistência dos invasores, sendo, segundo fontes da Coluna, ameaçados por alguns deles. O nível de resistência dessa gente vem crescendo, o que faria sentido prever tal tragédia. É uma pena.
LULADepois das escaramuças que ele promoveu no final da semana passada, quando convocou sua companheirada para evitar que continue sendo investigado na Lava Jato, o ex-presidente Lula da Silva (PT) está passando a semana em Brasília. Jantou com Dilma Rousseff e Renan Calheiros (PMDB), e tratou de evitar que o partido de Renan e Jucá embarque no impeachment, na Convenção Nacional, no próximo sábado (12). Para não fazê-lo, os peemedebistas, que já têm sete ministérios, querem o oitavo para entregá-lo aos mineiros. Isso é o que se chama lutar pelo interesse nacional.
AUDIÊNCIAÉ hoje à tarde a audiência da governadora Suely Campos (PP) com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marcos Aurélio de Mello, relator da ação da Funai que pede a retirada de todos os não índios de Pacaraima. Segundo fontes da Parabólica, a governadora vai ser aconselhada a procurar também outros ministros para falar sobre o assunto. Os senadores Telmário Mota (PDT) e Ângela Portela (PT) estiveram na semana passada falando com Mello sobre o mesmo assunto.