Bom dia! “O princípio da democracia é dar e receber; dar um e receber dez” – Mark Twain Em Roraima, a terceirização é um artifício muito presente, utilizado pelos governos locais, por isso a realidade local pode dar uma dimensão do que representa o projeto aprovado na Câmara Federal, esta semana. Os governantes têm usado a mão de obra de terceirizados não apenas para deixar de realizar concurso público, mas também para garantir faturamento de empresas ligadas a parlamentares. Nas eleições municipais passadas, houve, inclusive, denúncia de vereador que supostamente se elegeu graças a funcionários terceirizados que ele tinha nas mãos. Existe uma pesquisa apontando que os terceirizados trabalham três horas a mais, ganham 25% a menos e ficam 3,1 anos a menos no emprego. As ações judiciais trabalhistas chegam às centenas na Justiça do Trabalho roraimense. E as denúncias de salários atrasados, ou falta de pagamento de direitos trabalhistas, inundam a imprensa semanalmente. Isso é um evidente sinal de que não pode ser um bom negócio para o trabalhador nem para a justiça social, porém muito favorável para empresários e políticos que detêm empresas que se relacionam promiscuamente com os governos. Mas é bem provável que, depois de passar pelo Senado, a lei seja vetada pela presidente Dilma Rousseff (PT), isso analisando o desenrolar da votação na Câmara. Senão, vejamos! Ficou claro que os deputados do PSDB votaram, quase em sua totalidade, pela terceirização: dos 46 deputados tucanos, 45 votaram pela terceirização. Por outro lado, votaram contra os partidos PT, PSOL e PCdoB. Todos os 61 deputados do PT rejeitaram o projeto. Todos os cinco do PSOL, também. Apenas um deputado entre os 13 do PCdoB votou favorável. Essa divisão de votos pode servir de análise para presumir que a presidente Dilma deverá vetar o projeto. Afinal, hoje a falta de um marco regulatório permite que governos contratem mão de obra terceirizada para serviços de limpeza e segurança, mas não contratar professores terceirizados. Com a regulamentação, nem para ser professor precisará mais de concurso. Aí é que mora o perigo que muitos não querem enxergar. COMEÇOU Engana-se quem pensa que as eleições municipais de Boa Vista começam apenas no próximo ano após as convenções partidárias indicarem os candidatos a prefeito. Na verdade, já está se travando, nos subterrâneos da política local, uma batalha acirrada entre grupos que já têm pré-candidatos ao Executivo municipal. Trata-se da luta de uns para evitar que o colegiado eleitoral de Boa Vista atinja os 200 mil eleitores, uma vez que, ocorrendo isso, pelo Código Eleitoral, a eleição será definida em dois turnos. OFERTA Para enfrentar a disposição do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que através da Justiça Eleitoral Itinerante tenta alistar um maior número de eleitores, especialmente entre jovens, há um grupo político oferecendo a pré-candidatos a vereador em municípios interioranos o valor de R$ 50,00 para cada eleitor transferido da Capital para qualquer cidade do interior. E não é grana pouca. Basta fazer um simples cálculo: 200 eleitores transferidos custam não desprezíveis R$ 10 mil. É mole? PETROLÃO As poderosas antenas da Parabólica captaram sinais da presença de grana proveniente do Petrolão em Roraima. Um poderoso grupo empresarial local, líder em seu setor, tem nas veias grana surrupiada da estatal petrolífera brasileira. É só averiguar. ESPECULAÇÕES Há algumas semanas começaram as especulações sobre uma suposta implosão do G-14 (que um dia já foi G-15), apelidado de grupão, que se autodenomina um grupo independente. Até aqui, essa turma tem se mostrado um verdadeiro rolo compressor, principalmente quando se fala em aprovar ou não nomes indicados pela governadora Suely Campos (PP) para órgãos públicos que precisam passar pela sabatina e votação em plenário na Assembleia Legislativa. REVOADA Na esteira dessas especulações de bastidores políticos, fala-se inclusive de uma grande revoada para a base governista, restando no grupão apenas dois parlamentares que seriam políticos fiéis ao grupo do senador Romero Jucá (PMDB). Atualmente, a base governista no Legislativo é composta por nove deputados que se dividem em dois grupos, mas falando a mesma linguagem. LENDA Um deputado que faz parte do grupão, consultado por uma jornalista sobre essas especulações, afirmou que há “muita lenda urbana nisso tudo”, mas que pode até ser que o Palácio Senador Hélio Campos consiga cooptar alguns, porém, ele seria um exemplo dos que não cederiam à proposta de fazer parte da base governista. Segundo ele, seria tal qual um comercial que passa na TV: “Nem a pau, Juvenal!”. ENCONTROS Mas é fato que o ex-governador Neudo Campos, interlocutor do Palácio Senador Hélio Campos, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (PSDC), andaram se encontrando em almoços e jantares. As versões dadas por aliados de cada lado puxam a brasa para a sua sardinha. Só o tempo dirá se haverá indigestão ou não no cardápio servido nesses encontros gourmet. UIRMAUTÃ As turmas do curso de Geografia da Universidade Estadual de Roraima (UERR) dos campi de Boa Vista, Caracaraí e Pacaraima, no total de 30 acadêmicos, vão participar, de hoje até domingo, de uma aula de campo no Município de Uiramutã, Nordeste do Estado, região que inclui o Monte Caburaí, onde fica o ponto mais setentrional do Brasil. A atividade está sob a responsabilidade dos professores Pollyana Fontinele Vilela, Hugo Rocha e Márcia Teixeira Falcão.