Parabólica

Parabolica 11 12 2014 384

Bom dia, “O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por contra pública” – Marcus Tullius, Roma, 55 a.C. O FICA As poderosas antenas da Parabólica captaram a informação de que Marcelo Lopes já havia retornado ao cargo de secretário municipal de Saúde desde a semana passada (se é que um dia ele deixou de sê-lo). Conforme as fontes, houve uma reunião na qual tudo foi “esclarecido” e ainda decidido que a situação apontada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) “não seria bem aquela”. Ou seja, tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes. É mole? RESQUÍCIO Os resquícios da derrotada campanha de reeleição ao Governo do Estado ainda perturbam os gabinetes e corredores da Universidade Estadual de Roraima (UERR), que vive momentos nervosos depois que a Justiça suspendeu a eleição para o comando daquela instituição, que deveria ocorrer neste fim de semana. Vale lembrar que membros da Reitoria se envolveram de corpo e alma na campanha eleitoral do grupo governista, inclusive no comando da coordenação da campanha. POEIRA Embora na política partidária a poeira já tenha sentado, na política interna da UERR ainda não. A disputa pela Reitoria ficou divida em quem estava envolvida na campanha eleitoral ao governo e em quem achava que os profissionais não tinham que ficar adesivando carro e pedir votos por obrigação. E um dos desfechos dessa disputa acabou ocorrendo anteontem, quando a candidata da oposição (junta com mais duas professoras) foi exonerada de seu cargo em uma pró-reitoria e praticamente escorraçada da sala que ocupava. CAPÍTULO A alegação para a exoneração teria sido “insubordinação”, mas a comunidade acadêmica sabe que tudo não passa de resquício de uma campanha eleitoral ao governo, quando profissionais de uma instituição séria, em vez de estarem zelando pelo bem público e pela educação, largaram tudo para se tornarem cabos eleitorais. Agora é esperar pelas cenas dos próximos capítulos.   MEMÓRIA Embora a descoberta da tribo isolada dos índios Pirititi esteja sendo tratada como algo novo na opinião pública roraimense, a falta de memória não só do povo, mas das autoridades, não permitiu lembrar que este fato não é novo. Em dezembro de 2012, a Folha já havia noticiado que um sobrevoo feito no ano anterior, por uma equipe da Eletronorte, acompanhada do sertanista Porfílio de Carvalho, identificou a nova tribo na divisa entre Roraima, Amazonas e Pará, no Sul do Estado. PORTARIA Seguida à descoberta, veio a publicação, pela Fundação Nacional do Índio (Funai), de uma portaria no dia 26 de dezembro daquele ano, que delimitou e restringiu uma área de 43 mil hectares no Município de Rorainópolis, a 294 km de Boa Vista, onde supostamente vivem os Pirititi. A área segue um traçado acompanhando o traçado dos limites da Terra Indígena Waimiri-Atroari do lado roraimense, praticamente ao longo de uma faixa de terra à margem direita do trecho sul do BR-174.   CONFLITOS Desde lá começaram os conflitos verbais entre produtores assentados naquela faixa de terra e os servidores da Funai, uma vez que a portaria publicada, a partir da identificação da tribo, interdita a área para que uma equipe estude os aspectos gerais daquela comunidade. Esse grupo de trabalho vai apontar, por exemplo, o tamanho da área necessária para proteção dos Pirititi, a área para sobrevivência física e cultural deles. CONHECIMENTO E o resto da história que advém de todo esse processo todos já conhecemos por experiência com a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, caso emblemático que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF).  Os estudos não têm prazo definido para serem concluídos. O grupo de trabalho é formado pela Coordenação-Geral dos Índios Isolados da Funai de Brasília. WAIMIRI A portaria veta o acesso de pessoas não vinculadas à Funai. A medida estabelece ainda que a área se chame Terra Indígena Pirititi, exigência  feita inicialmente pelos Waimiri-Atroari, grupo indígena vizinho cujas terras foram demarcadas na década de 1980. Os relatos dos Waimiri levaram a Funai a crer que os Pirititi vivessem em uma área compreendida pela Terra Indígena Waimiri-Atroari. No entanto, estudos teriam constatado que o grupo estava presente também em regiões fora da área demarcada, o que foi confirmado em sobrevoo realizado por uma equipe da Funai. FISCALIZAÇÃO Conforme a Funai, a área habitada pelo grupo é alvo de solicitações de permissão de desmatamento e exploração econômica. O objetivo da restrição de ingresso, locomoção e permanência na região é garantir que os Pirititi permaneçam isolados em seu território. O cumprimento da medida é fiscalizado pela Frente de Proteção Etnoambiental Waimiri-Atroari e pelo setor da Funai responsável por índios isolados e recém-contatados, de Brasília. OUTRAS 1 À época da matéria da Folha, a Funai informou ainda que, no Município de Iracema, Centro-Sul do Estado, desta vez dentro da Terra Indígena Yanomami, próximo à maloca do Paapiú, a quase 250 quilômetros da Capital, foi descoberta outra comunidade indígena isolada, da etnia Moxateteri. Na região, a Funai mantém a base da Serra da Estrutura para proteger os índios. OUTRAS 2 Após sobrevoo, a Funai também recebeu relatórios de outra comunidade indígena isolada, localizada ainda na Terra Yanomami, próxima à região do Auaris. Estes índios ainda não teriam recebido uma denominação. Após os estudos antropológicos, a área delimitada pode ser homologada para se tornar terra indígena.