Bom dia,
Hoje é quarta-feira (27.01). O laboratório norte-americano Pfizer, um dos maiores do mundo anunciou que não vai mais pedir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial de sua vacina contra a Covid19 no Brasil. A gigante estadunidense diz que a desistência é devida a falta de uma definição objetiva do governo brasileiro pela aquisição de sua vacina, alegando que desde o ano passado sua diretoria tentou negociar com autoridades do alto escalão do governo brasileiro, inclusive, com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a venda de seu imunizante sem que se tenha chegado a um entendimento definitivo. Diante disso, e com um mercado mundial disputadíssimo, a Pfizer optou por vender sua vacina para outros países.
Rigorosamente, embora haja no mundo mais de 150 pesquisas de imunizantes para a Covid19, o Brasil conta hoje com apenas duas vacinas para atender a sua população de mais de 218 milhões de habitantes: a Coronavac (do laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantã, do governo de São Paulo) e a AstraZeneca/Oxford (em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz, do Ministério da Saúde). Contando as doses que já chegaram no Brasil – cerca de 14 milhões da Coronavac e 2 milhões da AstraZeneca-, a quantidade de pessoas que podem ser vacinadas com esta quantidade de imunizante, é de, no máximo 8 milhões, partindo da exigência de duas doses de cada uma por pessoas imunizada.
Tanto o Instituto Butantã quanto a Fiocruz anunciam a chegada de matéria-prima, todas vindas da China, para a próxima semana que permitirá, ao longo do mês de fevereiro, produzir cerca de 20 milhões de doses, para a imunização máxima de 10 milhões adicionais de pessoas. Somados os oito milhões de vacinados/vacinadas, aos que receberão a vacina produzida em fevereiro, o Brasil poderá chegar em março próximo, a algo em trono de 18 milhões de brasileiros e brasileiras que, teoricamente, estarão livres de contrair a Covid19, na hipótese de que as duas vacinas sejam realmente eficazes, como apontam as pesquisas realizadas no Brasil.
Com 18 milhões vacinados, significa que o governo brasileiro terá imunizado até março, cerca de irrisórios 8% de sua população. Especialistas de todas as instituições dizem que, levando em consideração os resultados medidos de eficácia das duas vacinas que estão sendo utilizadas pelo governo brasileiro, para que se alcance a chamada imunidade de rebanho/imunidade coletiva, é necessária a imunização de pelo menos 80% da população, ou seja, seria necessário vacinar algo em torno de 174,4 milhões de brasileiros e brasileiras. Ou seja, 9,7 vezes o que vai ser vacinado até março.
Esses números expressam uma verdade insofismável: ainda vamos conviver por muito tempo com alto número de contaminados e de óbitos por conta da Covid19. É uma pena, que ao lado de uma colossal falta de competência do Estado brasileiro em seus três níveis de governo (federal, estadual e municipal) para enfrentar essa trágica pandemia, ainda temos uma população flagrantemente irresponsável que não dá a mínima para a recomendação dos cientistas, técnicos e pesquisadores que dizem a toda hora para que se use máscaras, faça higienização das mãos e se mantenha distanciamento social. É lamentável.
MOVIMENTAÇÃO
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de determinar que nova eleição seja feita para eleger a nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) movimentou o mundo político roraimense ontem. A disputa pela presidência da instituição colocou em campo opostos o governador Antônio Denárium (sem partido) e o atual presidente da ALE, o deputado estadual Jálser Renier (Solidariedade), que não pode disputar a reeleição. Denárium que fazer presidente, o deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B), que até ondem ocupava a chefia da Casa Civil do governo estadual, mas foi exonerado para voltar a ALE. Jálser Renier aposta todas as fichas na eleição da deputada estadual Lenir Rodrigues (Cidadania).
ACORDO
Segundo fontes da Parabólica, o governador Antônio Denárium ainda tentou fazer um acordo com o deputado estadual Jálser Renier . Pelo proposto, o novo presidente da ALE seria o deputado estadual Soldado Sampaio, com os dois grupos indicando cada um, quatro dos oito cargos restantes da Mesa Diretora. As mesmas fontes disseram que o grupo de Jálser Renier rechaçou a proposta, o que levará a disputa inevitavelmente para a votação secreta, no plenário, o que tem data ainda não definida. Um parlamentar disse a Coluna, que a eleição poderá ocorrer na próxima quinta-feira ou ser postergada para o próximo mês de fevereiro, bem depois do fim do recesso parlamentar.
CANDIDATO
Fiel escudeiro do presidente da ALE, Jálser Renier, o deputado estadual Jânio Xingu (PSB), que é atual primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, não ficou nada satisfeito em ter sido preterido na escolha do candidato do grupo. Ele disse ontem, a Parabólica que será candidato a presidir a ALE, num bloco independente, tanto do governo estadual, quanto do núcleo mais próximo do atual presidente do legislativo roraimense.