Bom dia,

Hoje é quinta-feira (11.03). E não dá para fugir à regra. O pronunciamento do ex-presidente Lula da Silva (PT), um dia depois da anulação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de suas duas condenações condenatórias, em sentenças exacradas por dois juízes diferentes da 13ª  Vara da Justiça Federal de Curitiba, e confirmadas por colegiados de duas outras instâncias da justiça brasileira, o petista falou por mais de duas horas de dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, uma das mais fortes e estruturadas unidades sindicais brasileiras. Lula, foi o Lula de sempre, jurou inocência, confundiu conceitos, mas enunciou muitas ideias de um futuro governo brasileiro presidido por ele. Na verdade, apesar de negar, o evento transformou-se num pré-lançamento de sua candidatura às eleições de 2022.

Na imprensa de um modo geral, o discurso de Lula foi recebido com enorme simpatia, reflexo do péssimo relacionamento do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), com boa parte da mídia tradicional. Lula chegou a agradecer diretamente à Rede Globo, por ter divulgado na íntegra a leitura do voto do ministro Gilmar Mendes, quando da votação sobre o julgamento de parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, o que segundo ele, lhe motivou a transformar-se no primeiro guardião da liberdade de imprensa no Brasil. O discurso do petista, cheio de omissões e distorções, não teve qualquer crítica dos “analistas” políticos e econômico que infestam as duas principais televisões do país, a Globo e a norte-americana CNN.

ESTATISMO

O Lula que falou ontem aos brasileiros e as brasileiras é o mesmo de sempre. Os 580 dias de prisão na Polícia Federal em Curitiba não foram suficientes para mudar qualquer vírgula daquilo que ele pensa sobre a intervenção do estado na economia. Revelou que ojeriza a palavra privatização e citou várias empresas estatais que no seu juízo devem permanecer como propriedade do Estado brasileiro. Disse claramente que compete ao Estado controlar os preços na economia, afirmando ser um absurdo que a Petrobrás defina o preço interno dos combustíveis com atrelamento ao preço internacional do petróleo e à flutuação do dólar estadunidense. Sinalizou que presidente, vai controlar a petroleira. Todos já sabemos dos resultados disso.

POPULISMO

Lula disse claramente que o Estado tem o dever de gerar emprego para os trabalhadores, e que se isso não for possível, é preciso socorrer os desempregados. “Pobre tem de ficar esperando a ajuda do Estado”, disse o petista à certa altura de seu discurso. Tentou aparecer mais uma vez, como o “pai dos pobres”, papel que sempre tentou representar ao longo de sua trajetória política. No governo, realmente teve o mérito de potencializar muitos programas sociais criados pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, sob a inspiração da correta e discreta antropóloga Ruth Cardoso, quando foi primeira-dama do Brasil.                          

VEREADORES 1

É de matar a esperança. A atual composição da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) vem desde o início da legislatura dando exemplos pouco republicano nas suas decisões. Primeiro, na discussão da Lei Orçamentária Anual (LOA) do município para 2021, os vereadores decidiram apresentar emendas modificativas à proposta apresentada pelo Executivo fora do prazo regimentar, O plenário da CMBV aprovou tais emendas, que resultaram num orçamento flagrantemente destinado a complicar a vida do atual gestor municipal. Como se sabe, todas as emendas foram vetadas pelo prefeito Arthur Henrique (MDB).

VEREADORES 2  

Na apreciação dos vetos pela CMBV, após várias negociações feitas ao largo do prefeito Arthur Henrique, a Parabólica recebeu a informação de que três vereadores que se diziam na oposição se juntaram a base aliada do governo municipal, para a votação: Gildean Gari (PP), Leonel Oliveira (Solidariedade) e Tiago Fogaça (PTC), que são do grupo do presidente da Câmara, vereador Genilson Costa. Com isso, era esperada a votação por 13 a 10 pela manutenção dos vetos das emendas a Lei Orçamentária Anual (LOA). Ao final, o placar foi de 12 a 11, o que significa, que alguém não cumpriu os acordos costurados, alguns na calada da noite. Correligionários do prefeito suspeitam que o infiel está entre os “novos cristãos”. Que feio, hein?

COISA FEIA

Como porta-voz da Prefeitura Municipal de Boa Vista, o ex-senador Romero Jucá (MDB) apareceu em rede social denunciando que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) não vem transferindo ao governo municipal a quantidade de vacinas, proporcional à população boa-vistense. Também por redes sociais, o secretário estadual de Saúde, Marcelo Lopes, tentou explicar sem sucesso que Jucá estaria plantando notícias falsas por puro oportunismo político. Que coisa feia! Tudo seria devidamente esclarecido se através dos canais oficiais tanto o governo do estado, como o governo municipal divulgassem os números reais das vacinas recebidas do Ministério da Saúde e devidamente aplicadas na população boa-vistense.