Bom dia,

Hoje é sexta-feira (12.03). Estamos terminando a semana sem que tenham sido lançadas luzes sobre o problema da vacinação da população boa-vistense, e roraimense, contra a Covid-19. No caso da Capital, nem o governo prova que repassou o número de vacinas proporcional a que tinha direito a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) que também não prova que aplicou todas as doses recebidas; é claro, mantida a reserva para a segunda aplicação. Dessa triste polêmica restam dois números que entristecem a todos. Ontem, o canal de televisão CNN divulgou a número que mereceria uma atitude mais séria, até mesmo dos órgãos oficiais de investigação, afinal, segundo a emissora, o governo de Roraima teria aplicado apenas 35,4% de todas as doses que recebeu do Ministério da Saúde. No mesmo dia foi uma surpresa, nada agradável, o anúncio feito pela PMBV de que estaria fechando 2, dos 5 postos de vacinação contra a Covid-19, até então em funcionamento na Capital roraimense.

É uma coisa feia e inaceitável, que enquanto esses números e decisões chegam ao conhecimento da população roraimense, algumas lideranças locais, de olho nas eleições de 2022, aproveitem o território livre das redes sociais para trocarem farpas. É o caso do governador Antonio Denarium (sem partido) e do ex-senador Romero Jucá (MDB), este aliás, já arrogante, frente a possibilidade de ter anulados ou prescritos alguns processos de que é alvo sob a suspeita de corrupção. Denarium deveria aproveitar melhor o seu tempo, fazendo publicar, por meios oficiais, e não por redes sociais, os verdadeiros números do programa de vacinação no estado. E isso, seguramente, não é nada complicado. Jucá, por sua vez, já que parece ter sido nomeado oficiosamente porta-voz do prefeito Arthur Henrique (MDB) deveria explicar por que a PMBV está fechando postos de vacinação contra a Covid-19?

Aliás, não tem nenhuma dificuldade para o governo do estado divulgar, por meios oficiais, os verdadeiros números da vacinação em Roraima. Ao que se sabe, das vacinas que chegam ao estado uma parte foi utilizada para vacinação do pessoal diretamente envolvido com pacientes infectados – quantas doses foram utilizadas com este público? -; outra parte é distribuída para as prefeituras segundo o critério populacional -quantas doses foram distribuídas por município-; e qual o número de vacinas distribuídas aos DSEIs para atender a população indígenas? Tal providência, aparentemente de fácil execução, acabaria com todo este espetáculo triste de troca de ofensas por redes sociais.

RÉGUA

Pata atacar o governador Antonio Denarium, o ex-senador Romero Jucá fez uso de uma matéria publicada cá na Folha, evidentemente para pegar carona na credibilidade do Grupo Folha. Medindo o caráter e a conduta dos outros pela régua com que mede ele próprio, Jucá afirmou que a Folha é um jornal aliado do governo do estado. De imprensa séria, ele realmente nada entende, basta ver a linha editorial adotada pelos veículos de comunicação, inclusive, de concessão pública, que ele influencia diretamente. Claro, quase todos recebem grande quantidade de investimentos publicitários regiamente por dinheiro público vindo das instituições que ele comanda com mão de ferro. Nossa régua é diferente.

POBREZINHO

Naquela entrevista/pronunciamento que fez para lançar sua candidatura à presidência as República em 2022, o ex-presidente Lula da Silva (PT) disse que durante o processo e a prisão que teve de cumprir, foi procurado por vários advogados famosos que lhe pediram, em média, três milhões de reais para assumir sua defesa. Por isso ele preferiu ficar com a dupla de advogados paulistas Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins. Segundo ele, seus recursos não permitiriam contratar profissionais mais caros. Alguém acredita nisso? Ah! Sim, será que ele chegou a contatar o advogado Antônio Carlos (Kakai) de Almeida, advogados entre outros, do notório ex-senador Romero Jucá. Kakai, como se sabe é um dos advogados mais poderosos e caros de Brasília.

PRETERIÇÃO

A denúncia deveria ser investigada. Segundo o Programa Nacional de Imunização (PNI) as vacinas destinadas à população indígena deveriam ser utilizadas apenas para indígenas que vimem ainda aldeados. Acontece que, segundo informações chegadas a Parabólica, é uma prática usual que os parentes avisem os indígenas que moram em Boa Vista para irem às suas comunidades no dia da vacinação. Lá, recebem o imunizante independente da idade. Ou seja, jovens no fulgor da vida são tratados contra a Covid-19, antes de idosos muito mais vulneráveis. Brasil, país das fraudes.

RÁPIDAS

Para além das promessas do governo federal de adquirir mais vacinas, todas pendentes de contratos a serem assinados, muitos municípios brasileiros, inclusive, que abrigam capitais de estado, já anunciaram que vão parar de imunizar suas populações por falta de vacinas. ### Apesar de reiterados anúncios meteorológicos de chuva para Roraima, por aqui nas cercanias de Boa Vista, só muito calor e apenas chuviscos incapazes de molhar o solo. ### E por conta da estiagem, já é possível ver todas as noites no horizonte do Lavrado focos de incêndios. É uma tristeza. ### Até segunda-feira.