Bom dia,

Hoje é segunda-feira (15.03). E os brasileiros e as brasileiras acordam hoje com a expectativa de que o principal nome do ministério de Jair Bolsonaro (sem partido) no momento, o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo deverá deixar a função. E se isso realmente ocorrer, e deve acontecer, será no pique da crise sanitária provocada pela pandemia da Covid19, com número de casos de contaminação em alta e de mortes também. No ritmo dessas ocorrências o Brasil ultrapassará muito em breve o número trágico de 300 mil mortes de pessoas vitimadas pelo vírus. É, de longe, a maior e mais grave crise sanitária já vivida pelo país. Fruto de uma colossal incompetência, quase uma falência, do Estado brasileiro, de todos os níveis de governo e dos três poderes.

Eduardo Pazzuelo, um general de três estrelas da ativa do Exército, ganhou a confiança do presidente da República, depois de ser designado, pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) como uma espécie de interventor adjunto no governo de Roraima, em dezembro de 2018, quando ocupou a função de secretário estadual de Fazenda; e depois como primeiro coordenador, e estruturador  da Operação Acolhida. também no estado. Muitos políticos, especialmente do Centrão, de olho no bilionário orçamento do Ministério da Saúde, já veem pressionando Jair Bolsonaro para sacar Pazzuelo do cargo e na semana passada a pressão aumentou depois das críticas do ex-presidente Lula da Silva (PT) à condução da política de combate ao Covid19.

O Palácio do Planalto parece ter se vergado às pressões, e no final da semana, como é próprio do comportamento do atual presidente, Jair Bolsonaro recebeu em audiência a médica cardiologista Ludimilla Haffar, preferida pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur lira (PP-AL), antes mesmo de confirmada a saída de Pazzuelo. Os articuladores palacianos ainda tentaram criar uma justificativa para a saída do general, e plantaram uma notícia -depois de uma reunião dos ministros militares com gabinete no Palácio do Planalto, com Bolsonaro e o próprio Pazzuelo-, segundo a qual o general estaria doente, e para se tratar, pedira afastamento do cargo.

Se a estratégia foi discutida na reunião palaciana, Pazzuelo resolveu contrariá-la e mandou avisar que não está doente coisa nenhuma, que não pediu para sair, mas que entregar o cargo tão logo o presidente peça para desocupá-lo. A amigos mais próximos, o general disse que não deixará o Ministério da Saúde por vontade própria, mas que não continuará no cargo sem o prestigiamento do seu chefe, o presidente da República. Embora, fontes da Parabólica garantam que a decisão de Bolsonaro de demiti-lo está tomada.

Ah! Tem um fator que pode prolongar um pouco mais a agonia de Pazzuelo no Ministério da Saúde: os órgãos de inteligência do governo já fizerem chegar ao Palácio do Planalto a informação. de que outrora, Ludimilla Haffar, uma professora da Universidade de São Paulo (USP), já chamou Bolsonaro de psicopata. Já pensou, o leitor da Parabólica, se essa informação chega depois da nomeação?

VACINAS

Por falar na saída de Eduardo Pazzuelo do Ministério da Saúde, a Parabólica recebeu uma tabela confeccionada pelo Localizasus contendo os números gerais do total de vacinas distribuídas para todos os estados brasileiros. Para Roraima, até 12.03, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) já recebeu 110.860 doses , sendo 105.360 da Butantan/Coronavac e 5.500 da Fiocruz/AstraZeneca. Como os dois imunizantes exigem duas doses para ter eficácia, se todas as vacinas tivessem a primeira dose aplicada, seguramente, cerca de 55.000 de roraimenses já teriam sido vacinados. Isto significa algo em trono de 50% da população local. Os números até agora divulgados não passam de 4,2%, o que indica a existência de algum estoque de vacinas nalgum lugar.

FILHOS

Ontem, domingo, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o cientista político Roberto Ramos, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), disse que a compra de uma mansão, numa área nobre de Brasília, no valor de seis milhões de reais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro, poderia prejudicar a reeleição do pai. Pouco tempo depois, um ouvinte da emissora ligou para discordar do cientista político, e afirmou que se a oposição pode utilizar o filho do presidente para prejudicar sua reeleição, o que seria de Lula da Silva (PT), candidato a presidente da República em 2022, se for utilizado o mesmo argumento em relação a Lulinha da Silva, que de simples funcionário de um zoológico, virou milionário durante os governos do pai. Triste do país que tem de escolher entre os priores exemplos.

RÁPIDAS

O médico Lúcio Távora, um dos mais respeitados profissionais da medicina em Roraima, disse ontem, na Rádio Folha FM 100.3, que não adianta dizer que serão construídos novos leitos de UTI no estado. Não existem mais profissionais, médicos e para médicos, para fazer funcionar essas unidades. ### Mas, nem tudo é notícia ruim. O secretário estadual da Agricultura, Aluízio Nascimento, disse ontem, também na Rádio Folha FM 1200.3, que a área plantada nesta safra em Roraima pode chegar a 100.000ha, somados todos os cultivos, entre os de grãos, do grande e médio agronegócio, e a agricultura familiar.### Até amanhã.