Bom dia,

Hoje é terça-feira (23.03). A semana passada não foi nada boa para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e por extensão, para a política econômica liberal do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). No começo, um comitê de acompanhamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma instituição intergovernamental com sede em Paris e atualmente integrada por 37 países, emitiu parecer indicando o retrocesso na política de combate à corrupção em curso no Brasil, em função do já concretizado desmonte da Operação Lava Jato e das recentes decisões do poder Judiciário, especialmente, com anulação de sentenças condenatórias de notórios personagens envolvidos no desvio de dinheiro público; e absolvição de outros tantos. O ingresso na OCDE seria o selo de qualidade que Paulo Guedes sonhava para dar credibilidade internacional a sua política econômica. Com esta apreensão e preocupação, fica difícil para o Brasil ingressar na organização, tarefa que vem sendo perseguida pelo atual governo, que chegou até apelar, sem êxito, para o ex-presidente estadunidense Donald Trump, pedindo ajuda.

Outro sério revés acumulado pelo ministro da Economia Paulo Guedes na semana que passou foi a publicação de uma carta denúncia/sugestão assinada por cerca de 500 grandes empresários de todos os setores econômicos e por vários economistas de peso -inclusive ex-ministros e presidentes do Banco Central-, traçando um cenário sombrio da economia brasileira, com críticas contundentes às políticas públicas do governo Bolsonaro, e até mesmo reparações diretas ao comportamento pessoal do residente da República. A repercussão no meio político nacional; entre os empresários (nacionais e internacionais); e na imprensa internacional é um balde de água fria no entusiasmo do ministro Paulo Guedes com relação ao desempenho próximo da economia brasileira. É, igualmente, uma demonstração inequívoca do desgaste da credibilidade do governo junto aos homens e mulheres que comandam o formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O estrago foi feito, a tarefa de consertá-lo é uma tarefa difícil, especialmente nestes tempos de pandemia parecendo fora de controle.

MINISTÉRIO

A Parabólica informou na manhã de ontem, segunda-feira, que a saída do general Eduardo Pazuello, do Ministério da Saúde, só ocorreria depois que o Palácio do Planalto encontrasse um novo ministério para acomodá-lo, e de quebra, o conservasse como ministro de Estado para deixá-lo com foro privilegiado. À noite, toda a imprensa nacional confirmou nosso furo, revelando que a pasta a ser criada deve ser um ministério extraordinário para cuidar da Amazônia -informação que a Coluna já tinha, mas por pedido de nossa fonte não revelamos. Não será uma decisão fácil, por isso ainda não foi divulgada, o que tem deixado o Ministério da Saúde com dois ministros, faz mais de uma semana.

RESISTÊNCIA

A decisão de criar uma ministério extraordinário para cuida da Amazônia, entregando-a ao comando de Eduardo Pazuello, não tem aprovação de todos os ministros com gabinetes no Palácio do Planalto. Metade deles não concorda com a ideia, especialmente por conta do esvaziamento, ainda maior, do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que é ainda, o coordenador das ações do governo federal para a região. Esses ministros também enxergam na criação do ministério extraordinário da Amazônia, e entrega ao comando de Eduardo Pazuello, mais um ponto de vulnerabilidade do Brasil junto à comunidade internacional. É este o imbróglio que o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai ter de desatar, entre hoje e amanhã, para que seja empossado no Ministério da Saúde, quinta-feira (25.03), o médico cardiologista paraibano Marcelo Queiroga.

RÁPIDAS

Sem dúvida deve ser saudada com entusiasmo a presença, por uma semana inteira, em Roraima, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. Ele veio ao estado para conhecer alguns projetos já financiados pelo banco e para conhecer outra oportunidades de investimentos em Roraima. Bem-vindo, pois. ### A Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) começa vacinar hoje, a população com 69 e 68 anos, com as vacinas Coronavac que lhes foram entregues, ontem, pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). A redução do universo a ser vacinado é decorrente do aumento do número de pessoas em cada faixa etária. ### Já era esperado. Como reação do aparato ambientalista internacional, que não desiste de impedir o desenvolvimento de Roraima, o justiça federal anulou o contrato de construção e exploração comercial do Linhão de Tucuruí, cujo leilão foi realizado há quase dez anos (2011). Se a decisão não for modificada, o começo vai ser do zero. ### Ontem, foi o Dia Internacional da Água. É bom lembrar que nossos principais rios, que abastecem o estado, estão sendo destruídos pela garimpagem ilegal, que é duplamente criminosa. Sem cuidados ambientais e praticada em Terra Indígena, o que é constitucionalmente proibida. ### Até amanhã.