Bom dia,

Hoje é quarta-feira (24.03). Alguém neste país é capaz de avaliar o custo material, moral e ético da decisão tomada, ontem, pela já conhecida 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal? Será possível saber que razões levaram uma ministra, Carmen Lúcia, a mudar seu voto para anistiar os crimes cometidos pelo ex-presidente Lula da Silva (PT)? Quem poderá estimar os bilhões de reais que poderão custar as revisões de outras sentenças saídas da caneta de Sérgio Moro, quando juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba? Qual a montanha de dinheiro que o contribuinte brasileiro deverá pagar à titulo de devolução daqueles valores que corruptos confessos devolveram voluntariamente a Petrobrás? E as possíveis indenizações por danos materiais e morais poderão ser deferidas pela justiça, requeridas por quem foi preso e teve bens sequestrados? E quem pagará os milhões de honorários advocatícios decorrentes das inúmeras ações que poderão ser ingressadas contra a União para reparar esses danos, já reconhecidos por esses ministros da Suprema Corte? E Lula da Silva, quanto receberá por ter passado mais de 580 dias numa cela da Superintendência da Polícia Federal do Paraná; e de ter sido impedido de concorrer a eleição para presidente da república em 2018?

Toda essa bateria de perguntas é feita para que o leitor, e a leitora, da Parabólica tenham um pálida ideia da dimensão, e das razões, que levaram o enfurecido Gilmar Mendes -ele ficou irritado, e deu uma reprimenda pública no colega Nunes Marques que votou contra seu relatório revisor-, Ricardo Lewandowski e Carmen Lúcia, a magistrada que depois de votar contra a suspeição de Sérgio Moro, refez sua convicção por razões já conhecidas à época do primeiro voto. É tudo muito estranho, e enquanto todos pedem que os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros fiquem em casa, sem trabalho e sem dinheiro para sustentar suas famílias, os ministros do STF, do conforto de suas luxuosas residências pagas pelo dinheiro público, “trabalham” virtualmente para gerar mais despesas para o já combalido contribuinte do país. Só para finalizar esses comentários: erros de juízes são reparados, quando requeridas as indenizações, pelo Estado. No caso, se alguém recorrer ao judiciário, pedindo reparação por danos materiais e morais, quem pagará tais valores será a União Federal.

TOMOU POSSE

Antes mesmo de ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) o decreto de sua nomeação como Ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, assumiu o cargo, em cerimônia quase escondida do público, no Palacio do Planalto. Ele terá seu primeiro dia como ministro de fato e de direito, tendo que enfrentar a trágica realidade de um país que deve alcançar nesta quarta-feira a terrível marca de 300.000 mortos por conta da Covid19. Queiroga deverá, igualmente, enfrentar a iminente falta de medicamentos para abastecer as lotadas UTIs de vários hospitais públicos espalhadas pelo Brasil, cuja disponibilidade, na maioria dos casos, só é suficiente para uma semana. De quebra, deverá passar boa parte do dia reunido no Palácio da Alvorada com os chefes dos poderes de república.

TOM

Quem viu, e ouviu, o pronunciamento do presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional de rádio e televisão, pode avaliar o ânimo presidencial a ser levado, hoje, na reunião que será realizada no Palácio do Alvorada para discutir a emergência no enfrentamento da pandemia da Covid19. Em curta manifestação, Bolsonaro disse que seu governo nunca descurou do combate ao vírus, e aos efeitos perversos da pandemia. Falou da compra, já contratada, de 500 milhões de doses de vacinas; da criação do programa de ajuda emergencial no ano passado, que ele classificou como o maior programa social do mundo. Pelo visto, sua intenção foi indicar aos demais chefes de poderes os limites da discussão a ser realizada hoje.

RÁPIDAS

Contrariando as expectativas, Eduardo Pazuello foi sacado do Ministério da Saúde, sem que o Palácio do Planalto tenha providenciado uma novo lugar para ele na Esplanada dos Ministérios. Também não faria muito sentido, o presidente levar dois ministros da  saúde para a reunião de hoje, com os demais chefes de poderes. ### O governo do estado, finalmente, eliminou a buraqueira e o lamaçal em que havia se transformado a entrada da vicinal Água Boa, que muitos chamam de “estrada do Anchieta”. ###Apesar do otimismo do secretário estadual de Agricultura, Aluízio Nascimento, muitas das áreas plantadas com soja no ano passado, ainda não estão sendo trabalhadas nesta safra pelos agricultores. Uma boa amostragem são as áreas marginais da BR-174, em direção Sul, no trecho entre Boa Vista e Mucajaí. ### Uma pergunta que não quer calar: será que os quatro bilhões de reais -alguns deles utilizados no combate a Covid19-, recuperados pela Lava Jato serão devolvidos aos corruptos confessos? ### Até amanhã.