Bom dia,

Hoje é quinta-feira (25.03). Pois é, a política é como nuvem, dizia o matreiro político e banqueiro mineiro, Magalhães Pinto, um dos expoentes da União de Democrática Nacional (UDN), talvez o partido de direita mais orgânico de todos os que já existiram no Brasil, antes do golpe militar de 1964. Ele justificava sua visão dizendo que a política parecia uma nuvem, porque a cada momento que você olhava ela estava diferente. Ontem, quarta-feira, foi um dia assim, lá no Planalto Central, onde fica Brasília, a capital brasileira: de manhã, os chefes de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), o procurador-geral da República; alguns governadores e outro tanto de ministros sentaram-se na mesma mesa no Palácio do Alvorada para tentar a construção de um entendimento nacional com vistas a homogeneizar o combate a pandemia da Covid-19, que atinge o pico de maior gravidade no país. À saída, todos falavam em harmonia e cooperação.

À tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que havia prometido de manhã reunir os líderes de partidos e blocos, para tratar de medidas legislativas rumo ao entendimento nacional, apareceu sisudo e formal -leu todo o seu pronunciamento que estava escrito-, para dar um ultimato ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu maior padrinho na eleição à presidência da Câmara Federal. Sem citar diretamente Bolsonaro, Lira afirmou que o mais importante no Brasil de hoje é o combate à pandemia, e que as autoridades vêm acumulando erros e omissões que podem requerer a intervenção do poder legislativo, cujos remédios são sempre amargos, e às vezes mortais, numa clara alusão ao impeachment, que como se sabe, tem admissibilidade decidida por ele mesmo, na condição de presidente da Câmara dos Deputados.

Lira falou que estava naquele momento acendendo uma luz amarela  -que nos semáforos sinaliza advertência-, e que o poder legislativo não procederia baseado num país das aparências, e sim baseado no clamor que vem da sociedade civil. Além da pressão dos líderes partidários, Arthur Lira, segundo os bastidores políticos brasilienses, anda insatisfeito com o Palácio do Planalto, desde o desenlace da escolha do nome do médico Marcelo Queiroga, que substituiu o general Eduardo Pazuello, no comando do Ministério da Saúde. Diz-se na Capital Federal, que Lira e seus seguidores tentaram fazer ministro da Saúde, um companheiro de partido, que poderia ser os médicos Hiran Gonçalves (de Roraima), ou o preferido Dr. Luisinho (do Rio de Janeiro). Diz, inclusive, que os elogios públicos que ele fez aquele médica paulista Ludhmila Hajjar, teria sido apenas a colocação do “bode na sala” para chegar ao nome de alguma colega de partido. Não deu certo. Agora veio o troco.

COMO?

E o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deu uma primeira entrevista coletiva à imprensa, quando anunciou sua intenção de triplicar, a curto prazo, o número diário de pessoas vacinadas contra a Covid-19 no Brasil, hoje em torno de 300.000. O ministro, sem citar data, disse que a meta é vacinar todos os dias um milhão de brasileiros e de brasileiras. O ministro só não explicou de onde sairiam as vacinas para tanto, especialmente quando os principais países produtores de vacina e de matéria-prima -China, Índia e Estados Unidos-, mostram disposição de proibir a exportação desses produtos, devido ao aumento dos casos e contaminação e mortes em seus territórios. Se não cumprir a promessa, começa mal o novo ministro da Saúde. Em tempo: todos torcem para que consiga.

CORREÇÃO

Ontem, aqui nas rápidas, dissemos, ontem, da obra que fora realizada na entrada da vicinal Água Boa. Por conta disso, recebemos a seguinte Nota da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV): “Sobre as obras de melhora na entrada da vicinal do Água Boa, a Prefeitura de Boa Vista informa que os investimentos foram aplicados pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos. A equipe da Usina de Asfalto da prefeitura recuperou o trecho, tampou os buracos e melhorou o acesso”. Está feita a devida, e justa, correção. Parabéns, pois!

RÁPIDAS

Enquanto os ambientalistas aproveitaram o Dia da Água para dizer que as chuvas estão diminuindo em todo o Brasil, para variar culpando o desmatamento da Amazônia, em Roraima as chuvas parecem querer desmenti-los. Aqui tivemos um “verão” chuvoso e o “inverno” parece ter chegado mais cedo. ### Por aqui, não tivemos no último período de estiagem, a ocorrência de grandes incêndios, no lavrado ou nas regiões florestadas, e alguns produtores chegaram a fazer o plantio de três safras, em rotação de culturas. ### Não foi esclarecedora a manifestação do ministro das Minas e Energia, Bento Gonçalves sobre a decisão judicial que mandou a anular os contrato de construção e exploração do Linhão de Tucuruí. Afinal, quem pediu a rescisão contratual por conta da demora na emissão do licenciamento ambiental da obra? Se o contrato não foi rescindido, quando as obras serão iniciadas? Desde 2019, o governo Bolsonaro promete começar a construção a cada semestre. ### Até amanhã.