Bom dia,
Hoje é sexta-feira (26.03). Sem dúvida, o Brasil vive um parlamentarismo disfarçado. Não existe mais dúvida de que a queda do general Eduardo Pazuello, para além de seu fraco desempenho à frente do Ministério da Saúde, foi urdida, como dissemos, ontem, a partir do Congresso Nacional. Embora os governadores estaduais tenham fofado as bases do ex-ministro -especialmente para atingir o próprio presidente da República-, foram os rugidos de insatisfação vindo do Parlamento que forçaram Bolsonaro a tirar seu fiel ministro do comando da guerra contra a Covid19. E assim foi.
Afastado Pazuello, os parlamentares das duas casas legislativas -Câmara dos Deputados e Senado Federal-, começaram imediatamente as pressões sobre Bolsonaro para entregar a cabeça de mais um de seus mis fiéis auxiliares: a bola desta vez é o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que dificilmente permanecerá no cargo, um dos mais importantes da Esplanada dos Ministérios. Tanto senadores, quanto deputados federais, inclusive os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já disseram publicamente que Ernesto Araújo não pode mais continuar na Chancelaria do Brasil.
Tudo bem, que em nome da governabilidade, e do consenso nacional para tentar debelar a pandemia da Covd19, sejam feitos acordos entre o presidente da República e os integrantes do Parlamento. De qualquer forma, se estivéssemos num Parlamentarismo de verdade, os ministros cairiam por desconfiança dos parlamentares, mas os novos indicados teriam seus desempenhos; para o bem, ou para o mal; atribuídos ao Parlamento, e não um presidente que cada vez mais, não consegue indicar sequer sua equipe de governo. Parlamentarismo Já.
MUDANÇAS
O governador Antônio Denárium (sem partido) dará posse, logo mais às 10 horas, no Salão Nobre do Palácio Senador Hélio Campos, a dois secretários estaduais. De lá, do palácio governamental, não saiu qualquer sinal indicando os nomes, e as pastas dos dois novos integrantes primeiro escalão do governo estadual, mas como até as paredes têm olhos e ouvidos, a Parabólica adianta a novidade para nossos leitores e leitoras: Weber Negreiros deverá assumir a Secretaria Estadual de Comunicação Social (Secom) e Luciano Castro será o novo chefe da Secretária Estadual de Articulação com os Municípios. E os sussurros que vêm dos bastidores políticos locais dão a entender que as mudanças não param por aí.
RESULTADOS
Aliados do governador Antônio Denárium dizem que ele está decidido a fazer com que a percepção popular de seu governo melhore bastante a curto prazo. Afirmam que depois de superada a crise, e com as finanças estaduais em ordem, está na hora dos roraimenses sentirem os efeitos positivos da atual administração, que tem um monte de obras e ações em execução no momento, mas tem falhado na forma como tem se comunicado com a população, especialmente a mais pobre. É nesse sentido, dizem fontes palacianas, que o governador irá cobrar de perto o desempenho de seus secretários e secretárias, além dos dirigentes da administração estadual indireta. É esperar para ver.
OCIOSAS
Existem estocadas milhares de vacinas contra Covid19, armazenadas em câmaras refrigeradas do Programa Nacional de Imunização (PNI), em Boa Vista, em quantidade que ultrapassa de muito as 20.000 doses. Esses imunizantes são destinados à vacinação da população indígena, a cargo dos Distritos de Saúde Indígena (do Leste e do Oeste), que têm adotado um ritmo muito lento na sua execução, em função das dificuldades naturais de acesso às comunidades de todas as etnias. Por conta disso, no último dia 19.03, o secretário estadual de Saúde de Roraima, Marcelo Lopes, encaminhou ofício ao Ministério da Saúde, solicitando autorização para utilizar esse estoque ocioso na vacinação da população em geral, seguindo os critérios do PNI, sem prejuízo da imunização dos indígenas.
AUTORIZOU
Ontem, quinta-feira (25.03), o secretário Nacional Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva, decidiu atender o pleito do secretário estadual de Saúde de Roraima, e já comunicou a decisão aos dirigentes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Leste Roraima) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Yanomami). Tem gente no governo do estado defendendo a ideia de que pelo menos 4.000 das doses sejam destinadas à vacinação dos profissionais de Segurança do estado. Se forem utilizadas, segundo os critérios do Programa Nacional de Imunização, essas doses de vacinas seriam suficientes para imunizar a população roraimense com até 60 anos. Está dada a dica.
AJUDOU
Segundo fontes da Parabólica, o ex-deputado federal Aírton Cascavel, assessor especial do ministro Eduardo Pazuello, antes de deixar suas funções no Ministério da Saúde, defendeu junto ao secretário especial nacional de Saúde Indígena que o pleito de Roraima, que aliás, atende ao critério de racionalidade, especialmente quando se torna mais grave a pandemia no Brasil. Embora o presidente Jair Bolsonaro não tenha definido, ainda, um futuro cargo para o general Eduardo Pazuello, é quase certo que Airton Cascavel deve acompanha-lo na nova função.