Bom dia,

Hoje é quarta-feira (31.03). Problemas na internet impediram nosso contato nos últimos três dias com nossos milhares de leitores e leitoras. Nossas desculpas, pois. E voltamos exatamente no dia em que os militares comemoram os 57 anos dos que eles chamam da implantação do regime militar; e que seus adversários preferem chamar de Golpe Militar, com a implantação de uma ditadura civil-militar que durou 21 de anos, na qual generais do Exército ocuparam a presidência da República. Por coincidência, o Brasil acorda desde ontem, terça-feira, com o mundo dos políticos e dos militares em efervescência, especialmente em Brasília, por conta da demissão ordenada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do ministro da Defesa e dos comandantes das três forças armadas; do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Tais demissões surpreenderam os políticos e o meio militar, vez que o Ministério da Defesa, através das três forças, vinha sendo utilizado com eficiência e eficácia no cumprimento de importantes tarefas no combate à pandemia da Covid-19.

Ninguém aposta que essas mudanças determinadas por Jair Bolsonaro possam produzir uma crise institucional no interior das Forças Armadas brasileiras, mas indubitavelmente, geraram muitas insatisfações entre os militares especialmente pela versão mais comum, que circula em Brasília, dando conta de que as demissões, especialmente do comandante do Exército, o general Edson Pujol, deram-se motivadas pelo desejo presidencial de ver a força envolvida nas questões políticas do governo. O comandante demitido, sempre externou sua posição de que o Exército é uma instituição permanente do Estado, e não de governos que eventualmente se alternam no comando do Palácio do Planalto. Bolsonaro, que sempre lembra sua condição de chefe supremo das Forças Armadas, quer vê-las mais empenhadas na defesa de suas teses e opções políticas de seu governo, e enfrentava forte oposição do demitido ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do demitido comandante do Exército.

Ao contrário da nomeação de ministros, que teoricamente tem plena liberdade de escolher, o presidente da República do Brasil não escolhe livremente os comandantes das forças militares. Ele recebe uma lista tríplice formada por indicação dos generais com quatro estrelas- 14 ao todo-; dos almirantes de Esquadra -7 ao todo-;  dos tenentes-brigadeiros do Ar – 7 ao todo-, e tem de obrigatoriamente fazer a escolha dente os nomes indicados. Assim, a aposta é que todo o banzeiro provocado pelas demissões -o que não tem paralelo nos últimos 40 anos da recente história política do Brasil-, não permitirá a realização da vontade de Bolsonaro de trazer para mais perto de si e de seus projetos políticos os militares da ativa das Forças Armadas. O resultado, do ponto de vista dos analistas políticos, será apenas o desgaste e redução do prestígio do presidente junto a seus antigos companheiros de farda. É esperar para ver.

SAUDADE

De um experiente político de Brasília, a Parabólica reproduz a seguinte observação: “Os bolsonaristas devem estar sentindo saudades de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara Federal. Tido como adversário do presidente da República, não se tem notícia de que o deputado carioca tenha derrubado, e muito menos nomeado, qualquer ministro de Bolsonaro. Já Arthur Lira (PP-AL), que chegou à presidência da Câmara Federal sob as benções presidencial já ameaçou Bolsonaro de impeachment; derrubou dois ministros -o da Saúde e o das Relações Exteriores-; e acaba de indicar a ministra-chefe da poderosa Secretaria de Governo, sua correligionária Flávia Arruda (PL-DF). Na verdade, hoje o Brasil é rigorosamente governado por um triunvirato formado pelo próprio Bolsonaro; por Arthur Lira; e de forma mais discreta pelo presidente do Senado Federal. Rodrigo Pacheco (DEM-MG)”. Será?

RESSARCIMENTO

Fontes do Palácio Senador Hélio Campos confirmam a decisão do governador Antonio Denarium (sem partido) de lançar um desafio: os parentes de pacientes internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) acometidos pela Covid-19 e que tenham comprado medicamentos prescritos nos prontuários, e não existentes naquele hospital, devem entregar a nota fiscal na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) para ressarcimento do seu dinheiro. “Não admito o desrespeito com nossa população. Trabalho para que isso não aconteça”, teria dito o governador. Desafio interessante.

MUDANÇAS

Aliás, vem de fontes do Palácio Senador Hélio Campos o otimismo com relação as recentes mudanças iniciadas no primeiro escalão do governo de Roraima. Essas fontes garantem que logo virão sinais claros de um novo momento e uma nova percepção em relação a forma de se relacionar com a imprensa, com a classe política e principalmente com a população; e que os resultados dessas mudanças serão sentidos em breve. Esperar para ver, dizemos nós. 

RÁPIDAS

Os estados de Roraima e do Amazonas aparecem nos últimos cinco dias como os dois únicos do Brasil em que o número de mortes por Covid-19 está em queda. ### De qualquer forma, levantamento publicado pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), mostra que Roraima está na cor vermelha quando o indicador é o de remédios -de oxigênio-, para tratar os pacientes acometidos pela Covid-19 nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). ### Por sugestão do deputado estadual Jânio Xingu (PSB), o governo do estado poderá criar um programa de emergência para acudir os artistas locais duramente atingidos pela política de isolamento social. A ideia é atender cerca de 200 artistas de todos os setores, com uma bolsa de 500 reais ao longo de quatro meses. ### Até amanhã.