Bom dia,

Hoje é quinta-feira (01.04). Eles já não escondem o malfeito. Só para lembrar os versos do talentoso poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, em seu imortal poema “No Caminho com Maiokóvski”. Vídeo que circula na internet mostra a ação de garimpeiros destruindo o leito de um dos mais importantes rios de Roraima, o Mucajaí. Eles já não se contentam em garimpar no leito do rio, ou em suas margens, mas aproveitam as nascentes do Mucajaí para desviarem seu curso, construindo barreiras e canais; e assim acabarem literalmente com a possibilidade de permanência daquele curso d’agua que banha importantes regiões produtivas de Roraima e fornece água para duas cidades-capitais de municípios roraimenses. E não vai demorar muito para que façam igual destruição no rio Uraricoera, o principal tributário do rio Branco, que banha Boa Vista, a capital do estado.

Não se constitui qualquer exagero ambientalista dizer que a destruição do rio Branco e de seus principais afluentes significará, a médio prazo, a inviabilidade da existência do próprio estado de Roraima. A malha hidrográfica estadual é rigorosamente dependente desses rios que percorrem regiões de solos arenosos e sujeitos a processos de rápido assoreamento, como se pode ver na constante mudança de seus leitos. E não precisa ser especialista para saber que tais danos são irreparáveis e acontecem numa velocidade impossível de ser contida. É escandaloso e inaceitável que tais crimes, duplamente ilegais por serem praticados contra a natureza e em terras indígenas, aconteçam à luz do dia, sem qualquer repressão do governo federal brasileiro, que parece concordar com a barbárie, como se vivêssemos no país sem lei; e sem respeito a si próprio.

Tão criminosa quanto a omissão do Estado Federal brasileiro é o silêncio criminoso e conivente as autoridades estaduais e das classe política, que diz defender os interesses de Roraima. O enfraquecido governo de Jair Bolsonaro (sem partido) poderá sem breve ser condenado e punido pela falta de iniciativa em coibir esse crime que põe em risco a própria existência de Roraima. Que fazem órgãos como o Exército -que inclusive já foi designado para manter a Garantia da Lei e da Ordem (GLO); a Polícia Federal -que é o principal aparato de repressão contra crimes federais-; e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a quem compete fiscalizar, reprimir e punir os responsáveis por crimes ambientais no Brasil? O que falta para que o Ministério Público Federal (MPF) -que já reagiu, mas timidamente-, para acionar a Justiça Federal, obrigando os órgãos repressores a agir enquanto é tempo?

ERRAMOS

Na edição de ontem, dissemos que o presidente Jair Bolsonaro era obrigado a obedecer a lista tríplice elaborada pelo respectivo estado-maior de cada força para escolher seus novos comandantes. Não é bem assim, o presidente pode escolher livremente entre os generais-de-exército, os almirantes de esquadra e os tenentes-brigadeiros o comandante de cada força. Nesta última escolha, no entanto, Jair Bolsonaro aceitou cumprir a tradição de nomeá-los, respeitando o critério de antiguidade que é a base para a elaboração da lista tríplice. É bom lembrar que que no caso da nomeação de Augusto Aras para a chefia da Procuradoria-Geral de República (PGR), o presidente ignorou solenemente a lista tríplice constituída por votação dentre todos os procuradores de Justiça.

PÓS-PANDEMIA

O governador do estado Antônio Denárium (sem partido) já estuda algumas medidas de natureza econômica para o pós-pandemia de Covid19 em Roraima. Por sugestão de um deputado estadual -a Coluna revelará mais tarde o nome-, o governo estuda a criação de uma linha de financiamento, com juros reduzidos, junto à Desenvolve-RR, a agência de financiamento do estado, para estimular pequenos empreendimentos urbanos e rurais. A ideia inicial é financiar, com até R$ 20 mil, cerca de 1.000 pequenos empreendedores nas mais diversas atividades do comércio, dos serviços e da indústria rural e urbana. É, sem dúvida, uma boa iniciativa para a geração de emprego no estado.

RÁPIDAS

Roraima saiu, ontem, da lista de estados brasileiros com o número de mortes diárias por conta da Covid19 em queda. Estamos agora na faixa considerada de estabilidade. ### empresário, como nosso conhecido Carlos Wizard, querem que uma Medida Provisória ou Lei congressual, autorize empresas brasileiras a importar vacinas para imunizar seus trabalhadores. Como pedem que o custo da aquisição possa ser descontado do Imposto de Renda, é grande a resistência à ideia. ### O programa de assistência aos artistas locais que o governo estadual quer criar por conta da pandemia da Covid19, pode atingir a 250 pessoas, com valor de R$500,00, estendidos por três parcelas. O custo total poderá chegar a R$ 375.00,00. ### A infecção de algumas pessoas que foram atingidas pela Covid19, depois de tomarem a segunda dose de vacina -que parece ter sido o caso do médico, e respeitado infectologista Mauro Asato-, precisa ser melhor explicada pela ciência brasileira. ### Até amanhã (Sexta-feira Santa).