Bom dia,
Hoje é sexta-feira (09.04). Vamos terminar a semana como o Brasil quase no mesmo lugar. A única novidade são os números de mortes de brasileiros e de brasileiras por consequência de complicações trazidas pela Covid19, que não para de crescer. Já superamos o trágico número de mais de 4 mil mortes diárias. No mais, permanecemos do mesmo jeito, com o Supremo Tribunal Federal (STF) decidindo quase tudo na vida nacional; de um lado, a chamada 2ª Turma, que quase diariamente coloca mais uma pá de barro para enterrar definitivamente a Operação Lava Jato -esta semana mandou arquivar ações contra políticos e contra um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)-; em decisão monocrática de um ministro mandou liberar cultos religiosos, proibidos por governadores e prefeitos; em decisão de plenário virtual mandou proibir esses mesmos cultos; e para fechar a semana determino que Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), o até então poderoso presidente do Senado Federal , instalasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis falhas, especialmente do governo federal, no enfrentamento da pandemia.
Enquanto isso, de chanceler novo, o Brasil continua encontrando enorme dificuldade para comprar vacinas feitas, e matéria-prima básica para fabricá-las, no mercado internacional. Isso demonstra que, apesar do discurso quase unânime, de que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, prejudicava essas compras por conta de suas posições nacionalistas e na direção contrário do ambientalismo internacional; o certo é que as razões são outras. Na verdade, o que está prevalecendo no mercado internacional de vacinas e de ingredientes para fabricá-las é a velha história do “farinha, pouca; meu pirão primeiro”, praticada pelos principais países produtores tanto do imunizante pronto, quanto dos insumos básicos. China, Índia e Estados Unidos, principais produtores, pressionados por suas respectivas populações, só vão permitir a venda em escala desses produtos, após vacinarem em massa sues respectivos habitantes. Simples assim.
PRIVATIZAÇÕES
Um prova de que o Brasil vive de versões que interessam ao interesse internacional, especialmente em matéria de política ambiental, está sendo o resultado dos leilões recentemente promovidos pelo governo federal brasileiro no setor de infraestrutura. O discurso que se alimenta no país é o de que a política ambiental do governo Bolsonaro está afugentando investimentos externos para o Brasil, inclusive, com reflexos na exportação de comodities. Pois é, em dois dias de leilão, o Ministério de Infraestrutura privatizou 22 aeroportos de médias cidades brasileiras – inclusive, o Aeroporto Internacional de Boa Vista-, e uma ferrovia com mais de 500km de extensão, ainda não concluída. As ideias não correspondem aos fatos, como dizia Cazuza.
APURAR
Tem sido constantes as críticas de moradores de Boa Vista com relação ao desfazimento do asfalto em várias ruas e avenidas, obras recentemente realizadas pela administração da ex-prefeita Teresa Surita (MDB). A Câmara de Vereadores, ou até mesmo o Ministério Público do Estado (MPE) deveriam, pelo menos, determinar uma auditoria nos processos administrativos que resultaram na contratação das empresas que realizaram essas obras, e também determinar perícia técnica para avaliar a qualidade delas. Não faz sentido que um asfaltamento recém feito comece da desfazer nas primeiras chuvas da estação chuvosa. É muito dinheiro público envolvido nelas.
INUNDAÇÃO
De igual forma, não pode passar em branco as vergonhosas imagens exibidas na imprensa e nas redes sociais sobre a inundação de algumas alas do Hospital Geral de Roraima (HGR), maior unidade hospitalar do estado, e único de referência para Covid19 em Roraima. Faz tempo que isso ocorre, e sempre nessas ocasiões as autoridades do estado prometam solucionar os problemas, que voltam a se repetir sem que apareça uma solução definitiva. Com certeza, alguns milhões de reais já foram gastos para refazer a cobertura do HGR, e por que essas obras, mesmo que paliativas, não resolveram essa vergonhosa, e criminosa, situação? Não dá para responder com o silêncio.
ABERTA
Os resultados de sondagens da intenção dos eleitores roraimenses quanto à eleição para o Senado Federal em 2022 -estará em disputa uma única vaga-, parecem indicar uma enorme avenida de possibilidade para renovação. Nomes conhecidos, e já colocados como pretensos candidatos à vaga, mostram baixa intenção de votos dos eleitores e uma enorme rejeição. Essas sondagens têm sido feitas por institutos contratados por grupos políticos, e já alimentam conversas de bastidores para o lançamento de mais pretendentes ao Senado Federal. É esperar para ver.