Bom dia,

Hoje é sexta-feira (16.04). Antigamente quando o ex-Território Federal de Roraima era administrado por governadores nomeados, quase sempre quando alguém mais poderoso tinha seus interesses contrariados o caminho era sempre o mesmo: se esse alguém era ligado a um deputado federal logo, o parlamentar pedia uma audiência com o presidente da República, ou com o ministro do Interior, para se queixar do governador pedindo que ele fosse chamado a Brasília para prestar satisfação a tais autoridades. Quando não havia a intermediação do parlamentar o recurso dos contrariados era a utilização de abaixo-assinados para que a insatisfação pudesse chegar as autoridades federais. E no tempo do regime militar, ainda havia o recurso aos órgãos de informação e inteligência para desgastar o governador nomeado.

O Brasil parece estar se transformando num grande Território, não federal, mas supranacional. É o que se depreende com a movimentação de alguns grupos de oposição ao atual governo nacional, que vê no novo presidente estadunidense Joe Biden um espécie de presidente supranacional do Brasil. Noutro dia, 22 governadores estaduais assinaram uma carta ao dirigente norte-americano pedindo um diálogo direto com a Casa Branca, em matéria de projetos na área ambiental. Estão de olho na grana prometida por Biden ainda durante sua campanha contra Donald Trump. Esquecem esse dirigentes subnacionais que o país, representado por seu Estado Federal, é o único com soberania, o que lhe confere a capacidade única de firmar acordos, ou permitir relações desses entes com outros países.

Ainda nessa direção, noutro dia, uma centena de organizações não governamentais e outras organizações da sociedade civil brasileira mandaram uma carta ao presidente estadunidense solicitando que o governo norte-americano não fizesse qualquer negociação com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em matéria de meio ambiente, especialmente, envolvendo a questão da Amazônia. Descendo do palanque de campanha, Joe Biden autorizou seus assessores na área ambiental a manter conversas com o atual governo brasileiro no sentido de construir uma pauta para ser levada ao encontro de cúpula governamental, que o presidente norte-americano pretende realizar no final deste mês em Washington. Em vez de negociação, os opositores de Bolsonaro querem de Joe Biden punição para o Brasil.

ARREGOU

Pressionado internamente, sem uma base parlamentar confiável, e incapaz de formalizar uma política ambiental alternativa em relação a Amazônia, o presidente do Brasil mandou uma carta ao presidente estadunidense prometendo manter nosso país dentro das metas de controle de emissão de gás carbônico, o que implica em zerar o desmatamento ilegal na região até 2030. Aquelas mesmas entidades que “fuxicaram” para Biden pedindo que ele não negociasse com Bolsonaro, agora pedem que ele exija ações concretas do governo federal brasileiro em relação à preservação da Amazônia. O presidente do Estados Unidos da América (EUA) respondeu ao presidente brasileiro elogiando a disposição do Brasil cumprir as metas estabelecidas na Conferência do Clima de Paris.

ASSOMBRAÇÃO

O deputado federal roraimense Édio Vieira Lopes (PL), que é presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, fez uma declaração que ganhou repercussão nacional. Édio afirmou que todas as vezes que se abre uma gaveta no setor elétrico federal do Brasil, descobre-se uma “assombração”. O parlamentar federal quer se referir à montanha de esqueletos referentes a coisas nunca explicados, e que se apurados revelariam uma montanha de bilhões de reais desviados dos cofres públicos federais. O setor elétrico federal foi nos últimos anos uma espécie de Capitania Hereditária entregue a políticos do PMDB, hoje, MDB. Édio sabe das coisas, e conhece por exemplo a misteriosa história de privatização do setor elétrico federal e estadual em Roraima. E nós, também. E o que aconteceu em Roraima é troco em relação ao que se passou, e se passa no Brasil.

ESPERADO

Alguém tinha dúvida sobre o resultado da votação no Supremo Tribunal Federal (STF), que por 8 votos a favor e 3 contra, manteve a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, que anulou as condenações de Lula da Silva (PT), por corrupção, pela 13ª Vara Federal de Curitiba, e mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Tribunal Superior de Justiça (STJ)?  Aliás, que teve a paciência para ouvir o rebuscado linguajar dos ministros na leitura de seus respectivos votos, saiu com a nítida impressão de que alguns ministros demonstram estar mais interessados em fazer política, do que interpretar corretamente a lei. Afinal, parece que eles, na verdade votaram, para dar um contendor eleitoral contra Jair Bolsonaro, pelo qual nutrem explícita antipatia.

POLITICAGEM ?

A queixa é do governo do estado. Quatro escolas estaduais, em locais com grande demanda de alunos, que se deslocam para outros pela carência de unidades de ensino nos respectivos bairros, estão sem poder ser construídas . O governo alega estar com dinheiro na conta, e projeto da obra aprovado, mas desde setembro de 2019 pediu a prefeitura que liberasse terrenos de áreas institucionais para a construção dessas escolas. O ofício foi respondido depois de dois anos, ainda pela ex-prefeita Teresa Surita (MDB) negando a disponibilidade de terrenos. O prefeito Arthur Henrique (MDB) ainda não deu qualquer satisfação ao governo estadual sobre a solicitação.