Bom dia,
Hoje é quinta-feira (29.04). O discurso do presidente estadunidense Joe Biden, pronunciado ontem, à noite, no Capitólio, a sede do Congresso Nacional daquele país para comemorar os 100 primeiros dias de seu governo vai ter, com certeza, repercussões internas por lá e também mundo à fora. Apresentado nas eleições norte-americanas como o candidato de centro do partido Democratas, Biden derrotou facilmente Bernard (“Bernie”) Sanders, tido como radical de esquerda, nas eleições primárias daquele partido. No discurso de ontem, Biden deixou a moderação de lado e apresentou um conjunto de medidas que pretende encaminhar para discussão e votação no Congresso estadunidense que deixam conservadoras as propostas de Sanders.
Ao traçar um cenário mundial de alta competição entre os países -ele citou a concorrência com a China por pelo menos uma dezena de vezes-, Joe Biden pediu que os norte-americanos comprem produtos fabricados no país -destacou especialmente os carros elétricos e os equipamentos da energia fotovoltaica-, e anunciou sua disposição de cobrar mais impostos dos detentores de grandes fortunas para financiar um imenso programa social para dar acesso à população mais pobres à educação e a saúde daquele país. Antecipando a uma eventual, e provável, reação de Waal Street – o centro financeiro dos Estados Unidos da América (EUA)-, Biden disse que a pujança econômica norte-americana foi construída pela classe média, e que só o governo tem condições de fazer investimentos em infraestrutura num cenário como o atual.
Numa sociedade que se acostumou a defender, e acreditar, que a economia de mercado -e a consequente intervenção mínimo do Estado na sociedade-, foi a responsável por criar a mais poderosa, e duradoura, potência econômica e militar dos tempos modernos, as propostas expostas, ontem, por Joe Biden devem assustar muito a parcela mais conservadora da sociedade norte-americana. Haverá, com certeza, uma reação dessa parcela da sociedade estadunidense, que através do partido Republicano deverá fazer o que for possível para barra esses ventos mudancistas acenados pelo governo Joe Biden.
BRASIL X EUA
E o que nós brasileiros e brasileiras temos a ver com essa tentativa de Joe Biden de implementar políticas públicas que aproximam o modelo político e econômico e social dos EUA à social-democracia europeia? Tem tudo a ver. Primeiro, porque a esquerda brasileira está exultando com aquilo que pode acontecer na economia e sociedade norte-americana a partir das propostas de Biden. Elas dizem muito próximo de muitas coisas defendidas pela esquerda e centro-esquerda tupiniquim. Segundo porque as propostas defendidas pelo presidente estadunidense marcam uma distinção entre aquele governo e o governo brasileiro de Jair Bolsonaro (sem partido). Aqui, até agora, o governo centrado nas ideais liberais de Paulo Guedes, o ainda poderoso ministro da Economia, defende um caminho exatamente oposto daquilo defendido por Biden.
OPÇÃO
As articulações em curso por parte de alguns correligionários de governador Antônio Denárium (sem partido) para fazer do deputado federal Hiran Gonçalves (Progressistas ) o candidato ao Senado Federal do grupo nas eleições de 2022, vão criar um imbróglio a ser desatado. Existe apenas a vaga do senador Telmário Mota (PROS) -que é candidato à reeleição-, a ser disputada. Depois de um início oposicionista, Telmário tem apoiado, a acompanhado, a administração de Denárium nestes últimos dois anos, o que o coloca como o parceiro natural do governador na composição da chapa para a eleição do próximo ano. O lançamento de Hiran Gonçalves ao Senado Federal contrasta com a pretensão de reeleição, a não ser que o palanque de Denárium venha abrigar dois candidatos a uma única vaga. Dá certo isso?
RÁPIDAS
Sobre uma eventual candidatura ao Senado Federal, o deputado federal Hiran Gonçalves responde aos correligionários dizendo que em eleição majoritária, ninguém é candidato de si mesmo. E que se houver um grupo consistente de apoio a sua candidatura, irá pensar seriamente na possibilidade de disputar a vaga em disputa para o Senador Federal. ### Sobre o episódio envolvendo um vereador e agentes policiais que foram reprimir uma festança promovida numa chácara às margens do rio Branco, um arguto observador, e leitor da Parabólica, mandou, vis Whats, a seguinte mensagem: “O que eu achei mais ilustrativo do episódio foi o desfilie de carros luxuosos que abandonaram o local após a chegada da polícia. Como tem gente rica neste estado”. ### Dá para confiar numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) presidida por Omar Azis (PSD-AM), e relatada por Renan Calheiros (MDB-AL)? E não precisa ser correligionário de Jair Bolsonaro para antever o resultado dela. É como colocar Raposa para vigiar o galinheiro. ### No outro front, governadores estaduais querem afastar a subprocuradora Lindaura Araújo, do comando das investigações sobre o desvio de uma montanha de dinheiro federal transferida aos estados para combater a pandemia da Covid19. A Procuradoria Geral da República (PGR) já denunciou Wilson Lima, do Amazonas, pela compra de respiradores mecânicos superfaturados numa loja de vinhos de Manaus. ### Até amanhã.