Bom dia!
Já era previsto. Ontem, com exclusividade na imprensa local, a Folha publicou matéria dando conta de que o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) entrara na Justiça Federal daquele Estado contra a autorização dada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ao Instituto Nacional de Meio Ambiente (Ibama), que permitiu a este último conceder a Licença Prévia para o prosseguimento das obras de construção do Linhão de Tucuruí. O procurador que assina a petição pede a nulidade daquela autorização e o estabelecimento de multa caso a ordem seja descumprida.
A coluna havia antecipado que os procuradores federais do Amazonas não iriam se dar por vencidos depois que a presidente Dilma Rousseff determinou à Presidência da Funai que emitisse aquela autorização.
O mote para a ação do MPF-AM foi uma carta atribuída às lideranças dos Waimiri-Atroari reclamando que aqueles indígenas não foram ouvidos pelas autoridades públicas e nem pelo consórcio responsável pela obra. Segundo essa carta, a reunião realizada em novembro de 2015, entre eles e as autoridades, inclusive com a presença da governadora Suely Campos (PP), de Roraima, foi apenas exploratória e não conclusiva.
Os índios insistem, e o Ministério Público Federal assume claramente a tese, sobre a necessidade de que o traçado do Linhão de Tucuruí seja modificado para não atravessar a terra Indígena ocupada por aqueles índios. A solução proposta já foi descartada tecnicamente, o que demonstra que a intenção mesmo é a de evitar que a energia firme e de qualidade chegue mesmo a Roraima. Essa gente teme que trazer energia para cá provoque uma onda de desenvolvimento, o que contraria a decisão deles de transformar Roraima num Estado ambientalista/indigenista.
PÉROLA 1Na carta que os índios Waimiri-Atroari encaminharam, há uma pérola que mostra com clareza total o quanto ambientalistas/indigenistas não se pejam de utilizar qualquer argumento para defender seus interesses. Segundo essa carta, que seguramente tem a inspiração vinda de João Porfírio de Carvalho, dentre os temores dos Waimiri-Atroari com a construção do Linhão de Tucuruí está a possibilidade da descoberta de ouro durante a escavação das fundações das torres. Se isso acontecer, segundo a carta, uma avalanche de garimpeiros pode acorrer à região. Pode?
PÉROLA 2Outra pérola de ambientalistas: segundo está sendo espalhado por aí, um dos argumentos daqueles que são contra a construção da Hidrelétrica de Bem-Querer – um projeto já fulminado por eles –, é que a construção da barragem para formar o reservatório irá extinguir as praias do Rio Branco em Boa Vista. Decididamente, esse não é um argumento crível para evitar aquela obra. E assim Roraima caminha para continuar uma economia baseada no contracheque.
ROMPIMENTO 1Um arguto observador dos bastidores da política local disse à Parabólica que não foi o senador Telmário Mota (PDT) quem decidiu sair da base de sustentação política da governadora Suely Campos (PDT). Segundo esse observador, aliados da governadora apostam todas as fichas que Telmário será candidato ao governo em 2018, o que bate de frente com a decisão do grupo de fazer a governadora candidata à reeleição. E sendo assim, segundo eles, seria melhor o rompimento agora para não repetir o erro do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB).
ROMPIMENTO 2É ainda o mesmo observador que afirma: “Desde o começo do governo já havia a intenção de afastamento do Telmário da base governista. Ele indicou o Juscelino Pereira para o Detran com a promessa de ‘porteira fechada’. Isso não aconteceu e uma rede de intrigas foi montada para inviabilizar a permanência de Pereira naquela autarquia de trânsito. Aí, Telmário pediu a Codesaima nas mesmas condições. Esperou uma semana para receber um não. Pouco antes de começar a coletiva do anúncio de rompimento, o senador pedetista esteve às 09h com a governadora, tentando um entendimento. Nada conseguiu”.
‘MALÁRIA’Esta tem motivação apenas hilária. Talvez um dos motivos que têm levado algumas lideranças indígenas a resistirem à posse de Joseilson Câmara para a direção do Distrito Sanitário de Saúde Indígena do Leste (DSEI-Leste) seja seu apelido. Indicado pelo deputado federal Edio Lopes (PMDB) para o posto, o novo dirigente é conhecido desde os tempos em que foi secretário de saúde do Município de Alto Alegre como “Malária”. Quem já sofreu o mal sabe o quanto dói ter malária.
PERMANÊNCIADeixando a brincadeira de lado, o que parece existir na resistência dos índios à posse de “Malária” na direção do DSEI-Leste, é o desejo deles de manter na direção do órgão a ex-diretora Dorotéia Reginaldo Gomes, uma paraibana que veio para Roraima pelas mãos de uma Organização Não Governamental e que se manteve no cargo desde 2010. E pensar que o DSEI-Leste é o primo pobre do DSEI-Oeste, em matéria de recursos financeiros.
SAÍDASO rompimento do senador Telmário Mota (PDT) com a governadora Suely Campos (PP) pode resultar em baixa significativa nas hostes pedetistas. As duas maiores expressões daquela agremiação partidária, depois do próprio senador, o deputado estadual Oleno Matos e o vereador boa-vistense Sandro Baré estariam caminhando para o partido da governadora. Matos seria, inclusive, um nome seriamente cotado para disputar este ano a Prefeitura Municipal de Boa Vista pelo grupo governista.
CASA CIVILPor falar em Oleno Matos, que está de férias fora do Estado, comenta-se nos bastidores da política local que ele já teria sido convidado para assumir a chefia da Casa Civil do governo Suely Campos, em lugar da atual ocupante Danielle Campos Araújo, que seria deslocada para a Representação do Governo em Brasília. Matos assumiria o posto ainda em janeiro e ficaria lá até abril, caso seja mesmo o escolhido pelo Palácio Hélio Campos para disputar com a atual prefeita Teresa Surita (PMDB) a PMBV.