Bom dia,

Pronto, o nó final que faltava para indicar a disposição da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), de ser candidata ao Governo do Estado na próxima eleição de outubro foi dado ontem, pela própria. Em resposta a um seguidor na rede social Twitter, que acusava a governadora Suely Campos (PP) e o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) de terem quebrado o estado, Surita disse: “Acabaram! O estado está em uma situação lastimável onde só uma gestão séria, com respeito às pessoas e ao dinheiro público, pode resolver e isso não será coisa a curto tempo e sim, levará anos para equilibrar a bandalheira que fizeram com o nosso estado”.

Ora, a resposta não poderia ser mais explícita e mata dois coelhos com uma só cajadada: de um lado tenta fulminar as duas pré-candidaturas que se antepõe a sua própria, afinal, Suely Campos é, pelo menos até agora, candidata à reeleição e Anchieta está em plena articulação para formar seu palanque de campanha. De outro lado, a prefeita utiliza o mesmo bordão que ela tenta marcar sua administração à frente da Prefeitura Municipal de Boa Vista. Ele diz saber cuidar das pessoas e que sabe respeitar o dinheiro público. Está, pelo menos para analistas ouvidos pela Parabólica, feito o anúncio quase oficial de sua pré-candidatura.

CHAPANão é sem razão que chegam informações à Parabólica, de que são fortes os entendimentos entre Teresa Surita e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Jalser Renier (SD), em torno da formação de uma chapa para disputar o governo estadual. Jalser, que já imaginou fazer o mesmo com a governadora Suely Campos, reivindica indicar como vice de Surita, sua esposa Cíntia Padilha. As mesmas fontes da notícia dizem que não haverá resistência por parte do notório senador Romero Jucá (PMDB), o mandachuva do grupo político da prefeita, para a formação da aliança, para ter Jalser e outros deputados estaduais em seu palanque eleitoral.

INTERESSADOSQuem acompanhou a votação na Câmara dos Deputados por ocasião da votação para criar o bilionário fundo público para o financiamento das candidaturas na próxima campanha eleitoral, pode facilmente tirar a conclusão. Dos oito deputados de Roraima, apenas três foram favoráveis à criação do Fundo, que tira também recursos da educação e da saúde para entregar nas mãos dos políticos: Hiran Gonçalves (PP), Abel Galinha (DEM) e Maria Helena Veronese (PSB). Os dois primeiros são presidentes regionais de suas siglas, e nesta condição, irão administrar a grana que será destinada a cada estado. Já Veronese, ligada umbilicalmente ao notório senador Jucá, está a caminho do PMDB, que certamente terá uma gorda fatia destinada a Roraima.

CAIXA 2Como até hoje a morosa e comprometida Justiça brasileira não puniu qualquer dos canalhas que financiam suas campanhas com o dinheiro público, sugado dos contribuintes através da corrupção, engana-se quem pensa que o chamado Caixa 2 está acabado no Brasil. Ao contrário, esses mesmos canalhas já estão preparando montanha de dinheiro público para ser transferido e virar fonte de financiamento para suas campanhas milionárias. Aqui mesmo, números em poder da Parabólica indicam que já está destinado para financiar a campanha de um deles um montante de R$ 12 milhões. E não é difícil de descobrir, basta ver a destinação de certas verbas a determinadas empresas, algumas de familiares.

REJEITOUO juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara de Justiça do Distrito Federal, rejeitou a denúncia feita pelo notório senador Romero Jucá contra Rúbia Graziele de Souza Vegas, que o filmou num voo no último mês de novembro. Ela acusou Jucá de acobertar irregularidades cometidas por políticos e pelo governo. Na queixa crime, Jucá acusa Rúbia de calúnia, difamação e injúria, segundo ele, por tê-lo acusado de ter salvado seus amigos canalhas, e que o sossego dele iria acabar. Para o juiz, essas declarações não podem ser caracterizadas como crime.

DIREITOSegundo aquele magistrado “Rúbia, como qualquer cidadão, tem o direito de questionar políticos, mesmo que em tom de cobrança, a respeito de qualquer fato divulgado, sobretudo em relação a temas tão desabonadores que têm sido amplamente divulgados pela mídia”. De fato, quem no Brasil não sabe das citações de Jucá, por envolvimento no recebimento de propinas que vão desde o benefício de legislação em favor de grupos empresariais, passando por dinheiro recebido de construtoras de hidroelétricas e outras coisitas mais.

CONTROVERSA 1Em “coletiva”, dada a duas emissoras de televisão, ontem à tarde, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE), Jalser Renier (SD), citou detalhes sobre o acordo realizado entre os poderes, em torno do bloqueio das contas do Estado. No material encaminhado aos demais órgãos de imprensa, Jalser diz que a Assembleia está emprestando R$ 5 milhões; o Tribunal de Contas do Estado (TCE) “um pouco mais de R$ 4 milhões, ambos referentes ao duodécimo do mês de dezembro. Já o Tribunal de Justiça (TJ) estaria abrindo mão de parte do duodécimo do mês de janeiro (algo em torno de R$ 16 milhões), cujo repasse está previsto para o próximo dia 20”.

CONTROVERSA 2A Folha entrou em contato com o Tribunal de Contas e o de Justiça de Roraima e foi informada que os valores revelados por Jalser não estão corretos. De acordo com o TCE, foi comprometido o repasse de R$ 6,2 milhões para o Governo, a ser pago em três vezes, até o dia 30 de janeiro. Por sua vez, o TJRR informou que a notícia de repasse não procede e que o “acordo foi assinado entre as instituições e não há nenhuma cláusula que envolva o Tribunal de Justiça”.