Bom dia,

Hoje é sexta-feira (16.07). Pois é, a  Parabólica dá a mão à palmatória e reconhece ter cometido um equívoco na avaliação inicial que fizemos quanto ao funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as condutas do governo federal no combate à pandemia da Covid19. Criada por iniciativa de alguns senadores de oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido), e por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, em que pese a vida pregressa de seus principais dirigentes, a CPI da Covid, já trouxe muitas luzes sobre o que se passou nos bastidores do Ministério da Saúde, sob a gestão do general Eduardo Pazuello, quanto às tratativas relacionadas a aquisição de insumos para combater o vírus. As revelações de alguns depoentes, com farta documentação, dizem de um ambiente estarrecedor montado por oportunistas sem qualquer preparo para lidar com o dinheiro público, que abrange religiosos picaretas, empresários de pasta embaixo do braço sujo, servidores públicos comissionados e uma meia dúzia de militares cuja patente varia de cabo policial militar da ativa, sargento da reserva da Aeronáutica, e oficiais (coronéis) da ativa e da reserva do exército. Essa gente da pior espécie chegou muito perto de dar golpe bilionário -em pelo menos duas oportunidades-, envolvendo a compra de vacinas enquanto a população brasileira morria, e morre, de complicações decorrentes da Covid19. Não é exagero dizer que durante a gestão de Pazuello no Ministério da Saúde, foi criado um esquema, até certo ponto primário, onde o crime organizado chegou muito perto de desviar bilhões do dinheiro destinado pelo governo federal para a compra de imunizante, através da ação de mais de uma organização criminosa, que chegou a travar luta intestina para levar a maior parte do butim. Não importa, do ponto de vista moral e criminal, se os golpes não foram efetivados, o governo de Jair Bolsonaro não pode ignorar a existência dessa quadrilha montada para roubar o dinheiro público, e se quiser manter um dos pilares de sua promessa de campanha -de combate à corrupção -, terá de cortar na própria carne para punir os malfeitores que estão ainda em sua ilharga. 

APROVADO   Por 16 votos favoráveis e 01 contrário, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovou Projeto de Lei (PL)de iniciativa do Executivo, que autoriza o governo do estado a desapropriar três áreas institucionais pertencentes à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), o que foi noticiado, ontem, aqui na Parabólica. A votação do PL ocorreu ontem (15), quinta-feira, durante a última sessão antes do recesso legislativo. A proposta segue para apreciação do governo. De posse desses imóveis, o governo pretende construir três escolas nos bairros Cidade Satélite, Equatorial e Nova Cidade. Sobre essa questão a PMBV ainda não se manifestou.

  DESCONHECE   A PMBV, havia se manifestado antes da aprovação do PL,  informando que não tinha conhecimento da pretensão de desapropriação, e que que os imóveis já possuem destinação definida, para construção de escolas municipais, postos de saúde e equipamentos públicos. Disse também que o Governo tem capacidade orçamentária suficiente para desapropriar áreas, assim como o município faz quando há necessidade de espaços para a construção de equipamentos públicos, mesmo com menos recursos disponíveis em comparação ao tesouro estadual.   INDÍGENAS I   O proprietário de uma panificadora localizada no bairro São Vicente, que ainda se desdobra para revender e entregar mercadorias em vários municípios de Roraima, ficou sem os produtos que transportava numa caminhonete, na manhã desta quinta-feira (15), porque indígenas voltaram a bloquear trechos da estrada que passa pelas comunidades Surumú e Urucuri, que dão acesso ao município de Uiramutã. No bloqueio, comerciantes estão tendo seus veículos parados, revistados e os produtos encontrados dentro dos carros são tomados pelos indígenas.   INDÍGENAS II   Em um vídeo que chegou à redação da FolhaBV, feito pelo comerciante que gravou toda a ação, se percebe o empreendedor dentro do carro, tentando argumentar com os indígenas que eles não podem agir dessa maneira, o que nada adiantou. Além dessa situação, informações que chegaram à redação dão conta de que os munícipes daquela região estão impedidos de trafegar no horário das 21h às 6h. O Conselho Indígena de Roraima (CIR) e o Ministério Público Federal (MPF-RR) foram contactados, mas ainda não se posicionaram.   LANÇAMENTO

O reitor da  Universidade Federal de Roraima (UFRR), prof. Dr. Geraldo Ticianelli, presidiu ontem à noite, no Salão Nobre daquela instituição federal de ensino, o lançamento do livro “Proposições para um novo modelo de Regularização Fundiária Rural no Brasil”, de autoria do procurador do estado, e professor Edival Braga. O autor é um pesquisador respeitado pela comunidade acadêmica, e como procurador já atuou em várias ações na área, inclusive, naquela em que conseguiu fazer vitoriosa no Supremo Tribunal Federal (STF) a tese da competência do Estado de Roraima de legislar sobre a regularização de seu patrimônio fundiário. Parabéns, pois.