Bom dia,

Boa Vista virou uma cidade de refugiados da fome. São milhares de venezuelanos de todas as idades, a lotarem algumas praças públicas e esquinas mais movimentadas da cidade e mesmo perambulando entre as residências pedindo uma migalha para comer. Essa gente pobre e flagelada veio ao Brasil tangida pela miséria produzida pelo socialismo bolivariano, uma ideia tosca copiada por Hugo Chávez, e mantida pelo seu protegido, Nicolás Maduro, a partir da experiência de Cuba, dos irmãos Castro, que está nos estertores de sua existência.

Mas, existe outra população igualmente refugiada na Capital roraimense por causa da fome. Estamos falando das centenas de índios Yanomami que vêm para cá tangida também pela fome, falta de assistência médica, e mesmo à procura de vender o pouco artesanato que produzem. Muitas vezes, boa parte do que os Yanomami apuram com a venda desse pouco artesanato é gasto na compra de bebida alcoólica. Dá pena ver essa gente, de mamando a caducando, jogada ao relento ou deitada em toscas redes debaixo de árvores, situadas quase sempre às proximidades da Feira do Produtor.

Se o governo federal parece que agora começa a despertar para a trágica situação dos venezuelanos através do grupo de gerenciamento da emergência social estabelecida pela Presidência da República, o mesmo não dá para dizer da omissão criminosa da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que permanece prevaricando ao ignorar a presença de muitos índios Yanomami sofrendo, humilhados e agredidos nas ruas e logradouros boa-vistenses. É preciso que o Ministério Público Federal, tão cioso quando se trata de pedir demarcação de terras indígenas, também tenha sensibilidade para obrigar a FUNAI a exercer seu papel de proteção aos índios em nome da União Federal.

ENFRENTAMENTOPelo que se pôde concluir após a longa entrevista (durou quase duas horas) que a governadora Suely Campos (PP) concedeu no último domingo (11.03) ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha, a chefe do Executivo roraimense está disposta a enfrentar no mesmo tom o notório senador Romero Jucá (PMDB), que não poupa críticas ao seu governo. Em dado momento, a governadora disse haver ligação entre Jucá e essa história da contratação de usinas termoelétricas para substituir o fornecimento de Guri. Aliás, isso parece ser uma grande balela, que custa mensalmente quase R$ 30 milhões, e como ficou provado no último final de semana, não substitui a energia vinda da Venezuela. Afinal, eles mesmos confessaram.

VAI INSISTIROutra revelação feita pela governadora Suely Campos (PP) diz respeito ao seu relacionamento com o governo federal. Embora reconheça que o governo Michel Temer (PMDB) tenha atendido quase nenhum dos pleitos feitos pelo estado, a governadora disse que sempre é recebida com respeito e elegância no Palácio do Planalto, especialmente pelo presidente da República. Por conta disso afirmou que vai continuar indo a Brasília para renovar tais pleitos, tudo na crença de que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Tomara que tenha razão.

NOTA 1Embora com atraso, mas em respeito ao direito do contraditório, a Parabólica publica hoje notas recebidas da assessoria de imprensa da Delegacia-Geral da Polícia Civil. “A Delegada Geral de Polícia Civil, Ednéia Chagas, esclarece que, com relação à nota ‘SAIA JUSTA’, publicada na coluna Parabólica do dia 07 de março de 2018, que menciona a suposta contratação de um policial militar para ocupar função comissionada na Polícia Civil do Estado de Roraima, que ao contrário do que fora publicado, foi solicitada a cessão formal do policial civil Luiz Felipe Carvalho Leal, para o exercício de Cargo Comissionado junto à Polícia Civil do Estado de Roraima, conforme se extraí do processo de cessão autuado em 27 de novembro de 2017, junto do Governo do Estado do Rio de Janeiro”.

NOTA 2“Houve a manifestação formal da Polícia Civil daquele Estado pela cessão do servidor em questão. Paralelo ao processo em trâmite no Rio de Janeiro, foram iniciados os trâmites para a nomeação do servidor em questão, inclusive com a edição do Decreto de nomeação para o cargo na Polícia Civil do Estado de Roraima, no dia 17 de janeiro de 2018. No entanto, tendo em vista que o processo de cessão do policial civil FELIPE LEAL não foi concluído em tempo hábil, não foi possível a apresentação para posse e início do exercício de suas atividades junto à Polícia Civil do Estado de Roraima, razão pela qual o decreto em questão foi tornado sem efeito no dia 7 de fevereiro de 2018. Não tendo havido qualquer tipo de pagamento ao policial, portanto, sem prejuízo ao Estado de Roraima”.

NOTA 3“O policial civil carioca Felipe Leal é renomado instrutor internacional, tendo ministrado em 2017 diversas turmas do Curso de Progressão em Área de Risco (CPAR), e capacitado mais de 450 (quatrocentos e cinquenta) policiais civis. Sua atuação como instrutor, se deu após ter sido devidamente autorizado pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e sua renumeração ocorreu nos mesmos moldes da que é feita pelo Governo Federal quando do uso da Força Nacional, ou seja, com o pagamento das diárias, em razão do deslocamento realizado, na condição de colaborar eventual, e das passagens aéreas, não havendo qualquer ilegalidade nesse aspecto. Tão pouco foi necessária a utilização ‘jeitinho’ para pagamento das horas aulas ministradas”.

Na edição de amanhã vamos concluir a publicação das Notas enviadas pela assessoria da Delegacia-Geral de Polícia Civil.