Bom dia,No Brasil, a corrupção une os contrários no mundo dos políticos. Pelo menos foi o que ficou claro, ontem, como o que se ouviu e viu em Brasília, depois do anúncio de que o juiz federal Sérgio Moro condenara o ex-presidente da República, Luís Lula da Silva (PT), a nove anos e meio de prisão em regime fechado. Seus áulicos da esquerda caíram em cima do juiz Moro, dizendo que a condenação fora feita sem provas do crime de corrupção que se atribui a Lula da Silva. Não bastasse a montanha de evidência de que o tal do triplex em Guarujá foi visitado pelo próprio, e pela família dele, inclusive sua falecida esposa Marisa Letícia; e das delações premiadas de quem acompanhou a reforma do imóvel. A esquerda que defende Lula da Silva diz que tudo de que é acusado o ex-presidente faz parte de um complô para evitar sua candidatura à Presidência da República no próximo ano.

Já em Brasília, os áulicos de Michel Temer (PMDB), quase todos de direita, vociferam nas discussões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, que vota o relatório do deputado federal carioca Sérgio Zveiter (PMDB) pela admissibilidade do pedido feito pelo ministro Luís Edson Fachin, para que o plenário da Câmara Federal autorize a Suprema Corte a processar o presidente da República. Os áulicos de Temer miram no procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor da denúncia de corrupção passiva contra o presidente da República. Como os áulicos da esquerda, os áulicos da direita alegam que Janot quer perseguir Temer e paralisar o país, apresentando uma denúncia sem provas dos crimes atribuídos ao mandatário que ocupa o Palácio do Planalto.

Como os áulicos da esquerda, os da direita, ignoram a existência de áudios e vídeos absolutamente nítidos, delações premiadas e até um assessor da confiança de Temer recebendo – e saindo correndo do local do recebimento –, uma mala contendo R$ 500 mil, primeira parte de uma montanha de dinheiro, tudo previamente combinado com o delator. Ninguém é capaz de convencer esses áulicos de que os ouvidos e os olhos não mentem. Eles querem negar o óbvio, mesmo que para manter um presidente moribundo. Ou será esta a intenção, para que eles possam tungar mais dinheiro público? NEGOCIATANa história republicana brasileira não é a primeira vez que um presidente de plantão utiliza a caneta para nomear apaninguados de parlamentares e liberar montanha de dinheiro público quando precisa dos votos desses mesmos parlamentares. Em 1987/88, quando da elaboração da atual Constituição Federal, o então presidente José Sarney (PMDB) transformou o Palácio do Planalto num balcão de negociatas. Ele queria aumentar seu mandato, de quatro para cinco anos e, para tanto, nomeou apaninguados dos constituintes para cargos federais, liberou bilhões de dinheiro público e distribuiu centenas de canais de rádio e televisão. Ao final, com essas práticas imorais conseguiu ficar cinco no Palácio do Planalto. Saiu de lá quase enxotado e jogou o Brasil numa inflação descontrolada.ABORDAGEMEnquanto o poder público não define uma única política de assistência eficiente de acolhimento aos migrantes venezuelanos quem paga o pato é a população roraimense, especialmente, a boa-vistense. Nesses dias, ninguém escapa da abordagem de venezuelanos – de mamando a caducando –, todos famintos e maltrapilhos. Eles estão presentes nas portas e interiores de restaurantes, supermercados, agências bancárias e sinais de trânsito. Os mais desesperados já estão indo às residências. E o pior, é que quase a totalidade é composta realmente de gente faminta e desesperada.DELAÇÃO PREMIADAOntem, a pergunta que muita gente fazia nos bastidores da política local era sobre a hipótese do ex-deputado estadual e ex-presidente do Instituto de Aposentadoria de Roraima (IPER), Rodolfo Braga, fazer delação premiada. Ele foi condenado pela Justiça estadual de primeira instância a devolver aos cofres públicos mais de R$ 100 milhões, frutos de prejuízos causados por má aplicação do dinheiro do IPER. É muita grana. O que se diz é que a decisão dessa má aplicação foi combinada com outros agentes públicos estaduais de então.DINHEIROUm fato inusitado quase provocou uma saia justa durante a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim em Roraima. Ele afirmou que o Estado havia recebido cerca de R$ 9 milhões do governo federal para ajudar os venezuelanos, mas assessores da governadora Suely Campos (PP) disseram o governo estadual nunca viu a cor desse dinheiro. Depois de levantamento de técnicos do Governo federal foi identificado que a grana caiu nos cofres da Prefeitura de Boa Vista.LICITAÇÃOMal saiu a nota da Parabólica falando sobre a criação da Selic (Secretaria de Estado de Licitações) e os três deputados estaduais que sobraram no bloco de oposição contra o governo correram para dizer que são contra a criação. Segundo eles, o governo ignora o processo de cassação que corre na Casa e vive como ‘Alice no País das Maravilhas’. Eles afirmam que vão pedir ao grupo de oposição para votar contra a criação dessa secretaria.