Bom dia, “A Política é o único lugar onde honestidade é sinônimo de ingenuidade” – Edinaldomkt Dezesseis anos foi o tempo que a Justiça levou para julgar e condenar o deputado federal Chico das Verduras (PRP) pelo crime de corrupção ativa praticado nas eleições de 1998. O crime já estava perto de completar a “maioridade”. Sendo assim, não há como acreditar em justiça nesse Brasil quando nos deparamos com fatos como estes. Enquanto o processo seguia a passos de cágados, o político se envolveu em outras denúncias e chegou até a ser cassado sob acusação de crimes eleitorais. E, pasmem: conseguiu reverter a decisão e retomar seu mandato porque as provas colhidas contra ele, pela Polícia Federal, foram consideradas ilegítimas pela Justiça. Situação semelhante ocorreu no processo de cassação do então governador Anchieta Júnior (PSDB) e do seu vice Chico Rodrigues (PSB), que tramitou por quase quatro anos. De lá para cá, Anchieta foi cassado e conseguiu concluir seu mandato por meio de liminar. E a “herança maldita” acabou nas mãos de Chico Rodrigues, que foi cassado em final de mandato,  como se a Justiça quisesse expiar sua culpa, já que o povo tinha “cassado” Anchieta e Chico por meio do voto. Como confiar em justiça neste Brasil do samba e futebol? Ah, e ainda tem o processo por prática de peculato que foi aceito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também na terça-feira, contra o deputado federal reeleito Édio Lopes (PMDB). Com base nesta realidade, podemos esquecer esse processo por alguns anos, porque tão cedo não saberemos se o parlamentar será considerado culpado ou inocente. Quem sabe, até lá, ele terá conseguido mais um mandato. VIVO Uma briga, que deixou de ser silenciosa, se intensifica em torno da escolha da nova Mesa Diretora da próxima legislatura da Assembleia Legislativa. Enquanto se fala que a decisão ficaria entre os deputados Mecias de Jesus (PRB) e Brito Bezerra (PR), o deputado Jalser Renier afirma para os mais próximos que “não está morto”. Afinal, ele ainda tem a caneta da Primeira Secretaria da Casa nas mãos. Para um bom entendedor, poucas palavras bastam. BATE-BOCA A disputa pelo trono da Assembleia Legislativa tem deixado alguns parlamentares irritados neste fim de legislatura. Quem esteve na antessala da Presidência da Casa, anteontem, ouviu um festival de baixarias e muitos gritos entre dois parlamentares. Foi preciso a turma do “deixa disso” para evitar algo pior. Os que ouviram o bate-boca disseram que o motivo seriam a eleição da Mesa Diretora e a prestação de contas da atual administração que está se encerrando. PAGAMENTO Outros afirmam que a folha de pagamento da Casa também ajudou a acirrar os ânimos por lá.  A folha estava pronta, mas não havia entendimento entre os integrantes da Mesa para assinar e assim autorizar o pagamento pela manhã. Fontes afirmaram que existiria discordância de nomes incluídos no pagamento de outubro. A informação é de que haveria nomes de pessoas indicadas por quatro dos dez novos deputados que ainda vão assumir.  O fato é que, até meio-dia, ficou tudo acertado e a folha de pagamento foi assinada. REMENDO A situação da segurança pública em Roraima pode ser comparada a antigos provérbios populares: remendo de pano novo em vestido velho; ou cobrir um santo e descobrir outro. O governo decretou a criação de força-tarefa para o sistema prisional em crise, retirando policiais militares do policiamento ostensivo, enquanto os bandidos continuam mais audaciosos. Significa dizer que, enquanto as autoridades tentam impedir fugas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, assaltantes agem na cidade, entre eles muitos foragidos. QUADRILHA Um desafio para as autoridades policiais é a ação de uma quadrilha que se especializou em arrombar caixas eletrônicos na Capital e no interior. Além de Boa Vista, os bandidos agiram nos municípios de Cantá, Iracema e Caracaraí. O caso mais recente, em Boa Vista, ocorreu dias atrás, mas somente esta semana foi descoberto. É mole? PERICLITANTE Os bandidos sabem da total insegurança em que estão as cidades do interior. Se na Capital o programa Ronda no Bairro não consegue conter a onda de assaltos e furtos, no interior a situação é periclitante. Lá o tal de Ronda no Interior não chegou e, se aonde chegou, não se viu nenhuma eficiência até agora. Ao menos em Boa Vista anda é possível ver a presença das viaturas circulando nas ruas e avenidas. Mas nos municípios a realidade é outra. SUMIÇO Enquanto tudo isso está acontecendo, as autoridades andam dizendo que não conseguem encontrar o secretário estadual de Segurança, Amadeu Soares, que há duas semanas está fora do Estado. Os deputados aprovaram o convite para que ele preste contas do Ronda no Bairro, mas até agora ele não foi encontrado para ser certificado. Conforme assessores, o adjunto é que está despachando e assinando documentos naquela pasta. CORRIDA A busca para se manter no cargo ou conseguir um, no próximo governo, é intensa. Enquanto uns tentam cavar espaço ficando no encalço do ex-governador Neudo Campos (PSB), se apresentando como “conselheiros” ou ocupando vaga de “palpiteiros”, há quem não titubeie em afirmar que vai procurar intermediários para que ofereçam documentos para a comissão de transição.