Bom dia,
Ontem, em entrevista no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, o economista Fábio Martinez lembrou que a quase totalidade da energia vendida aos roraimenses vem da Edelca, empresa venezuelana que traz a energia de Guri/Macágua até Boa Vista. Ele lembrou que esse fornecimento é feito sob contrato internacional, com preços fixos e tem faturamento em dólares americano, que nos últimos meses se manteve estável, com câmbio variando de R$ 3,10/ US$ 1,00 a R$3,15/US$ 3.20. Levando esses parâmetros em consideração, a princípio não existe qualquer razão que justifique o brutal reajuste de 35,3% autorizado pela Aneel à Eletrobras Roraima na cobrança da tarifa de energia paga pela população roraimense.
É inegável que os argumentos utilizados pelo economista têm total fundamento e, nesse caso, a única justificativa para esse inaceitável aumento de tarifa reside em eventual majoração dos contratos que a Eletrobras mantém com as empresas que são donas dessas usinas termoelétricas montadas aqui em Roraima para ser acionada na eventual falta da energia que vem da Venezuela. Como elas são muito pouco acionadas, pois apesar das críticas ao fornecimento da energia venezuelana, quase sempre os cortes duram poucos minutos, também não justifica esse brutal aumento, que se afigura insuportável para a maior parte dos assalariados locais.
Afora essa questão de natureza estritamente econômica, rumores que circulam nos bastidores políticos do Estado, também alimentados por uma recente reportagem da revista Veja, da semana passada, que fala da eventual participação de um político local no quadro societário de uma dessas usinas termoelétrica, do ponto de vista ético e moral, esse reajuste não pode ser concedido, antes que os órgãos de fiscalização realizem uma rigorosa investigação sobre tais suspeitas. Entre outras coisas, a Eletrobras Roraima tem a obrigação de dizer quem são os proprietários dessas unidades termoelétricas, bem como o valor que é pago mensalmente a cada uma delas. É o mínimo que se espera.
CRISEDois empresários venezuelanos que visitaram a Folha no sábado, 11, e disseram não acreditar em qualquer evolução positiva da crise econômica naquele país, mesmo diante da recente recuperação do preço internacional do petróleo, responsável pela quase totalidade das receitas cambiais da Venezuela. Eles disseram que o déficit acumulado junto a exportadores, que já mandaram produtos para lá, e até hoje nada receberam é gigantesco. E nenhum organismo internacional concede crédito para o governo de Nicolás Maduro, que não consegue autorização da Assembleia Nacional (o Congresso Nacional de lá) para tal. E não adianta Maduro apelar para a tal de Assembleia Nacional Constituinte porque ela não tem reconhecimento nacional.
DISFARÇADOSOs empresários relataram que a animosidade do governo Maduro e de boa parte da população contra empresários é tamanha que donos de fazendas naquele país deixam de visitar suas propriedades com receio de sofrerem agressões. A insegurança é tamanha que nas poucas vezes que eles visitam suas fazendas, o fazem dissimulados de “capatazes”, para evitar assaltos e agressões. Custa acreditar nisso, mas são histórias de quem está lá no meio do furacão político. Não é sem razão que pais de classe média, que não podem abandonar o país deixando para trás todo seu patrimônio, escolhem mandar os filhos adolescentes e mais velhos para outros países, da América Latina, Estados Unidos e Europa.
BOLSA FAMÍLIASem um programa específico para acudi-las, famílias de refugiados venezuelanos no Brasil estão se inscrevendo no Cadastro Único federal para receber o Bolsa Família. Em julho, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 392 venezuelanos já recebiam o benefício. O governo não sabe dizer quantos deles são refugiados. Ao todo, são 29.638 beneficiários estrangeiros. Só em Boa Vista (RR), 55 famílias já recebem os R$ 180,00 do programa.
NATALA Prefeitura de Boa Vista contratou duas empresas para a produção e realização do espetáculo artístico cultural Natal da Paz 2017. São elas: Ecoart Estrutura e Produção Ltda.-EPP, que venceu três lotes nos valores de R$ 439.500,00, R$ 808.500,00 e R$ 503.000,00; e a Imp. e Exp.de Fogos da Amazônia Ltda., vencedora de um lote no valor de R$ 230.500,00. Ao todo, a Prefeitura de Boa Vista deve desembolsar R$ 1.981.500,00. As duas empresas, segundo consulta ao site da Receita Federal, são sediadas em Manaus. A informação é rigorosamente oficial.
MULTASDois veículos do Governo do Estado e dois veículos da Superintendência da Polícia Federal em Roraima foram multados porque o condutor ou os passageiros não estavam usando o cinto de segurança. A infração é considerada grave, com perda de 5 pontos na carteira e custa R$ 127,69. Os dois órgãos recorreram das multas, mas os recursos restaram improvidos pela Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI Municipal).
ERRATAEm atenção à nota denominada “BASTIDORES”, publicada no dia 16 de agosto de 2017, a Folha ERROU ao divulgar que o Sr. Renato Amorim teria sido exonerado da presidência da CERR por conduta antiética. Segundo as informações repassadas à editoria, o ex-presidente teria levado para “cortar” a faixa de inauguração de uma subestação no Município do Bonfim o senador Romero Jucá, e não a governadora Suely Campos, uma vez que a obra teria sido realizada pela Seinf. Como esclarecido com documentação repassada ao jornal, ficou claro o erro na informação, pois a obra foi realizada pela Eletrobras, e não pela Seinf. O Sr. Renato Amorim já tinha sua exoneração acordada com o Governo do Estado, em data anterior à inauguração, e o mesmo nem esteve presente na ocasião supracitada, portanto, não cometeu nenhum tipo de conduta antiética. Em conformidade ao acordo no processo judicial de número 0823793-93.2017.8.23.0010, e no desejo de a Folha de sempre trazer a informação correta para o seu leitor, está feita a correção.