Bom dia,

Tanto em Roraima quanto em Brasília existe um clima de confrontação entre os chefes eleitos para o Executivo, no caso o governador eleito Antonio Denarium (PSL) e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Lá, na Câmara Federal, existe um deputado federal que até agora reúne o favoritismo para a eleição daquela Casa Legislativa, que é o deputado carioca Rodrigo Maia (Democratas), que disputa a reeleição. Acossado por seus correligionários, Jair Bolsonaro tem adotado uma postura de silêncio público, mas de alguma forma lidera seus companheiros de partido para impedir a eleição de Rodrigo Maia, que sabe disso e não foi ao encontro de seus companheiros de partido com o presidente eleito.

Tudo indica que se Bolsonaro e seus correligionários decidirem esticar a corda, e mesmo assim Rodrigo Maia se reeleger presidente da Câmara Federal – ele tem apoios de parlamentares esquerdistas, do centro e da direita-, o novo governo pode estar ganhando um adversário com muito poder, entre os quais o de comandar a pauta de votações da casa e a prerrogativa de aceitar ou não pedidos de impeachment do presidente. Isso é o que se comenta na Capital Federal.

Aqui, o cenário é algo semelhante ao do Planalto Central. O deputado estadual Jalser Renier (SD) que tenta reeleição para a Presidência da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) tem, segundo todas as avaliações de observadores políticos e mesmo de alguns parlamentares, franco favoritismo para continuar presidindo a Mesa Diretora da instituição na eleição que vai ocorrer na manhã do dia 1º de janeiro de 2019. Menos discreto que Jair Bolsonaro, o governador eleito Antonio Denarium já manifestou indiretamente, e tomou decisões – disse publicamente que manteve a delegada Giuliana Castro como delegada-geral da Polícia Civil porque ela estava investigando eventuais práticas de corrupção na ALE-, que não deseja ver Jalser Renier reconduzido ao cargo.

Além do governador eleito, alguns auxiliares muito próximos dele não escondem que trabalham com muito afinco, e nos bastidores para evitar a reeleição de Jalser Renier à presidência do Poder Legislativo estadual. Se como em Brasília, Jalser Renier for reeleito a nova administração começa com um opositor de peso, com o comando da pauta de tramitação e votação na ALE, e a prerrogativa de aceitar, ou não, eventuais pedidos de impeachment do governador.                 

JOÃO DE DEUS

Pouca gente no Brasil sabe que o médium goiano João de Deus, que está sendo acusado por centenas de mulheres de assédio e abuso sexual, foi durante algum tempo uma espécie de tábua de salvação para o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A pedido do então, à época, presidente Lula da Silva (PT), João de Deus preparou um espécie de garrafada com a promessa de que a ingestão do conteúdo seria capaz de curar o câncer de próstata que já lhe atingira outros órgãos vitais. O fundador do chavismo chegou a dizer a amigos próximos e familiares ter sentido grande melhora da saúde depois de ingerir as primeiras doses da garrafada. Até hoje não se sabe se Chávez e João de Deus teriam se encontrado secretamente.

MITO

Aliás, ontem, quarta-feira (12.12), a comentarista de política de uma rede por assinatura especializada aproveitou o noticiário sobre as acusações contra João de Deus para dar uma alfinetada no presidente eleito Jair Bolsonaro. Lembrando que Bolsonaro é chamado por boa parte de seus admiradores de Mito, a jornalista disse que mitos, como João de Deus, podem fazer, ou dizer, as coisas mais absurdas do mundo que ainda assim seguem sendo acreditado e admirado por seus fanáticos seguidores. O comentário foi feito a propósito de reaparecimento do médium na casa onde dá consulta depois de mais de uma semana desaparecido. Ao chegar ao local, João de Deus foi recebido com aplausos e apoio de seus fanáticos seguidores.

IMPROVÁVEL

O governador eleito, e interventor federal, Antonio Denarium (PSL) declarou a imprensa que estaria pensando em pedir a prorrogação da intervenção federal nas secretarias da Fazenda e da Segurança Pública por mais 60 dias, a partir de 31.12. É pouco provável que o governador eleito consiga convencer o presidente eleito Jair Bolsonaro, que assume dia 1º de janeiro, a assinar um decreto prorrogando aquelas intervenções, afinal, isso seria paralisar o Congresso Nacional pelo mesmo período em matéria de alterações na Constituição Federal, e o novo governo tem pressa, muita pressa, na aprovação da Reforma da Previdência.

MAIS FÁCIL

Se governador eleito Antonio Denarium está satisfeito em entregar o comando das secretarias estaduais da Fazenda e da Segurança Pública aos atuais interventores indicados por Michel Temer – e muitos dizem por aliados de Temer em Roraima-, basta que ele empossado como governador expeça decretos nomeando-os secretários estaduais. Para isso teria que pedir previamente que os dois sejam colocados à disposição do Governo do Estado. É claro que seus salários deverão ser ressarcidos aos cofres do Governo Federal.

ROUND

Sobre as notas de jogo bruto que seria utilizado na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado, veiculadas ontem aqui na Parabólica, ontem foi disputado o primeiro round. Em decisão de Primeira Instância, o juiz Rodrigo Furlan, Titular da 1ª Vara Criminal, negou o pedido de afastamento do cargo contra o deputado Jalser Renier, feito pela prefeita Teresa Surita (MDB) por causa daquelas cenas de agressões verbais ocorridas nos estúdios de uma rádio local. O juiz decretou algumas medidas preventivas como a proibição do deputado se aproximar menos de 50 metros da prefeita, de adentrar a sede da Prefeitura de Boa Vista e à residência de Teresa Surita. A não obediência a qualquer dessas medidas terá multa de R$ 30 mil por ato praticado.