Bom dia,
Pois é, o Ministério Público do Estado (MPE) está carregado de razão ao protocolar Ação Civil Pública contra a Prefeitura Municipal de Boa Vista para que o governo municipal apresente e execute programa de monitoramento com o fim de se verificar, trimestralmente, qual é o real número de pessoas vivendo em situação de rua na Capital.
Até agora, a administração do município vem fazendo de conta que o problema não lhe diz respeito, e sai pela tangente do problema ao alegar reiteradamente que não dispõe de recursos para assistir esses migrantes que se acumulam e perambulam pela capital roraimense.
Para o MPRR, a medida é necessária em razão do grande fluxo de imigrantes que fogem da crise econômica vivenciada pela Venezuela, fator que tem provocado queda expressiva na qualidade dos serviços públicos locais prestados. É claro, em qualquer circunstância, o problema de pessoas vivendo em situação de rua – para usar da expressão politicamente correta –, é da prefeitura.
Guardadas as devidas proporções, continuar sem que a PMBV assuma suas responsabilidades é o mesmo que aceitar, por exemplo, que o governo estadual não enfrente a criminalidade trazida por parcela desses migrantes, ou ainda, negar atendimento a eles, sob o argumento de que falta dinheiro para tal.
Um exemplo que dá razão ao MPE ao cobrar da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), que alguma coisa seja feita para o enfrentamento dos migrantes em situação de rua pode ser visto aqui mesmo perto de nós, na vizinha capital amazonense: centenas de migrantes venezuelanos também chegam a Manaus todos os dias, mas um leitor da Parabólica que esteve ontem por lá disse que não se vê nas ruas da cidade manauara qualquer aglomeração de migrantes dormindo ao relento e perambulando pelas ruas. Bem, ou mal, o prefeito Arthur Virgílio tem recolhido a abrigos os migrantes que por lá chegam.
“Eu fui de ônibus de Boa Vista para Manaus. Para chegar ao nosso terminal rodoviário tive que atravessar por entre barracas de plástico e papelão que abrigam famílias inteiras, muitas com crianças ainda de colo, enfrentando a chuva, que nesses dias têm caído em Boa Vista. Cheguei na rodoviária em Manaus, e estranhamente não vi aquela cena triste de Boa Vista, e decidi perguntar ao motorista que me levou ao Centro da capital manauara se os migrantes venezuelanos não estavam chegando por lá. Ele confirmou que dezenas chegam diariamente, mas a prefeitura de Manaus não deixa que fiquem jogados nas ruas, levando-os para abrigos”.
CENA 1 Do mesmo leitor da Parabólica nós colhemos essas impressões que merecem ser reproduzidas por conta do processo eleitoral que se está vivenciando: “Eu cheguei a Manaus às seis horas da manhã. Vi um movimento frenético de veículos nas ruas, inclusive, ônibus lotados de passageiros e outros mais esperando nas paradas. Todos pareciam apressados em direção ao trabalho e muitos jovens caminhando para as escolas. Na volta, cheguei a Boa Vista também as seis da matina. Saí da rodoviária, e me deparei com uma cidade quase sem movimento. Poucos veículos e pessoas nas ruas. Só no Centro, em frente à Catedral do Cristo Redentor, vi o primeiro ônibus circulando, e com metade da lotação”.
CENA 2 E segue nosso leitor: “Em compensação, à noite, dei algumas voltas por Manaus e percebi que depois das 22h já não tem qualquer movimento maior. Bares e restaurantes estão fechados, ficando abertas as lanchonetes. Parece que as pessoas se recolhem mais cedo para enfrentar a batalha do dia seguinte. Aqui em Boa Vista, não tem isso. De segunda a segunda é possível ver bares e restaurantes lotados de gente comendo e bebendo como se não houvesse trabalho no dia seguinte. Eu acho muito estranho isso, pois conheço algumas outras cidades do Brasil e do exterior. Quase sempre, exceto nas áreas eminentemente turísticas, depois das 22h o movimento de bares e restaurantes fica quase parado”.
SACANAGEM Foi esta a expressão utilizada pelo notório senador Romero Jucá (MDB) para um jornalista de fora, que o acompanhou durante um dia de campanha na semana retrasada no município do Cantá. Jucá disse que existe uma orquestração no Brasil para criminalizar a atividade política, por isso ele estava fazendo uma campanha para o Senado Federal como se estivesse disputando uma eleição de vereador. Não deve ser fácil para quem sempre disputou eleição a partir de acordos com cabos eleitorais, ter de apertar a mão e conversar com eleitores simples do interior.
NEGA Correligionários do deputado estadual Mecias de Jesus (PRB) andam preocupados com a informação que vem sendo espalhada nos bastidores da atual eleição sobre um eventual acordo existente entre ele, o notório senador Romero Jucá (MDB), que estariam pedindo o segundo voto, um para o outro. As mesmas fontes também dizem que Mecias estaria se aproximando do candidato ao governo Anchieta Júnior (PMDB). Um desses correligionários do candidato ao Senado Federal pelo PRB procurou a Parabólica para dizer que tudo é intriga. Mecias, segundo ele, trabalha por uma única candidatura ao governo estadual: a do empresário Antônio Denarium (PSL).
FAKE NEWS Ontem, redes sociais estiveram mais uma vez a serviço da mentira. Aproveitando o fato de que o deputado federal, e candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), fora submetido a uma nova cirurgia de emergência, na noite de quarta-feira (12.09), prováveis adversários do candidato espalharam a notícia de que ele morrera em decorrência do processo cirúrgico. Evidentemente, era mais uma Fake News, de péssimo gosto, aliás.