Bom dia,
A partir de amanhã, quinta-feira (15.11) o serviço público brasileiro – em seus três níveis federal, estadual e municipal –, entra num recesso que vai durar até a próxima quarta-feira (20.11). Será um longo feriadão de seis dias consecutivos que custará bilhões de reais aos contribuintes, especialmente, os que vivem da iniciativa privada, que são obrigados a trabalhar dobrado para pagar os impostos que bancam essa festança desenfreada. Nenhum país do mundo civilizado pode conviver impunemente com essa falta de compromisso frente aos enormes problemas que se abatem sobre nossa pátria.
Contados todos os sábados, domingos, feriados e pontos facultativos, em média, os servidores públicos brasileiros terão folgado em treze, dos trinta dias de novembro. Em outras palavras trabalharam apenas dezessete dos trinta dias do mês. Apesar disso receberão como se tivessem labutado normalmente, inclusive, sendo remunerados no descanso aos finais de semana como manda a lei. Não fosse uma monumental máquina de ineficiência e desperdiço ficaria clara a conclusão de que não seria suportável à população brasileira viver um período tão longo de paralisação dos serviços públicos de um país.
AUMENTO
Enquanto os servidores públicos dormem no berço esplêndido do feriadão, empresários são obrigados a pagar dobrado aos seus trabalhadores para manter seus estabelecimentos abertos, e funcionando, por conta dos feriados. As empresas têm de tentar faturar ao longo dos trinta dias do mês. Ao final do mês, elas precisam do “apurado” para pagar a folha de pagamento integral dos trabalhadores; os impostos (federais, estaduais e municipais), que vencem antes do final do mês; os fornecedores, as contas de água, luz e outros encargos financeiros. É aceitável que o país esteja dividido por tantos privilégios para uma minoria, tantos encargos para uma maioria de trabalhadores.
MOMENTO
E esse imoral feriadão, concedido aos servidores públicos brasileiros, ocorre no exato memento em que o Senado Federal acaba de aumentar o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que passarão a ganhar perto de R$ 40 mil reais mensais, e só de salários. Afora outros penduricalhos, como auxílio moradia e alimentação, e outros tantos que elevam os ganhos totais para mais de R$ 50 mil. Pelo efeito cascata – o salário ganho pelos ministros do STF serve de base para limitar outros salários da elite dos servidores estatais brasileiros –, esse aumento recentemente concedido vai custar, apenas no nível federal, uma expansão dos gastos públicos para o próximo ano de mais de R$ 6 bilhões.
COTADO
Pouca coisa do que está sendo conversado com o governador eleito Antonio Denarium (PSL) em torno da montagem de sua futura equipe de governo tem vindo a público. De qualquer forma, fontes da Parabólica, garantem que o ex-deputado federal Airton Cascavel (PRB) tem vaga garantida no primeiro escalão do futuro governo. Cotado inicialmente para ocupar a chefia da Casa Civil – vaga preenchida depois da escolha de Disney Mesquita –, o destino da Cascavel poderá ser a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O martelo poderá ser batido nos próximos dias.
ANIMADA
Por telefone, desde Brasília, a governadora Suely Campos (PP) falou ontem com a Parabólica. Animada, depois que o presidente da República, Michel Temer (MDB) decidiu recebê-la para uma audiência fora da pauta, a governadora estava particularmente otimista quanto aos resultados da negociação para trazer a contribuição – não se trata de intervenção –, do governo federal para a administração compartilhada do sistema penitenciário estadual. A contribuição incluirá a transferência de verba emergencial para resolver o grave problema de alimentação da população carcerária estadual.
TERRAS
Animada com o clima de cordialidade com que foi recebida no Palácio do Planalto, a governadora Suely Campos lembrou ao presidente Michel Temer – na presença do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB) –, que até hoje o governo federal, através do Conselho de Defesa Nacional, não emitiu a Anuência Prévia, autorizando o estado a emitir títulos definitivos na área de fronteira. Temer cobrou de Padilha a que acelerasse a tal anuência. Já fez isso outras vezes, sem que tenha sido obedecido pelo subalterno. Será que é tudo combinado?
ADMIRÁVEL
A Parabólica não é de fazer elogios fáceis ao comportamento de autoridades públicas, mas não custa reconhecer ser admirável a conduta da governadora Suely Campos, que depois de ser derrotada nas últimas eleições, ainda tem motivação para ir de pires na mão, tentar buscar ajuda do governo federal para minorar a grave crise orçamentária/financeira que se abate sobre a administração estadual. E pelo que ela declarou à Parabólica, os resultados não têm sido tão decepcionantes.